Democratização das mídias, plebiscito da reforma política e comunicação do Estado

Não dá mais para se fingir de cego, mudo e surdo. Não tem mais cabimento para o Brasil, a sétima maior economia do mundo e onde viceja uma democracia consolidada ser ainda vítima de golpes e trapaças praticados por uma "elite" carcomida pelo tempo



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Vamos direto ao ponto: se a presidenta Dilma Rousseff, o Partido dos Trabalhadores e o Governo Trabalhista não efetivarem o marco regulatório para os meios de comunicação — um dos poucos setores importantes da economia não regulado —, vai continuar a comer um dobrado, porque as tentativas sistemáticas de golpes institucionais e políticos vão ser a tônica, como tem acontecido no Brasil, principalmente a partir do segundo ano de Governo Dilma.

O PT e o Governo Popular que acabam de vencer uma das eleições mais difíceis da história da República tem a obrigação de compreender que a direita partidária, a burguesia brasileira em geral, por intermédio de seu braço midiático ideologicamente conservador e golpista jamais vão amenizar seus discursos agressivos e rancorosos, de conteúdos preconceituosos, vingativos e fascistóides, a exemplo das palavras do candidato derrotado, Aécio Neves, no plenário do Senado. Apesar de o tucano tergiversar, ficou claro que se tem alguma coisa que a oposição de direita não quer e nunca vai querer é ter qualquer diálogo com o Palácio do Planalto.

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Não deve o Governo esquecer também dos senhores tucanos, o senador Aloysio Nunes Ferreira e o deputado federal, José Aníbal, que se mostraram contrários ao diálogo com o Governo, bem como apoiaram os movimentos de conotações golpistas de sábado passado, que contestaram os resultados das eleições presidenciais, além de considerarem pertinente a decisão de o PSDB pedir a recontagem dos votos junto ao TSE. A intenção foi prontamente rechaçada pelo tribunal, que se mostrou indignado com a paranoia conspiratória dos tucanos, sendo que alguns desses políticos emplumados falaram até sobre um possível impeachment de Dilma. Absurdo, pois total desfaçatez.

O pedido insensato de recontagem de votos de uma eleição limpa e livre de ocorrências graves, como a de 2014, foi feito por meio de ação do deputado Carlos Sampaio, tucano de Campinas conhecidíssimo por suas diatribes políticas e ações e atos ridículos, como, por exemplo, ter questionado, em 2013, na Procuradoria Geral da República (PGR), as roupas vermelhas usadas pela presidenta Dilma Rousseff. Surreal. Porém, acredite: o episódio mequetrefe e digno de uma comédia pastelão aconteceu.

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O PSDB ataca, bate, acusa, denuncia e realiza ações antidemocráticas, porque judicializa a política e criminaliza seus adversários — o PT e seus aliados, além de apoiar e ser apoiado por setores reacionários, que odeiam a democracia e, com efeito, detestam a ascensão social dos pobres e de tudo aquilo que pode libertar o Brasil das amarras do subdesenvolvimento, da dependência e do jugo dos países considerados desenvolvidos e com históricos colonialistas.

Dissimulados e matreiros, os tucanos preferiram chamar a recontagem, que foi negada pelo TSE, de "auditoria especial", o que é a mesma coisa, pois se trata apenas de uma ilação metafórica e que tem, na verdade, o propósito de colocar o Governo Trabalhista contra a parede, sem dar trégua, mesmo após a decisão do povo brasileiro de reconduzir a candidata Dilma Rousseff ao cargo de presidenta da República.

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O resto é história de assombro publicada e veiculada pelos oligopólios e monopólios do setor midiático, que lutam principalmente para manter seus privilégios e seus poderes e influências intactos, mesmo a fazer, de forma sistemática e perene, uma oposição política que ultrapassa os limites do bom senso, da legalidade e da razoabilidade, pois que rasga muitos preceitos do estado de direito, pois é evidente que esses oligopólios familiares interferem, inegavelmente, no processo político brasileiro, às vezes até de forma criminosa.

Crimes investigados como os ocorridos nos casos de Época e Veja, em parceria com o bicheiro Carlinhos Cachoeira e o senador cassado, Demóstenes Torres, somente para citar apenas um caso, porque existem muitos outros, que nunca foram investigados para valer e seus autores punidos. O bicheiro e o ex-senador estão soltos, enquanto José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares, por exemplo, foram para a prisão em que juízes se basearam no "domínio do fato", sendo que suas respectivas culpas não foram até hoje comprovadas. Uma lástima a Justiça deste País, que necessita urgentemente ser reformada por intermédio de um plebiscito.

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A Justiça, o sistema político e os meios de comunicação precisam de uma mini constituinte, cujo oxigênio é o plebiscito, com seus coordenadores legais a falar e explicar, por intermédio de inserções na televisão, sobre o que se trata, bem como o que vai melhorar para a sociedade, no que diz respeito ao País ter uma legislação partidária, política e eleitoral mais moderna e fiscalizadora, livre de interferências e financiamentos da iniciativa privada, onde atua e age a grande maioria dos corruptores.

No Brasil, fala-se muito dos corruptos e pouco dos corruptores. Por motivos óbvios, é claro. É como se fosse assim: aos empresários tudo! Até o direito de corromper livremente. E, de fato, é o que acontece, mas com o plebiscito da reforma política as coisas nesse setor vão melhorar para o povo brasileiro. Só que tem uma coisa: por causa desses motivos elencados é que a reação, por meio dos canais privados e concessionários de televisão, realiza uma propaganda caluniosa, injuriosa e mentirosa contra o marco regulatório para os meios de comunicação.

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Esse processo insidioso e difamatório propagado pelas mídias privadas controladas por meia dúzia de famílias bilionárias tem de ser plenamente combatido pelo Governo Trabalhista e Popular de Dilma Rousseff. Os meios para isso são exatamente as mídias conservadoras de históricos golpistas. O Governo tem dar publicidade, realizar inserções sobre o plebiscito da reforma política e também explicar à população brasileira que o marco regulatório é tão importante quanto às reformas política e judiciária. Do contrário, fica tudo com dantes no quartel de Abrantes.

Além disso, o Brasil precisa de mais do fortalecimento, da modernização e da ampliação do sistema midiático do Estado. Os meios de comunicação estatais, através de televisões, rádios, internet e publicações, tem de chegar aos lares do povo brasileiro, como acontece na Inglaterra, na França, na Espanha, na Suécia e em Portugal, somente para dar cinco exemplos, porque existem muito mais.

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Os magnatas bilionários de todas as mídias cruzadas, seus empregados, a burguesia em geral e os coxinhas de classe média consumidores de seus produtos mequetrefes e rastaqueras adoram esses países, os consideram exemplos de administração e referências de sociedades civilizadas. Inclusive "aceitam" que tais países possuem meios de comunicações estatais fortes e abrangentes.

Por que, então, essa gente repetidora das papagaiadas da imprensa de negócios privados fica a falar bobagens maledicentes e matreiras quando se trata do Brasil? Disseminadores de um papo que não cola mais e que teima em evidenciar termos ridículos e propositalmente sórdidos e levianos como "bolivariano", "venezuelização", "cubanização" e outras idiotices sem fundamento, porque não retratam a realidade dos fatos e dos acontecimentos de um Brasil independente e que luta para emancipar seu povo, bem como protegido pelo estado democrático de direito.

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Contudo, respondo por que tais grupos reagem à democratização total da sociedade brasileira. Primeiro, porque detestam a democracia, pois uma sociedade democrática abre as portas da educação, da saúde, da mobilidade social (ir e vir), do emprego, do consumo e do acesso a bens duráveis, como carros, eletroeletrônicos, casa própria, além de prazeres até então destinados àqueles que pensam até hoje que Deus os abençoou com um mundo VIP, cheios de privilégios e prazeres, como irem ao cinema, teatro, restaurantes, shoppings, aeroportos, dentre muitas outras coisas.

Ressalto ainda que uma das características dos abastados (burgueses e pequenos burgueses) é a territorialidade. Fator de imensa importância para as classes dominantes, que detestam verificar e perceber que os pobres se deslocam para seus bairros não apenas na condição de empregados de certa "elite". Nos últimos tempos, a burguesia está a dividir suas praias ou lugares de lazeres, entretenimentos, e, evidentemente, também os educacionais, a exemplo das universidades públicas, que hoje tem suas cadeiras ocupadas por negros e pobres, independente de suas naturalidades e origens sociais e regionais.

É muito duro para essa gente egoísta, preconceituosa e muitas vezes violenta dividir o mundo, o planeta, apesar de que depois de morta nem o buraco para ser enterrada escolhe. O Governo Dilma Rousseff não tem mais o direito de empurrar com a barriga, protelar ou fazer ouvidos moucos sobre a efetivação da Ley dos Médios ou do marco regulatório para os meios de comunicação, tão necessários ao povo brasileiro e à segurança institucional do Brasil.

Não dá mais para se fingir de cego, mudo e surdo. Não tem mais cabimento para o Brasil, a sétima maior economia do mundo e onde viceja uma democracia consolidada ser ainda vítima de golpes e trapaças praticados por uma "elite" carcomida pelo tempo, saudosa de ditaduras, nostálgica dos tempos coloniais e corrompida por sua própria iniquidade. A democratização dos meios de comunicação, juntamente com o plebiscito da reforma política, são as ordens do dia. O resto é perfumaria. É isso aí.

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