Datena prefeito de SP – será piada?

Datena deverá surfar, paradoxalmente, no ódio-fácil ao PT de uma sociedade classe média paulista, para lá de conservadora. Se for verdade a fofoca de sua candidatura, deverá ter votos, muitos

Datena deverá surfar, paradoxalmente, no ódio-fácil ao PT de uma sociedade classe média paulista, para lá de conservadora. Se for verdade a fofoca de sua candidatura, deverá ter votos, muitos
Datena deverá surfar, paradoxalmente, no ódio-fácil ao PT de uma sociedade classe média paulista, para lá de conservadora. Se for verdade a fofoca de sua candidatura, deverá ter votos, muitos (Foto: Jean Menezes de Aguiar)


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O jogo da política requer algum amadurecimento para a 'dialética' adulta. Sem estapear, sem agredir, sem xingar. Aceitar, discordar, vencer, ser derrotado, negociar, tentar impor, impressionar, fundamentar, seguir orientações majoritárias de partidos políticos. Aí estão traços normais da atividade política. Em muitos países, ser milionário – ou querer ser um a qualquer preço- também é um requisito essencial.

José Luiz Datena, apresentador de programa policial, e rico, resolveu entrar para a política. Cunhou uma frase antológica, enfeitada no Estadão de Domingo, 26.7.15, com uma charge em que aparece penteando o cabelo à Zé Bonitinho e olhando-se no espelho, numa ode à vaidade existencial.

Em franca negativa ao jogo democrático disparou: 'Você acha que algum partido é capaz de me controlar?' Haverá quem veja nessa verborragia uma autenticidade válida, uma autoralidade genuína, um pendor personalista original que estaria faltando no mundo político. Pode ser.

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Mas o orgulhoso difusor da frase 'pau no vagabundo' ante cenas de prisão mostradas em seu programa, de suspeitos – invariavelmente negros e pobres -, desafia críticas serenas com sua bravata populista. Será que o mesmo Datena dispararia a mesma frase para os empresários presos na Lava Jato?

Há comparações exageradas e outras 'suaves' com esse não tão novo Datena-político. Hitler, Collor são exemplos de desastres históricos, guardadas as proporções óbvias. Ambos, e tantos outros, que chegaram como 'carreira solo' na política, prometendo autenticidades e divórcios a partidos políticos, com discursos isolacionistas e popularescos foram tristes modelos que não deram certo. Ainda que num primeiro momento convençam convencíveis, iludam iludíveis e encantem encantáveis. Todos estes, depois, dizendo-se arrependidos e frustrados. O Brasil ainda tem bolsões de eleitores politicamente incautos.

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O padrão ultraconservador e reacionário de um Datena, invariavelmente como todos os que se comprometeram com plataformas semelhantes, em onírico voo solo em relação a tudo e todos, é de um risco muito conhecido para a sociedade. São tudo o que a já arrombada política brasileira não precisa.

Contando com um delegado de polícia, o descolado e bonitão Olim, como vice prefeito, Datena promete uma 'nova política' para São Paulo. Nova? Quanta vaidade. Ou será jactância? A questão é preocupante. Pelos arroubos emocionais, idas e vindas comportamentais de Datena na TV, segundo quem o assiste, o sujeito mais parece uma bomba. Não no aspecto físico, mas no de serenidade e simetria com o que se idealiza de um gestor sereno, competente e preocupado com o melhor para uma sociedade. Não em aspectos de vingança, paus e porradas em vagabundos.

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Mais uma vez a sociedade é brindada com um salvador de plantão. Se a criminalidade, responsável majoritariamente pelo governo do estado, vive em eterna crise em São Paulo, pronto. Aparece um 'especialista' em vagabundo, associa-se a um delegado e a fatura está resolvida. O resto se resolve a toque de caixa.

Datena deverá surfar, paradoxalmente, no ódio-fácil ao PT de uma sociedade classe média paulista, para lá de conservadora. Se for verdade a fofoca de sua candidatura, deverá ter votos, muitos. Para preocupação da sofrida cidade de São Paulo.

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Do Observatório Geral

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