Governo revelou absoluto desprezo pela democracia e pela cultura

"Poucas coisas são mais estúpidas do que a nota que o Ministério da Cultura lançou hoje contra Raduan Nassar", afirma o cientista político Luis Felipe Miguel, destacando que o texto chama o discurso do escritor na entrega do Prêmio Camões de "prática do Partido dos Trabalhadores em aparelhar órgãos públicos" e os protestos contra o golpe de "ataques para tentar desestabilizar o processo democrático"; Miguel também descreve Freire como "um velho político decadente, pronto a encarar qualquer serviço sujo em troca de um cargo", além de "capacho"

SÃO PAULO,SP,08.12.2013:18º CONGRESSO NACIONAL DO PPS - Roberto Freire durante o 18º Congresso Nacional do PPS (Partido Popular Socialista) que acontece na tarde deste domingo (08), no Renaissance São Paulo Hotel, cidade de São Paulo (SP). (Foto: Tiago Ch
SÃO PAULO,SP,08.12.2013:18º CONGRESSO NACIONAL DO PPS - Roberto Freire durante o 18º Congresso Nacional do PPS (Partido Popular Socialista) que acontece na tarde deste domingo (08), no Renaissance São Paulo Hotel, cidade de São Paulo (SP). (Foto: Tiago Ch (Foto: Luis Felipe Miguel)


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Estive com Roberto Freire uma ou duas vezes, décadas atrás, quando era da juventude do antigo PCB. Ele era uma estrela em ascensão, mas não deixava boa impressão - ruim no trato com as pessoas, vaidoso em excesso, algo grosseiro. Mas era reconhecidamente um cara inteligente. Pouco mais tarde ficaria claro que sua "flexibilidade" na prática política era só oportunismo e falta de princípios.

A estrela em ascensão se tornou um velho político decadente, pronto a encarar qualquer serviço sujo em troca de um cargo. Freire e o PPS vivem da desonestidade, vendendo uma desgastada chancela de "esquerda", que julgam que seu passado autoriza, a políticos de direita.

Não sei se a vaidade permanece - deve ser difícil sustentar a vaidade ganhando a vida como capacho. A inteligência certamente foi embora. Poucas coisas são mais estúpidas do que a nota que o Ministério da Cultura lançou hoje contra Raduan Nassar.

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O corajoso discurso do escritor é apresentado como "prática do Partido dos Trabalhadores em aparelhar órgãos públicos". Protestos contra o golpe são "ataques para tentar desestabilizar o processo democrático". O fato de que o Ministério da Cultura é um dos patrocinadores do prêmio Camões é enfatizado na nota, dando a entender que se trata de um cala-boca, que deveria comprar o silêncio dos galardoados. A nota revela o mais absoluto desprezo pela democracia e pela cultura.

Já Helena Severo, que colabora com o governo golpista na condição de presidente da Biblioteca Nacional, refugiou-se na conversa de que "não era um momento de luta política, era a entrega de um prêmio literário". Não convence, mas é menos vexatório do que a nota de seu chefe. Ponto para Raduan Nassar, que sabe que a cultura não pode ficar alheia à luta pela democracia.

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