Um novo pacto nacional

Dois problemas graves constituem a raiz da crise brasileira. De um lado, trabalhadores e burguesia perderam a capacidade de controlar o Estado e de estabelecer um projeto hegemônico, aceito pela ampla maioria. De outro, a política foi destruída e superada pela técnica e pelos técnicos do aparelho de Estado, em especial pelo Judiciário e Policial



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O Brasil vive crise profunda. Não é econômica nem social, embora estas estejam aí, sendo adubadas. Mas a natureza de nossa crise é política. A política é a mediação necessária para conflitos. No capitalismo, duas classes são a base do sistema econômico e social: a burguesia, dona da grana e dos meios de produção; e a classe trabalhadora, cuja única propriedade é a força de trabalho, capaz de transformar a natureza e agregar valor às mercadorias que produz, gerando riqueza.

Na tensão política se media e se extrai a síntese dialética do conflito entre o capital que quer superexplorar os trabalhadores; e o trabalho, que quer ampliar direitos e socializar riquezas na busca da igualdade social.

Dois problemas graves constituem a raiz da crise brasileira. De um lado, trabalhadores e burguesia perderam a capacidade de controlar o Estado e de estabelecer um projeto hegemônico, aceito pela ampla maioria; de outro, a política foi destruída e superada pela técnica e pelos técnicos do aparelho de Estado, em especial pelo Judiciário e Policial.

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A pior das classes, porque sem projeto coletivo; a mais mesquinha, porque sem solidariedade sequer interna; a mais conservadora, porque tem horror ao passado e medo do futuro; a mais reacionária, porque tem medo de se tornar operária e não tem capacidade pra se tornar burguesa; tomou conta dos destinos da nação: a pequena burguesia.

Resta a ela usar o poder desmensurado que conseguiu conquistar para destilar ódio, preconceito, vingança e destruição. Tem medo e nojo dos pobres e inveja dos ricos. Na economia, nos costumes, na solidariedade social, na cultura, ela vai destruindo tudo com sua prepotência potencializada a partir do monopólio da força a ela conferida pelo controle repressor do Estado.

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Ela está hoje encastelada no Ministério Público, na Polícia Federal, na Justiça e em grande parte do aparelho de Estado brasileiro. Produziu com ajuda do Congresso e em especial da própria esquerda uma deformação grave na democracia brasileira.

Só um novo pacto social, hegemonizado pelas forças populares, tendo o ex-presidente Lula à frente, pode ter força social e política para fazer reformas profundas no Estado brasileiro, em busca de uma sociedade dinâmica, com crescimento econômico e justiça social. Um projeto nacional desenvolvimentista, democrático e popular. Vamos lutar por isso já e nos próximos anos!

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Washington Quaquá é presidente estadual do PT

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