Política completa, mas sem DNA

O próximo pleito eleitoral será dia 2 de outubro deste ano, e o DNA é requisito para entrar na lista dos possíveis eleitos que mais parece uma lista de apostas de bar. Se "fulano" for parente ou piriguete de algum político figurão, a chance de ocupar uma cadeira - principalmente no Legislativo - aumenta consideravelmente



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Filho, irmão, irmã, assessor, esposa ou concubina. Vale tudo para manter o poder terceirizado. Se o dono dos votos quer, o "chegado" vai ser candidato para representá-lo na eleição.

O próximo pleito eleitoral será dia 2 de outubro deste ano, e o DNA é requisito para entrar na lista dos possíveis eleitos que mais parece uma lista de apostas de bar. Se "fulano" for parente ou piriguete de algum político figurão, a chance de ocupar uma cadeira - principalmente no Legislativo - aumenta ainda consideravelmente.

Na capital baiana, temos exemplos clássicos de como o código genético ou a saliva ovípara são requisitos que credenciam para ter a bênção do chefe e colocar o rosto na urna de 2016. Raros são os casos onde existe uma história de luta e militância política que gabarita o nome do sortudo ou da felizarda.

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Imagino como ficam as cabeças de políticos decanos e outros forjados na luta das ruas quando ouvem sobrenomes famosos nas prospecções de suas legendas. Sei que o sono de cada um deles é prejudicado pelos fantasmas que falam estes nomes em seus ouvidos a cada noite que se vai na direção do mês de outubro.

Não existe nepotismo nas urnas. Não existe regramento jurídico que impeça essa aberração que tem consequências danosas ao produto legislativo. O DNA não me parece a melhor garantia de eficiência ou que a tradição familiar seja repetida pelo eleito da vez. Não enxergo uma condição interessante para uma cidade, quando esses laços sanguíneos se tornam o preponderante para emplacar um candidato a definir destinos de sua gente.

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Não quero dizer com isso que não haja legitimidade nestas candidaturas. Muita gente boa usou o nome da família e se mostrou como larga competência. Da mesma forma, assessores (estes sim até tentam perpetuar o poder do chefe) brilharam nas cadeiras legislativas. Creio que exista opção melhor que imaginar (o pior é ter certeza) de que o eleitor pode ser manipulado desta forma tão fácil.

No dia 02 de outubro, alguns políticos passarão estas linhas na minha cara e dirão que isso é recalque. Espero que isso não aconteça e que possamos escolher gente com compromisso social, respeito à cidade, sangue na guerra, dedicação e integridade. Temos essa chance de provar que queremos menos DNA e mais atitude política.

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Vou pedir isso em um tabuleiro político como se pedisse um acarajé sem pimenta. Você até aceitará que eu peça, mas vai descer o malho e dizer que isso não tem graça em Salvador.

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