A História justifica a greve geral

A classe trabalhadora brasileira, que vai à greve geral nessa sexta-feira, está literalmente machucada e revoltada com o golpe político parlamentar que a direita antinacional, fomentada por Washington, praticou no ano passado, golpeando a democracia brasileira de modo a preparar o estupro e usurpação da Constituição de 1988

A classe trabalhadora brasileira, que vai à greve geral nessa sexta-feira, está literalmente machucada e revoltada com o golpe político parlamentar que a direita antinacional, fomentada por Washington, praticou no ano passado, golpeando a democracia brasileira de modo a preparar o estupro e usurpação da Constituição de 1988
A classe trabalhadora brasileira, que vai à greve geral nessa sexta-feira, está literalmente machucada e revoltada com o golpe político parlamentar que a direita antinacional, fomentada por Washington, praticou no ano passado, golpeando a democracia brasileira de modo a preparar o estupro e usurpação da Constituição de 1988 (Foto: Reginaldo Lopes)


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A classe trabalhadora brasileira, que vai à greve geral, nessa sexta feira, está, literalmente, machucada e revoltada com o golpe político parlamentar que a direita antinacional, fomentada por Washington, praticou, no ano passado, golpeando a democracia brasileira, de modo a preparar o estupro e usurpação da Constituição de 1988, no que ela tem de mais sublime, a sua contribuição essencial à humanização civilizatória e libertadora do povo.

Lamento constatar que estava correta frase de repúdio e protesto que pronunciei no dia da votação, em plenário, do impeachment, sem crime de responsabilidade para caracterizá-lo, contra a presidenta Dilma.

Destaquei, naquele momento fatídico, que o objetivo central dos golpistas a serviço do capitalismo selvagem era violar a Constituição mediante argumento falacioso de que ela não cabia no orçamento público no Brasil.

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Dito e feito: o jogo deles era um só: destruir conquistas e direitos sociais, como está fazendo, com essas antirreformas que aprofundarão a crise política e econômica nacional.

Os direitos sociais, inscritos no texto constitucional, frutos de mobilizações e lutas de classe, empreendidas pelos trabalhadores, em busca da sua afirmação objetiva e subjetiva, para formação da consciência social livre, capaz de produzir o desenvolvimento dinâmico, integral, sustentável, estão sendo, literalmente, roubados por um ímpeto conservador e reacionário, disposto a levar o País a uma etapa anterior do seu desenvolvimento, que ficou no passado, na tentativa de atrasar o relógio da história.

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O governo golpista, tenta agora com as reformas previdenciária e trabalhista, preparadas na etapa pré-golpe, tornar a todo custo, capenga e sem efeito a Constituição cidadã, estatuto decorrente dessa mobilização civilizatória que empreendeu tarefa de libertar o povo brasileiro de mecanismos de dominação interna, associados às influências perniciosas da dominação externa, histórica, que sempre se empenhou em manter a sociedade submissa aos conceitos alienígenas que a prendiam ao modo de vida acanhado, limitado e culpado, enfim, àquilo que Nelson Rodrigues dizia ser o predomínio do espírito de vira lata.

Esse é o objetivo da direita golpista, impedir o florescimento do espírito libertador, inscrito na Constituição, garantidora dos direitos sociais e econômicos dos trabalhadores, indispensáveis à construção do nosso mercado interno forte, sem o qual inexistirá indústria brasileira, capaz de gerar desenvolvimento nacional e continental soberano, integracionista, rumo à edificação de um ideal superior de libertação nacionalista, empenhado na valorização das nossas potencialidades materiais e espirituais adormecidas.

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Sócia menor do capital externo, essa direita antinacional, escravocrata, mentalmente, colonizada, preconceituosa, machista, repressora, violenta, animada por uma mídia alienada e entreguista, empenha-se incansavelmente em manter o Brasil desde os tempos coloniais, numa situação de mero apêndice da divisão internacional do trabalho.

Tal situação verifica-se mais intensamente no pós-guerra, com o acordo de Bretton Woods, de 1944, e mais recentemente, a partir dos anos 1980, na emergência do Consenso imperial de Washington.

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Ao longo dessa etapa história, os esforços nacionais têm sido frustrados quanto à tarefa da verdadeira construção nacional, acompanhada de reações dessa direita golpista, comprometida com seus sócios colonialistas em barrar o verdadeiro desenvolvimento nacionalista integracionista.

Getúlio Vargas, com a revolução de 1930, construiu, até os anos 1950, as bases econômicas e sociais, do desenvolvimento nacional, mas sua luta despertou os ódios mais intensos do império.

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As políticas nacionalistas getulistas, necessárias à construção do capitalismo nacional, como a formação da base social capaz de garantir mercado interno para a indústria erguida à base da poupança do café, produziram reações radicais da direita que, agora, com o governo golpista de Temer, expressam-se brutalmente, na tentativa de destruição dos alicerces da nacionalidade, do patrimônio social e econômico, que se materializaram na Constituição de 1988.

JK, na sequência de Getúlio, deu continuidade ao desenvolvimentismo, sendo obrigada a romper com o FMI para erguer integração nacional a partir da construção de Brasília que expandiu as fronteiras nacionais, expansão essa que hoje se expressa na pujança do agronegócio brasileiro na cena internacional.

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O império americano deu o golpe no nacionalista Jango, promotor das reformas de base e da consolidação das políticas sociais, especialmente, a trabalhista de Getúlio, porque não queria a volta de JK 65, com a plataforma da agricultura como nova etapa do desenvolvimento nacionalista getulista.

A combinação de desenvolvimento social e econômico distributivo de renda, constitucionalmente, assegurado, gerou resistências da direita entreguista associada ao capital externo que levou o País à ditadura durante 20 anos, ao longo dos quais seriam destruídas as verdadeiras bases da democracia, as lideranças políticas autênticas, sem as quais se tornou impossível à afirmação democrática como produto do desenvolvimento nacionalista.

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Por isso, o nacionalismo militar ditatorial não criou bases para o desenvolvimento nacional econômica e socialmente equilibrado, capaz de enfrentar a crise internacional dos anos 1980, produzida pela desarticulação do dólar, afetado pelos déficits dos Estados Unidos, durante a guerra fria, que levaram Washington a praticar juros altos para enxugar a poupança mundial, jogando a periferia capitalista, como a brasileira, no inferno da dívida externa.

Os militares entregaram a rapadura, diante da política econômica imperialista, que destruiu a tentativa de construir o Brasil Potência, sem base democrática.

A Constituição de 1988 nasceria no processo de democratização que ganhou impulso com a crise econômica que derrubou a ditadura.

Porém, Washington, nesse momento histórico de abalo de suas finanças, elaborou o seu consenso segundo o qual as periferias capitalistas teriam que se submeter às políticas fiscais, monetárias e cambiais, para pagar dívida, cujo custo se tornou insuportável, abrindo-se temporadas de lutas sociais.

É nesse contexto de desabrochar da luta pelos direitos sociais, econômicos e políticos que irá nascer a Constituição de 1988.

No ambiente político pós-ditadura, parteiro do nascimento do Partido dos Trabalhadores, chegaria ao poder Lula, em 2003, para governar o Brasil até 2014, depois do fracasso econômico dos governos Sarney, Collor, Itamar-FHC, submetidos aos rigores do Consenso de Washington neoliberal.

A reforma monetária de FHC, acompanhada de política econômica que sobrevalorizou exageradamente a moeda nacional, aprofundou desindustrialização, endividamento interno e externo e privatizações selvagens.

A sociedade, esgotada pela exploração neoliberal, elegeu Lula.

Chegava, ao poder, pela primeira vez na história, representante dos trabalhadores.

A prioridade do PT, no poder, como a história demonstrou, foi resgatar o atraso social, cultural, econômico e político brasileiro, mediante política econômica e social distributiva de renda, com ampla afirmação dos pressupostos constitucionais ancorados nas conquistas de direitos civilizatórios, que os golpistas se empenham, nesse momento, em destruir.

Erros e acertos se conjugaram ao longo desses 14 anos de poder petista, mas o balanço positivo predomina se levado em consideração resultado das recentes pesquisas de opinião que expressa repúdio às iniciativas do governo golpista, dada falta de perspectivas delas para gerar expectativas racionais positivas, visto que são intrinsecamente, irracionais e explosivas do ponto de vista econômico, social e político.

O massacre midiático da direita golpista sobre o ex-presidente Lula, contra o qual não se consegue juntar provas para acusá-lo materialmente de práticas de corrupção, na Operação Lava-jato, de modo a tentar impedi-lo de ser candidato à presidência da República em 2018, comprova sobejamente não apenas o ódio dela contra governos populares, mas sua impotência de chegar ao poder pelo voto popular, razão pela qual deu o golpe parlamentar no governo Dilma.

Praticando regras democráticas, jamais conseguiria essa direita golpista chegar ao poder com as plataformas políticas que tenta impor, rompendo direitos constitucionais para atender demanda dos mercados financeiros, que dominam a política macroeconômica antipopular.

Os resultados dessa irracionalidade política e econômica que se tenta praticar mediante rompimento do processo democrático são, evidentemente, a recessão econômica em curso, que se aprofunda brutalmente, criando caldo de cultura de violência fascista, quanto mais expande a taxa de desemprego e miséria, consequência óbvia, por exemplo, da redução da renda disponível para o consumo que se expandirá ainda mais, se forem aprovadas as reformas da previdência e trabalhista, castradoras dos direitos civilizatórios, conquistados com a Constituição de 1988, ora submetida ao fogo da direita odiosa.

Eis porque a história justifica e aplaude a greve de resistência dos trabalhadores que deverá parar o País nessa sexta feira histórica.

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