Agosto começou

Dois fatos marcam o início do mês que já prevíamos que seria um período turbulento, sombrio e perigoso: a prisão de Dirceu por Sergio Moro e a ocupação do Ministério da Fazenda pelo MST

***FOTO EMBARGADA PARA VEÍCULOS DE RS E SC*** PORTO ALEGRE, RS. 15.12.2012: PT/DIRCEU - O ex-ministro chefe da Casa Civil José Dirceu partcipou de evento do Partido dos Trabalhadores na manhã deste sábado no salão da igreja Pompeia, em Porto Alegre. Ovaci
***FOTO EMBARGADA PARA VEÍCULOS DE RS E SC*** PORTO ALEGRE, RS. 15.12.2012: PT/DIRCEU - O ex-ministro chefe da Casa Civil José Dirceu partcipou de evento do Partido dos Trabalhadores na manhã deste sábado no salão da igreja Pompeia, em Porto Alegre. Ovaci (Foto: Miguel do Rosário)


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Dois fatos marcam o início do mês que já prevíamos que seria um período turbulento, sombrio e perigoso.

Fato 1: a prisão de Dirceu por Sergio Moro.

Fato 2: a ocupação do Ministério da Fazenda pelo MST.

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Dirceu já estava preso, em regime domiciliar. Sua prisão "preventiva", evidentemente, cumpre apenas um objetivo midiático e político. Seu irmão também foi preso, num ato tipicamente de Sergio Moro, de produzir um profundo impacto psicológico, para torturar o preso e quebrar-lhe as resistências.

O espírito do golpe, que havia arrefecido nas duas últimas semanas, com o recesso do Congresso Nacional e o encontro de Dilma com os 27 governadores, voltou a se erguer.

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Eu tenho conversado com muita gente sobre a questão do golpe: se vai ou não acontecer. Aqui no Cafezinho, admiti a nossa bipolaridade, com todas essas análises indo e vindo. Todo mundo tenta farejar, no ar, alguma mudança de ventos.

A maioria acredita que não vai ter golpe, porque não interessaria aos agentes econômicos nacionais.

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A isso eu tenho respondido que o problema dessa análise é que ela se prende a esquemas muito racionais; e a história não costuma ser fiel à nenhuma regra.

Algumas das forças malignas despertadas são difíceis de conter, inclusive por aqueles mesmos que a despertaram, como a mídia.

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As notícias que abrem o post, mais o fim do recesso parlamentar, com um oportunamente ferido Eduardo Cunha ressurgindo com sanha golpista, marcam o início de novas turbulências.

Turbulências causadas por vários fatos, como a emergência de um espírito violento e fascista junto a setores crescentes da sociedade, a radicalização partidária da mídia, além dos sucessivos erros políticos do governo.

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Sobre os erros do governos, já falamos bastante, e continuaremos a falar. A estratégia de silenciar sobre os erros por causa do golpismo é contraproducente.

Governo é governo. Tem de aprender a trocar de roupa enquanto dirige o carro.

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O governo saiu das eleições com uma enorme força popular, força esta que jogou no lixo, com incrível arrogância, a partir do primeiro dia da vitória.

O ajuste fiscal foi um exemplo magnífico de estupidez política.

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Entendam: o ajuste precisava ser feito. Todos esperávamos um recuo na política econômica, mas evidentemente isso deveria ser feito de maneira paulatina e, sobretudo, em paralelo com um processo inteligente de gerenciamento das expectativas, para não enfraquecer o governo num momento de perigosa guerra política.

A comunicação do governo deveria ser inteiramente transformada, e quando eu falo em comunicação, eu falo de gestos de impacto simbólico, como uma profunda reforma ministerial.

Quantos são os partidos no governo? Oito? Poderíamos reduzir os ministérios de 39 para 8, dividindo-os entre todos os partidos. Isso causaria um fabuloso impacto contra a direita, e não afetaria em nada a esquerda, que não tem nenhum fetiche por ministério numeroso, desde que tenha suas demandas contempladas e discutidas.

Daí o governo deveria criar fatos políticos diariamente, para confundir os adversários e não ficar à mercê das pautas da mídia.

Era um excelente momento, por exemplo, para brandir a democratização da mídia, usando as críticas da ONU e os modelos plurais da União Europeia e Estados Unidos. Seria o tipo de agenda política que compensaria o recuo econômico. Não precisava aprovar nada no congresso no momento, mas apenas lançar, na boca de ministros e da própria presidente, o tema na sociedade, através de entrevistas e propostas de mudanças na distribuição da publicidade institucional.

A mídia ficaria numa cilada, porque seria acusada de estar contra a presidenta não por ser crítica às suas políticas públicas, mas por querer mais dinheiro e preservar seus privilégios.

Dilma, porém, espera sempre que o mundo desabe sobre ela para, no último minuto, tomar alguma atitude, desgastando e cansando as forças políticas que a apoiam.

Fará a mesma coisa desta vez? Esperará a onda golpista ameaçar destruir Brasília para anunciar uma reação política?

Da nossa parte, do campo progressista, os golpistas e os conspiradores sabem que enfrentarão resistência eterna.

Desde alguns meses que, detectados os movimentos golpistas, temos nos mobilizado pelo Brasil inteiro. E continuaremos nos mobilizando.

Apertem os cintos! Agosto começou!

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