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Heraldo Campos

Graduado em geologia (1976) pelo Instituto de Geociências e Ciências Exatas (UNESP), mestre em Geologia Geral e de Aplicação (1987) e doutor em Ciências (1993) pela USP. Pós-doutor (2000) pela Universidad Politécnica de Cataluña - UPC e pós-doutorado (2010) pela Escola de Engenharia de São Carlos (USP)

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O ouro de Taubaté

O ouro acabou aparecendo nos sertões de Taubaté

Barra de ouro (Foto: Reuters)
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Citei em artigo recente [1] que estou lendo, a conta gotas, “O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil” de Darcy Ribeiro e, dessa vez, me chamou a atenção que o autor nesse livro na página 336, segundo parágrafo, diz que “O ouro acabou aparecendo nos sertões de Taubaté, primeiro em garimpos pobres, que só estimulavam as buscas; depoís em aluviões prodigiosamente ricos de morrarias de Minas Gerais, cuja exploração transfiguraria toda a sociedade colonial brasileira e, levado para a Europa, alteraria o padrão monetário. (…).”

Como não tinha registro na memória de ter ouvido falar em algum momento sobre esse ouro de Taubaté, uma rápida pesquisa na internet revelou que “A primeira grande descoberta deu-se nos sertões de Taubaté, em 1697, quando o então governador do Rio de Janeiro Castro Caldas anunciou a descoberta de “dezoito a vinte ribeiro de ouro da melhor qualidade” pelos paulistas. Neste mesmo ano, em janeiro, a Coroa havia enviado a Carta Régia onde prometia ajuda de custos de R$ 600.000/ano ao Governador Arthur de Sá para ajudar nas buscas pelos metais preciosos.” [2]

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Por outro lado, muito tempo depois, na terra dos taubateenses Monteiro Lobato, Hebe Camargo, entre outros, a corrida do ouro, aparentemente, não teve muito sucesso nos “sertões de Taubaté”; nesse período, nos anos 90 do século passado, se verificava uma intensa atividade de extração de areia de leito de rios e de cavas [3], com mais de uma centena de frentes de lavra, para emprego na construção civil no Vale do Paraiba. Grosso modo, essa atividade permanecia muito forte na primeira década desse século atual. A pergunta que fica é: como estará agora essa atividade minerária no campo e que acelera e predispõe o aumento do desequíbrio natural das bacias de drenagem?  

Entendo que o grande ouro, a jóia, de Taubaté e da região, eram os povos originários que foram detonatados de seus territórios e colocados à margem da história valeparaibana como, lamentavelmente, vem acontecendo nos dias de hoje na Amazônia e em outras regiões do país, com uma fiscalização deficitária no campo para com essa atividade degradadora do meio ambiente, que é o garimpo predatório do ouro. 

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“O conhecimento do Homem depende principalmente da sua atividade na prática de campo, pois desta maneira vai compreendendo gradativamente os fenômenos, as propriedades e as leis da natureza, bem como as relações entre ele próprio e a natureza. (…).” [4] 

Fontes

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[1] Artigo “Prístino”.

https://cacamedeirosfilho.blogspot.com/2024/03/pristino.html?view=magazine

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[2] Artigo “História do Ouro no Brasil”. 

https://www.infoescola.com/historia-do-brasil/historia-do-ouro-no-brasil/

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[3] Artigo “Situação dos recursos hídricos subterrâneos e superficiais no Litoral Norte, Bacia do Paraíba e Mantiqueira Paulista (SP)”.

https://aguassubterraneas.abas.org/asubterraneas/article/view/24357

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[4] Artigo “Sobre a prática de campo”

https://www.alumni.usp.br/coletanea-de-artigos-por-onde-a-agua-passa-de-geologo-ex-aluno-da-usp/

*Heraldo Campos é geólogo (Instituto de Geociências e Ciências Exatas da UNESP, 1976), mestre em Geologia Geral e de Aplicação e doutor em Ciências (Instituto de Geociências da USP, 1987 e 1993) e pós-doutor em hidrogeologia (Universidad Politécnica de Cataluña e Escola de Engenharia de São Carlos da USP, 2000 e 2010). 

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