Teori e Ulysses: dois ícones e suas mortes semelhantes
O primeiro nunca encontraram os restos mortais, mas é notório que deixou o legado da nossa Constituição Federal, para todos aqueles das gerações futuras. O outro encontraram um corpo poli traumatizado, mas a responsabilidade histórica para finalizar a midiática Operação Lava Jato, ficou para o próximo (a) sucessor(a) num futuro bem breve
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Não tem como falar do desaparecimento precoce do Ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, sem lembrar também o do Dr. Ulysses Guimarães. Ambos eram ícones nacionais, lutavam por um Pais melhor e mais justo; Eram “pedras no sapato” de Presidentes da República e desapareceram num período conturbado de crise político-econômica, coincidentemente em acidentes aéreos.
Aliás coincidências é o que não faltam entre os dois:
1- Ambos acidentes ocorreram entre as cidades vizinhas de Paraty (onde morreu Teori), localizada a apenas 96,3 Km de Angra dos Reis (onde Ulysses também pereceu). Lembrando que o piloto do Sr. Constituinte - Jorge Comemorato, foi encontrado em uma praia a apenas 20 quilômetros de Paraty.
2- Ambos eram Advogados e Professores universitários.
3- Ambos estavam diretamente relacionados a processos que iriam mudar os destinos do País. Ulysses a Constituinte, Teori a operação Lava Jato.
4- Ambos tinham os destinos de Presidentes da República em suas mãos.
5- Ambos eram mocinhos ou vilões para determinados setores da economia e/ou grupos políticos.
6- Ambos tem o mesmo valor histórico para o País
Ulysses e Teori, Teori ou Ulysses… Como não associá-los a teorias conspiratórias? Coincidências históricas ou qualquer semelhança é um fato a ser comprovado?
O primeiro nunca encontraram os restos mortais, mas é notório que deixou o legado da nossa Constituição Federal, para todos aqueles das gerações futuras. O outro encontraram um corpo poli traumatizado, mas a responsabilidade histórica para finalizar a midiática Operação Lava Jato, ficou para o próximo (a) sucessor(a) num futuro bem breve.
Segundo “A História de Mora, capítulo 44: A relação Ulysses Guimarães X José Sarney”, publicada no Jornal O Globo pelo jornalista Jorge Bastos Moreno, “A relação beligerante entre o presidente da Constituinte e o da República crescia a cada capítulo dos direitos sociais votados na Assembleia” e segundo D. Mora na matéria: “a obra-prima do meu marido, originada de uma Constituinte livre e soberana, foi o momento dos grandes embates entre Ulysses e Sarney.” Reveja aqui:
Mais adiante na recente história do Brasil, “ o nome de Temer é citado 43 vezes em delação de executivo da Odebrecht.” Reveja matéria da Folha aqui:
Em todos os dois casos, não faltaram nem motivos e muito menos pessoas, para vê-los fora de combate. Isso também não quer dizer que essas pessoas acima citadas foram diretamente culpadas ou pior, que foram responsáveis pelos respectivos acidentes. Tudo isso não passa de meras indagações para encher linguiças diversas de teorias conspiratórias, que a maioria de nós já ouviu falar.
Todas as atenções agora (após os funerais), serão voltadas para a sucessão de Teori no STF. Muitos competentes serão chamados, mas poucos deles serão os escolhidos. Essa passagem bíblica reflete bem o cenário que está se formando para que integrem a lista tríplice e finalmente seja o(a) escolhido(a). Para ser nomeado (a) pelo Presidente como o(a) novo(a) Ministro(a) da mais alta Corte desse País. Seja ele ou ela, tanto faz, será julgado principalmente pela opinião pública nas redes sociais. Esse fato poderá ter um efeito positivo ou negativo, dependendo de quem seja, na escolha final do(a) candidato(a).
Duas coisas são importantes ressaltar nessa linha de sucessão no STF:
1- Legalmente ele pode, mas moralmente Michel Temer jamais deveria indicar o novo Ministro - E essa decisão deveria ser decidida pelo Pleno do STF - por ser ele próprio (Temer), citado em várias delações premiadas que serão julgadas pelo novo magistrado.
2- Fazer campanha na web a exemplo novelista global Walcyr Carrasco, pedindo a indicação do Juiz de primeira instância Sérgio Moro para o cargo é uma imoralidade. Ou seja, como pode o Juiz do processo ser ao mesmo tempo relator e até julgar em última instância, se todos já sabem pelo andar da carruagem, que ele é totalmente parcial e só pune petistas e simpatizantes?
Se foi “acaso ou o caso” só o tempo e as investigações é que irão dizer. Tudo é possível e nada, nada poderá ser totalmente descartado diante dos fatos.
Podem até me crucificar por traçar esse paralelo entre Teori e Ulysses, mas citando Wiiliam Shakespeare: “ Há mais coisa entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia.”
O que se tem certeza é que tanto Ulysses, como Teori se foram …e suas atuações brilhantes, os tornaram referências impares no combate implacável a epidemia da corrupção, que há muito anos assola o Brasil. Tanto um quanto o outro, tem impresso em sua biografia, as mais altas qualidades que um ser humano gostaria de ter.
Quem sabe lá do céu, num encontro preparado pelo arquiteto do universo, eles possam lá de cima, inspirar-nos aqui embaixo, a zelar, proteger e promover Justiça nas causas mais nobres do nosso país. Ulisses e Teori fizeram falta no julgamento do impeachtment ilegal de Dilma e farão também falta em muitas e muitas injustiças que ainda provirão.
Que descansem em Paz ao lado do Senhor.
Ricardo Fonseca é Publicitário, Editor do Propagando, Colunista do Brasil 247 e Divulgador das causas midiáticas.
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