O pronunciamento da presidenta pode ser o despertar dos corações valentes

É um momento duplamente oportuno: para enviar uma mensagem ao país quando a direita abertamente pedirá um golpe branco e para enviar uma nova mensagem aos movimentos sociais



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Não. Não haverá pronunciamento em cadeia nacional. Jornais chegaram a divulgar, mas, na verdade, trata-se de uma gravação da presidenta Dilma para o programa do PT. Este sim irá ao ar dia 06/08. Este artigo foi escrito no espírito de que haveria tal pronunciamento, mas por que não fazer?

O não fazer perde uma oportunidade. Por isso, este auto agrega ao texto original a proposta de que a presidenta some ao programa do PT un pronunciamento nacional e mantém a avaliação abaixo sobre sua oportunidade.

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"A presidenta Dilma decidiu fazer um pronunciamento em cadeia nacional dia 06/08, num momento marcado pela convocação de uma segunda rodada de marchas pelo seu Impeachment e pela revisão da meta de superavit fiscal.

É um momento duplamente oportuno: para enviar uma mensagem ao país quando a direita abertamente pedirá um golpe branco e para enviar uma nova mensagem aos movimentos sociais.

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A revisão da meta de superavit permite recolocar o ajuste em seus termos originais: arrumar a casa para a retomada da agenda social, infraestrutura e proteger empregos e salários, bases para uma ofensiva pela implementação do programa vitorioso nas urnas.

Não adianta trocar ilusões da grande indústria pelo sistema financeiro. É necessário dialogar com ambos, mas para materializar mais mudanças e mais futuro, a chave da situação reside na ação estatal, assim como, no primeiro mandato, quando a indústria não respondeu, num país em pleno emprego e com mercado de consumo de massas, à redução da Selic e à desoneração, além do farto crédito dos bancos públicos.

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A retomada desta consciência, que a redefinição da meta do superavit supõe, deve estar profundamente vinculada à renovação do acordo com os movimentos sociais e, daí, ser lançada como uma um novo pacto de esperança para a sociedade, sobretudo os eleitores da presidenta, que, de novo, não estarão a marchar dia 16, mas guardarão enormes expectativas.

Aguarda-se uma mensagem para frente, não sobre o passado e o presente. Explicar as novas bases do ajuste e dizer para onde se pretende ir. É quase uma segunda chance em relação ao não a ter explicado ao povo os motivos e termos do ajuste em sua fase I.

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Se até aqui, metaforicamente, Miguel Rossetto dependia de Joaquim Levy, é a oportunidade de, no mínimo, tornar esta relação igualitária.

Em resumo, o pronunciamento deve ser político e chamar a sociedade para o freio de arrumação sem dúvida de que há qualquer concessão, hoje e adiante, aos mercados e ao neoliberalismo.

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Se da cozinha da presidenta fosse, proporia duas coisas: 1) uma conversa com os principais movimentos sociais e conselhos nacionais antes do pronunciamento, para deixar as coisas claras; 2) uma inovação no próprio ritual do pronunciamento. Como contraponto às panelas a ecoarem na velha mídia, um auditório lotado de dirigentes de movimentos, mesas diretivas dos conselhos nacionais, ministros, presidentes e líderes dos partidos e da base aliada, governadores, para assistir e vibrar com a mensagem presidencial.

Em sete meses, incrivelmente, o país viveu um frenesi, com fatos que se desenrolam em décadas ou anos, para o bem ou para o mal, ocorrendo em questão de meses ou semanas. Pulula uma chance de recolocar a história em seu compasso normal. Ou, ao menos, criar as condições para isso.

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Há caldo e vontade de segurar o rojão. Só a Juventude do PT, por exemplo, começa, em agosto, um congresso em que mais de 160 mil jovens filiados estarão aptos a votar. Aliás, a militância do PT, em Brasília, deveria assistir ao pronunciamento na Praça dos Três Poderes, com projeção.

Dialoga, Brasil!"

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