Para construção de um novo Brasil: consulta popular, eleições gerais e Assembléia Constituinte

Frente Brasil Popular deve abrir o debate acerca da proposta de um plebiscito que convoque imediatamente novas eleições, essa é a posição honesta, a posição a ser defendida. O caminho válido nos obriga a resgatar a soberania do voto

Frente Brasil Popular deve abrir o debate acerca da proposta de um plebiscito que convoque imediatamente novas eleições, essa é a posição honesta, a posição a ser defendida. O caminho válido nos obriga a resgatar a soberania do voto
Frente Brasil Popular deve abrir o debate acerca da proposta de um plebiscito que convoque imediatamente novas eleições, essa é a posição honesta, a posição a ser defendida. O caminho válido nos obriga a resgatar a soberania do voto (Foto: Pedro Maciel)


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Tenho dito que a corrupção é sistêmica e estrutural e não só no Brasil, como os sempre eloquentes vira-latas gostam de dizer por ai com ares cosmopolitas (aliás, esses não passarão de vira-latas sempre prontos a lamber os sapatos, ou coturnos, de qualquer um que lhes garanta a manutenção e ampliação de seus privilégios e "direitos adquiridos").

Vamos por partes desenvolver o argumento, para ao final recuperar a ideia de um texto que o 247 publicou e apresentar uma proposta.

Sobre a corrupção sistêmica. Bauman tem uma frase que resume bem a ideia da corrupção sistêmica: "o capitalismo é especializado na criação de problemas, não na sua resolução", porque o esse sistema econômico é essencialmente um parasita e como todos os parasitas, ele prospera apenas quando pode explorar outro organismo do qual pode alimentar-se e sempre o faz causando danos para o anfitrião e destruindo as condições de sua própria sobrevivência, mas ante disso os diversos atores econômicos, protagonistas ou coadjuvantes, corrompem e através desse método contenam à morte civilizações inteiras.

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O Diário do Centro do Mundo nos apresentou uma entrevista com Henry Mintzberg, que é professor da universidade canadense McGill, em Montreal, ele mesmo que defendeu em um artigo publicado em seu blog que a diferença entre os corruptos americanos e brasileiros é que a corrupção no Brasil é criminalizada e ela pode ser processada, entanto a maior parte da corrupção encarada pelos Estados Unidos é legal, e seus perpetradores não podem sofrer sanções da Justiça.

E não é só. De acordo com a Transparência Internacional, o escândalo da Petrobras é o segundo maior do mundo, no entanto, a legalização do lobby e do financiamento empresarial norte-americano tornaria teoricamente mais difícil a apuração da corrupçãor por lá, ou seja, lá a corrupção foi institucionalizada, legalizada e pode acontecer livremente e sem interferência jurídica alguma.

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Ou seja, no sistema capitalista sempre haverá corrupção, cabe ao Estado e à sociedade atenção e combate.

Sobre a corrupção estrutural. Os nossos vira-latas também gostam de dizer o quanto nos EUA há rigor no combate à corrupção e dão como exemplo dessa certeza colonizada o acordo que obrigará a Odebrecht a pagar uma multa milionária nos Estados Unidos para não ser processada por lá.

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Afirmam os incautos que casos de corrupção são tratados exemplarmente por lá, assim como todas as formas de corrupção empresarial, como o pagamento de propinas a agentes públicos em troca de vantagens comerciais.

Mas essa não é a verdade, pois nos EUA há corrupção institucionalizada e, em vez de combatê-la, decisões judiciais tornaram a prática legal e de difícil detecção por lá.

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E lá a compra de políticos eleitos é rotina em Washington e nas capitais estaduais, a corrupção nem sempre implica a quebra da lei e ocorre quando, pois os políticos agem em favor de certos interesses em detrimento do bem comum, ou seja, na prática, a corrupção política é legal nos Estados Unidos. Ela é estrutural.

Na terra dos bravos em vez de entregar malas de dinheiro a governantes em troca de favores, poderosos nos EUA fazem valer seus interesses hoje dando cheques anônimos para comitês eleitorais independentes ou contratando ex-congressistas como consultores - tudo sem violar a legislação. Um exemplo disso por aqui foi a presença dos ex-ministros Pedro Malan (Fazenda), Rodolpho Tourinho Neto (Minas e Energia) e Ellen Gracie (Supremo Tribunal Federal) no Conselho de Administração da OGX do, em tese, corruptor Eike Batista.

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Nesse contexto, acredito que as delações concedidas aos aristocratas da república de Curitiba são devastadoras e esclarecedoras, apesar de censuráveis na forma em que são obtidas, pois ignoram direitos fundamentais e de dissimuladas, pois escondem o verdadeiro objetivo de Moro e dos bem-falantes promotores.

Apresentam-se como devastadoras porque revelaram a hipocrisia sob a qual se fundam as relações públicas e privadas, o financiamento de partidos e campanhas eleitorais, sua natureza de indignidade, a estruturação do Caixa 2, os presumíveis sobre-preços impostos aos custos das obras e serviços públicos e a origem da formação da riqueza privada, sempre a partir da apropriação ilegal de recursos públicos.

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São também esclarecedoras na medida em que revela o quanto o sistema de financiamento empresarial de campanha transformou agentes públicos e privados em esquizofrênicos sociais e banalizou o mal; o mal banalizado decorre da sua transformação em algo legalizado e institucionalizado pelo sistema político para atender os interesses privados. A doação empresarial e o patrimonialismo estão na raiz da corrupção, estão na gênese da desumanização, do caos, nas atitudes maléficas.

Mas a ideia de que estamos num momento de destruição das estruturas e instituições é equivocada; penso que tudo que ocorre, mesmo que seja por razões e na extensão que ainda não compreendemos, tem valor e sua dialética haverá de lançar a nação a um estado melhor, pois as coisas não podem ser como pensou Maniqueu, filósofo cristão do século III, que dividia o mundo simplesmente entre Bom e Mau.

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Há reformas fundamentais, mas a primeira e essencial é a reforma política, mas essa reforma não pode ser conduzida por quem está ai, porque são todos corruptos.

A presidência da república, o congresso e o STF estão sob suspeição, isso é inegável, por isso cabe ao povo brasileiro a decisão sobre o futuro do Brasil; me refiro à necessidade de ser realizada uma consulta popular acerca da realização, ou não, de novas eleições ainda esse ano, eleições para a presidência e para renovação do congresso nacional; essa pode ser a única saída legitima e válida para a crise institucional e preservação da democracia, bem como a convocação de uma assembleia constituinte exclusiva.

O problema é que a convocação é atribuição do Congresso Nacional, mas é necessário encontrar saídas que apontem para o retorno da normalidade democrática.

Neste sentido acredito que a Frente Brasil Popular deve abrir o debate acerca da proposta de um plebiscito que convoque imediatamente novas eleições, essa é a posição honesta, a posição a ser defendida.

O caminho válido nos obriga a resgatar a soberania do voto.

É necessário consultar o povo brasileiro. O eleitor deve opinar acerca da pertinência de serem convocadas eleições diretas para a Presidência da República e para o congresso nacional e de uma Constituinte exclusiva, pois não podemos mais conviver com canalhas travestidos de homens públicos, gente envolvida em acusações de corrupção, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, dentre outros crimes.

E o STF? O STF deveria ser dissolvido e suas atribuições assumidas provisoriamente pelos ministros mais antigos do STJ e TST, para após as eleições gerais e no bojo da assembleia constituinte serem estabelecidas novas regras constitucionalmente válidas para indicação, avaliação e nomeação dos novos ministros da corte suprema.

Essa é a ideia, às criticas.

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