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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Lula mobiliza trabalhadores contra juros altos que inviabilizam o setor produtivo

O alerta presidencial de Primeiro de Maio é, portanto, um grito de guerra contra a financeirização

(Foto: Ricardo Stuckert )
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O presidente Lula, em Primeiro de Maio, deu o troco ao Congresso, que obteve, apenas, vitória de Pirro, ao sustentar desonerações para os capitalistas em prejuízo dos trabalhadores, porque, afinal, o parlamentarismo neoliberal que tomou conta do legislativo transforma-se em veneno para as próprias empresas, a serem afetadas pela redução do consumo como resultado econômico, social e político final.

O presidente está enxergando longe o desastre da radicalização parlamentarista neoliberal inconstitucional: ele deu forte cutucada no mercado financeiro e na classe rentista, que apoiam neoliberalismo parlamentarista equivocado, propensos a parar o País com austeridade fiscal; comprometem o setor produtivo, que pode ir à bancarrota, como periga, por exemplo, as Casas Bahia, cujo endividamento financeiro especulativo nos bancos está levando-a demitir milhares de trabalhadores e ameaçar calote na praça.

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A grande varejista, enforcada nas dívidas, pode ter seu patrimônio sequestrado pelos banqueiros, que emprestam a juro alto, num cenário de incerteza.

A pressão, agora, é para que o Estado estatize os prejuízos das empresas privadas, garantindo-lhes desonerações fiscais e tributárias, para não irem à bancarrota.

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A própria classe capitalista produtiva se equivocou historicamente nessa era neoliberal, defendendo ajuste fiscal neoliberalizante que condena à morte as próprias empresas, afetadas pela redução dos salários dos trabalhadores, como fruto das reformas neoliberais.

“A gente faz desoneração quando o povo pobre ganha, quando o trabalhador ganha, mas fazer desoneração sem que ele sequer se comprometam a gerar um emprego, sem sequer dar garantias trabalhistas, eu digo: no nosso país não haverá desoneração para favorecer os mais ricos e sim para favorecer aqueles que trabalham e vivem de salário”, disse o presidente Lula.

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A desoneração é o perdão de dívidas para que os capitalistas paguem menos imposto sobre folhas de pagamento, o que afeta a renda da aposentadoria para os trabalhadores; trata-se da receita de subconsumismo cruel, introduzida pelas reformas neoliberais bolsonaristas trabalhistas e previdenciárias.

Cinicamente, os capitalistas anunciam nova reforma da previdência, se o Estado, graças a tais reformas, não recebe arrecadação afetada pela queda do poder de compra da classe trabalhadora.

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Os trabalhadores pagam mais contribuição para as aposentadorias, mas não recebem benefícios em forma de reajustes salariais, como resultado da reforma neoliberal trabalhista aprovada pelos bolsonaristas fascistas.

O subconsumismo dos trabalhadores resultam, para o governo, em penúrias fiscais, que se traduzem em maiores juros para compensar o risco que o endividamento governamental representa com a economia desacelerada pela redução do poder de compra dos salários.

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Juros altos e manutenção da desoneração tributária para os ricos culminam com redução dos salários, que produz, apenas, empregos precarizados, sem valor agregado, preço alto pago pela desindustrialização neoliberal.

Os capitalistas atiram no próprio pé, com redução do consumo agregado nacional; empresas outrora fortes, como as Casas Bahia, que dominavam o mercado varejista, com preços competitivos, sucumbem no cenário da financeirização econômica que os juros especulativos promovem.

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FUTURO INCERTO

Os empresários dão preferência para as aplicações financeiras, onde podem ter lucros maiores do que na produção e no consumo, afetados pelo poder de compra cadente da população; no limite, quem defende a desoneração, acabará sendo prejudicado; queda no consumo gera bancarrotas.

O fantasma da quebradeira ameaça os capitalistas que defendem medidas que resultam em mais queda do consumo, como é o caso da desoneração tributária; o governo, ao arrecadar menos, investe menos e afeta o consumo que bate negativamente no caixa das empresas, depois de aniquilar trabalhadores.

Já se pode ver o que acontecerá com as Casas Bahia e outras de porte semelhante, repetindo o que aconteceu com as Lojas Americanas, obrigadas a se endividarem, nos bancos, por conta da redução do consumo e do crédito na praça: futuras quebradeiras, portanto, estão à vista diante do arcabouço fiscal neoliberal que o Congresso está apoiando; fraudes nos balanços para esconder prejuízos e fingir lucros para continuar valorizando ações prepararam estouros inevitáveis.

Antes que isso possa acontecer, é previsível que venha aí desestatizações das redes comerciais brasileiras, sendo compradas barato, a prazo, a juros baixos, pelo capital financeiro nacional e internacionais que se unem em torno de fundos especulativos, para adquirir as melhores ofertas na periferias capitalistas quebradas pela financeirização especulativa.

A desnacionalização acelerada começa acontecer nas redes de grandes lojas, candidatas a serem engolidas por grandes grupos oligopolizados nacionais e internacionais.

O alerta de Lula contra os juros altos, especulativos, inimigos da produção, do consumo e dos investimentos é o prenúncio da decadência da própria burguesia nacional, em processo de bancarrota irreversível sob financeirização econômica especulativa.

O alerta presidencial de Primeiro de Maio é, portanto, um grito de guerra contra a financeirização por meio da mobilização dos trabalhadores.

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