FHC carrega um general golpista dentro dele

"Tudo indica que é um general integrante da UDN, que andava incubado e agora aflorou", afirma o colunista do 247 Laurez Cerqueira; segundo ele, em matéria de "falta de constrangimento público, de aridez interna, Fernando Henrique e Eduardo Cunha se parecem"; "Não sentem vergonha do que estão tramando. Aliás, estão juntos na empreitada do "golpe paraguaio" no Brasil. Os dois, além de Michel Temer, entrarão para a história pela porta dos fundos e farão parte da ala dos golpistas", afirma; leia íntegra

"Tudo indica que é um general integrante da UDN, que andava incubado e agora aflorou", afirma o colunista do 247 Laurez Cerqueira; segundo ele, em matéria de "falta de constrangimento público, de aridez interna, Fernando Henrique e Eduardo Cunha se parecem"; "Não sentem vergonha do que estão tramando. Aliás, estão juntos na empreitada do "golpe paraguaio" no Brasil. Os dois, além de Michel Temer, entrarão para a história pela porta dos fundos e farão parte da ala dos golpistas", afirma; leia íntegra
"Tudo indica que é um general integrante da UDN, que andava incubado e agora aflorou", afirma o colunista do 247 Laurez Cerqueira; segundo ele, em matéria de "falta de constrangimento público, de aridez interna, Fernando Henrique e Eduardo Cunha se parecem"; "Não sentem vergonha do que estão tramando. Aliás, estão juntos na empreitada do "golpe paraguaio" no Brasil. Os dois, além de Michel Temer, entrarão para a história pela porta dos fundos e farão parte da ala dos golpistas", afirma; leia íntegra (Foto: Laurez Cerqueira)


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No discurso de despedida de Fernando Henrique Cardoso, do Congresso Nacional, antes da posse para o exercício do seu primeiro mandato, estava no meio dos parlamentares, elegantemente vestido, sentado na cadeira de sempre, como um aluno disciplinado, já bastante debilitado pela doença hepática, segurando uma bengalinha, o Professor Florestan Fernandes, reeleito por São Paulo.

Fernando Henrique o viu no plenário. Pediu licença ao senador Humberto Lucena, que presidia a sessão, disse que quebraria o protocolo para cumprimentar uma pessoa.

Desceu os degraus do alto da Mesa, embrenhou-se entre os parlamentares que o assediavam calorosamente, postou-se frente ao mestre e o abraçou. Florestan desejou-lhe boa sorte e êxito no governo.

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Mas, no final daquele momento, como que movido por um lampejo de confiança no ex-aluno, Florestan disse a Fernando Henrique: "Veja bem, Fernando: não crio gatos. Crio tigres".

Disse isso sob forte emoção, certamente lembrando-se de que ele teria sido um dos professores mais influentes na formação acadêmica dele.

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Foi num bar em São Paulo que Florestan conheceu Fernando Henrique, ainda rapazinho, em dúvida sobre que curso faria na universidade.

Florestan teve uma conversa impactante com ele, falou sobre a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, sobre o curso de sociologia, e da importância de se formar sociólogos nas nossas universidades para ajudar nos estudos, nas pesquisas, sobretudo no desenvolvimento do pensamento e na interpretação do Brasil pelos próprios brasileiros.

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Foi com base nessa conversa que Fernando Henrique decidiu fazer o exame para cursar sociologia na USP. Florestan foi professor dele, orientador no mestrado e no doutorado.

Ficaram tão amigos que Fernando Henrique mudou-se para a mesma rua que morava o mestre para conviver, frequentar a biblioteca e ouvi-lo mais. Florestan o tinha em alta consideração fraterna e intelectual.

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Aquele momento da cerimônia de posse foi marcante para Florestan, mais marcante ainda a decepção com o rumo dado por Fernando Henrique ao governo, que apenas se somou a outras decepções políticas acumuladas ao longo da carreira do ex-aluno presidente. Mas nada disso abalou a relação pessoal e o respeito que tinham um pelo outro.

Em 1996, Fernando Henrique havia dado um golpe na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) que estava sendo debatida na Câmara, sob a coordenação do então deputado Florestan Fernandes, com apoio do Fórum Nacional de Educação.

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Numa articulação comandada pelo seu vice-presidente Marco Maciel, ele aprovou no Senado o projeto de lei do governo tornando regimentalmente prejudicado o projeto de LDB da Câmara, que acabou sendo arquivado.

Esse fato deixou Florestan indignado e decepcionado, por ter sido colocado por terra anos de debate e de construção democrática, com a participação da sociedade, de uma proposta de educação que provocaria uma transformação profunda no país.

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Dias depois, numa conversa sobre o golpe da LDB, ele sentado, tirou os óculos de hastes e lentes grossas, colocou-os sobre a mesa, passou os dedos nas sobrancelhas de fios compridos, e disse, referindo-se a Fernando Henrique, com todo o cuidado que tinha no trato com as pessoas: "É... Fernando está ficando politicamente irreconhecível".

O mundo girou e hoje Fernando Henrique rola ladeira abaixo numa decadência ética inimaginável. Lidera a tentativa de um golpe parlamentar contra a Presidenta Dilma e contra a ordem institucional da República, sem o menor constrangimento público, mesmo sabendo que ela é uma mulher íntegra, honesta, de conduta ética ilibada, e que contra ela não há nenhum indício de crime de responsabilidade.

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A impressão que passa é que Fernando Henrique guarda um general golpista dentro dele. Tudo indica que é um general integrante da UDN, que andava incubado e agora aflorou.

Parece muito com o que tentou derrubar Getúlio Vargas, Juscelino Kubitscheck, ajudou a eleger Jânio Quadros e derrubou João Goulart.

Em matéria de falta de constrangimento público, de aridez interna, ele e Eduardo Cunha se parecem. Não sentem vergonha do que estão tramando. Aliás, estão juntos na empreitada do "golpe paraguaio" no Brasil.

O fato é que o golpe não vai acontecer, porque a sociedade está com a democracia e vai defender a ordem institucional vigente.

Fernando Henrique Cardoso, Eduardo Cunha e Michel Temer entrarão para a história pela porta dos fundos e farão parte da ala dos golpistas onde estão Carlos Lacerda, os generais Castelo Branco, Costa e Silva, Médice, Geisel, Figueiredo e outros políticos que não toleram a democracia.

Na ala onde está Florestan Fernandes, seguramente Fernando Henrique não estará.

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