Dois anos do programa Mais Médicos

Apesar do bombardeio ao Programa, amplificado pela imprensa hegemônica, pesquisa MDA/CNT, realizada em 2013, ano de sua implantação, demonstrava a sensibilidade social dos brasileiros: 73,9% aplaudiam o "Mais Médicos"



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Do total da população brasileira, 62% deveriam ser atendidos pelos serviços da rede pública. 80% dessas necessidades de saúde devem ser resolvidos na rede básica. Desse nível primário de atendimento, 15% seriam encaminhados para as especialidades e apenas 5% chegariam ao nível terciário, que corresponde aos serviços do HU.

O nosso Sistema Único de Saúde (SUS), do ponto de vista filosófico/programático, é um dos mais perfeitos do mundo. Teria tudo para dar certo, não fosse uma pedra no caminho: o nível primário, que deveria atender à maioria absoluta das necessidades básicas de saúde, não funciona. E não funciona porque não existem médicos.

E por que os médicos brasileiros não querem atender na rede básica de saúde?

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O ensino médico nacional é visceralmente elitizado. Qualifica o profissional para atender às especialidades nos consultórios (sem qualquer retorno para o Estado). Isso gerou uma cultura na sociedade e na própria classe, para as quais, o prestígio do médico está intrinsecamente conectado com o seu grau de especialização. Quanto mais especializado mais prestígio.

Do universo das vagas nas faculdades de medicina (privadas e públicas), 89% são preenchidos por alunos inseridos nas classes A e B. Esses jovens - habituados às mordomias urbanas de um bom cinema, praia, restaurantes, concluída a especialização, estão pensando até na decoração do consultório, jamais em se embrenhar nas profundezas do Amazonas ou nas caatingas do semiárido nordestino. O faro aguçado está voltado para a brisa monetária que sopra nas grandes metrópoles. No Brasil, a distribuição geográfica dos médicos está diretamente relacionada com a concentração do PIB. Elementar!

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Do total das vagas de residência médica, 6% são destinados para Saúde da Família e Comunidade (deveriam atender à rede básica), apenas 1/4 delas é preenchido. Os profissionais dessa especialidade correspondem apenas a 0,9% do total dos médicos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) baseou-se no melhor sistema de saúde do mundo – o da Inglaterra - para definir em 2,7 médicos por mil habitantes como o índice ideal para uma boa cobertura de assistência médica. No Brasil esse índice é de 1,8, com uma absurda concentração nos grandes centros urbanos.

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Nefasta consequência: 50 milhões de brasileiros sem assistência médica.

Numa observação mais sensata e sensível, cabe a pergunta: até quando, meu Deus, nossos pobres irmãos que habitam os grotões e rincões desse imenso país teriam que esperar para ter suas necessidades básicas de saúde atendidas?

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O Programa Mais Médicos nasceu a partir de um pacto de cooperação entre a União e a Organização Pan-americana de Saúde, com apoio 'entusiasmado' da OMS.

Além do investimento de 15 bilhões de reais para cobrir despesas com os serviços profissionais de 14 mil médicos e ampliação/construção de unidades de saúde, o Ministério da Educação alterou as normas para implantação de novas faculdades e ampliou/estimulou o preenchimento de vagas para residência médica em saúde da Família e Comunidade.

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Do ministro da Educação Renato Janine: O "Mais Médicos" já garantiu 12,5 mil novas vagas da graduação em medicina e 15,4 mil em residência. E, pela primeira vez na história, a maioria delas longe das capitais.

Outra novidade gratificante é que os nossos profissionais de saúde começaram a despertar para o programa. Esse ano, das mais de 4 mil vagas oferecidas, todas elas foram preenchidas por médicos brasileiros.

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Das repercussões produzidas pelo aumento importante de consultas médicas realizadas no país, deve-se comemorar, essencialmente a redução das internações hospitalares liberando 91 mil leitos da rede pública de saúde.

Apesar do bombardeio ao Programa, amplificado pela imprensa hegemônica, pesquisa MDA/CNT, realizada em 2013, ano de sua implantação, demonstrava a sensibilidade social dos brasileiros: 73,9% aplaudiam o "Mais Médicos".

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Dois anos depois, avaliação desenvolvida pelo Grupo de Opinião Pública da Universidade Federal de Minas Gerais para aferir a satisfação dos usuários, o programa recebeu nota nove, dentro de uma escala de zero a dez.

Nas comemorações dos dois anos de implantação, em meio ao aprofundamente da crise política, uma Dilma Roussef sorridente expressava sua satisfação com o programa: "Faltava médico em tudo quanto era canto. Hoje, nós mudamos essa situação. Todos os 5.570 municípios deste país possuem médicos."

Esse desafio a presidenta venceu!

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