A carne é forte, o governo é que fraqueja

O estardalhaço da mídia também não se atentou, ou não quis se atentar, no envolvimento do alto escalão do governo Temer com os responsáveis por esse prejuízo aos negócios agropecuários do Brasil

Plenário do Congresso durante sessão solene destinada a comemorar o Dia Internacional do Cooperativismo e os 45 anos da Organização das Cooperativas Brasileiras. Em discurso, deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR). Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Plenário do Congresso durante sessão solene destinada a comemorar o Dia Internacional do Cooperativismo e os 45 anos da Organização das Cooperativas Brasileiras. Em discurso, deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR). Foto: Geraldo Magela/Agência Senado (Foto: Zeca Dirceu)


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A Operação Carne Fraca da Polícia Federal, deflagrada na última semana, provocou uma sucessão mal-entendidos sobre a qualidade da carne produzida em nosso país. Todo esforço e trabalho voltado por anos para conquistar um lugar ao sol no mercado estrangeiro, abalados por uma coletiva de imprensa pirotécnica, que ameaça as conquistas das exportações de carnes brasileiras. Importadores já anunciaram restrições temporárias à entrada de carne brasileira em seus territórios.

O que a Operação não destacou foi a ação política por trás desse cenário. Não explicou que a irresponsabilidade de agentes públicos, fiscais do Ministério da Agricultura, foi possível e contínua graças a blindagem e a relação mantida com grandes nomes políticos. Um escândalo que revelou a falta de liderança e de comprometimento com a economia brasileira.

O estardalhaço da mídia também não se atentou, ou não quis se atentar, no envolvimento do alto escalão do governo Temer com os responsáveis por esse prejuízo aos negócios agropecuários do Brasil. Um ministro da Justiça que, quando deputado federal, pressionou a ex-ministra Kátia Abreu a manter no ministério da Agricultura, um superintende do órgão no estado do Paraná, que já respondia por vários processos de corrupção. Ao contrário, o nome do ministro da Justiça, Osmar Serraglio, foi esquecido pelo noticiário, e vimos a imagem da produção de carne no Brasil jogada no limbo.

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Mas o governo não buscou organizar uma estratégia para recuperar e fortalecer o trabalho dos produtores. Não prezou por tudo que foi construído ao longo desses anos pelos governos anteriores para ganhar um mercado externo competitivo. O que se viu foi uma lambança atrás da outra com o mundo inteiro assistindo de camarote. Convidar embaixadores de países importadores de carne brasileira para comer em um estabelecimento que serve carne importada foi lamentável, piada pronta.

Todos esses últimos acontecimentos só demonstram que um governo que tem como base o impeachment, o golpe, não tem legitimidade nem competência para representar um país. O que está claro a cada dia é que estão jogando fora tudo o que foi concretizado desde 2003 com o presidente Lula. Sua gestão avançou na produção agropecuária com novos financiamentos, programas de recuperação e renovação da agricultura tanto para grandes quanto para pequenos produtores. O ex-presidente consolidou a economia interna do país, o que foi refletido para o resto do mundo.

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Lula buscou o nosso protagonismo mundial com o crescimento do nosso papel na economia, conseguiu destaque com as conquistas sociais por meio dos programas de combate à desigualdade social implantados nesses últimos 13 anos e reconhecidos em vários países.

São esses motivos que comprovam o que temos repetido, desde que o governo ilegítimo de Michel Temer tomou o poder, que o Brasil precisa de líderes que lutem por nossos direitos, que lutem pela nossa economia, que não favoreçam pequenos grupos em detrimento dos mais pobres, dos trabalhadores e trabalhadoras. E que defenda nossa produção no exterior, afinal nossa carne possui uma qualidade testada e aprovada por países importadores.

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Só um a retomada da democracia, com governo escolhido no voto e que compreende a realidade e as demandas do país, por experiência própria, pode fazer valer o nosso papel de destaque no mundo, a partir de 2018. Fortalecendo novamente as exportações e aquecendo o mercado interno, com um mínimo de entendimento social e político.

A Carne Fraca não pode resultar em mais retrocessos, ou em aventuras extremistas. Mas na escolha popular pela volta do nosso desenvolvimento.

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