As despesas milionárias de Juan Guaidó e sua comitiva, expostas em um relatório
Além das doações dos Estados Unidos e da Europa, Guaidó se financia com o sequestro de bens do governo venezuelano no exterior
Sputnik Mundo - Um relatório revelou que o líder da oposição venezuelana Juan Guaidó gasta mais de US$ 9.000 por dia em suas atividades e, em dois anos, distribuiu milhões entre uma equipe de 100 funcionários e 6.000 militantes. Além das doações dos Estados Unidos e da Europa, Guaidó se financia com o sequestro de bens do governo venezuelano no exterior.
Desde 2019, quando o ex-deputado da oposição Juan Guaidó decidiu se autoproclamar "presidente responsável" da Venezuela, os venezuelanos pagaram mais de 34 mil dólares por mês para custear uma estrutura governamental de cerca de 100 pessoas.
O número faz parte de um relatório revelado por Eduardo Semtei, líder do partido Avanzada Progressista, uma formação política contrária ao governo de Nicolás Maduro, mas que denunciou o uso indiscriminado de fundos venezuelanos no exterior apropriados por Guaidó e seu governo 'paralelo'.
Os dados divulgados pela Avanzada Progresista mostram que, nos últimos 24 meses, a estrutura paralela montada por Guaidó gastou um total de 828.480 dólares. O valor foi utilizado para manter uma equipe de aproximadamente 100 pessoas entre advogados, guarda-costas, secretários, comunicadores, administradores de redes sociais e até "jornalistas independentes".
Os números mostram uma média de 1.134 dólares gastos por dia pela equipe de Guaidó.
Mas esses gastos são pequenos se comparados aos destinados exclusivamente aos movimentos de Guaidó e sua comitiva mais próxima. Os dados divulgados pelo Avanzada Progresista indicam que desde o início de sua operação contra Maduro, Guaidó gastou 6,6 milhões de dólares em seu círculo íntimo.
Com efeito, Guaidó destina uma média de 278.138 dólares por mês, ou 9.144 dólares por dia, a despesas "totalmente destinadas às atividades de Guaidó e seu círculo mais próximo e para uso discreto e muito pessoal".
O aparato de Guaidó também distribui dinheiro para pagar cerca de 6.000 militantes do chamado 'G4', os quatro partidos políticos que ainda mantêm sua gestão paralela: Primero Justicia, Acción Democrática, Un Nuevo Tiempo e Voluntad Popular.
De acordo com o relatório do Avanzada Progressista, 1.500 membros de cada um dos partidos receberam "entre um mínimo de 50 dólares e um máximo de 350 dólares por mês" durante os últimos 24 meses. Os pagamentos totalizam US$ 23,8 milhões gastos nos últimos 24 meses, uma média de quase US$ 1 milhão por mês.
Enquanto isso, a 'Assembleia Nacional do governo', uma espécie de legislatura desprezada criada por Guaidó, gastou uma média de 859.900 dólares por mês ou 28.270 dólares por dia em seu funcionamento. No total, nos últimos 24 meses, este órgão paralelo incorreu em uma despesa de 20,6 milhões de dólares.
Os dados apresentados por Semtei surgem, como explicou, dos próprios números divulgados pelo 'Banco Central da Venezuela - Conselho Administrativo Ad Hoc', um banco central paralelo também criado por Guaidó com o objetivo de identificar e apropriar os ativos financeiros que a Venezuela tem fora.
De fato, o aparato montado por Guaidó tem como principal fonte de financiamento os ativos da Venezuela no exterior, que o aparelho do ex-deputado da oposição considera como “ativos recuperados”.
De acordo com o site do suposto Banco Central controlado por Guaidó, a manobra "recuperou" 347 bilhões de dólares de contas no Citibank de Nova York e mantém em "processo de recuperação" 1,9 bilhão de dólares em bancos londrinos, incluindo as devidas 32 toneladas de ouro com o apoio do governo britânico.
Mas não foram as únicas fontes de financiamento de Guaidó. De acordo com uma reportagem jornalística expedida pela Assembleia Nacional da Venezuela, a oposição recebeu, entre 2020 e 2021, um total de 841 milhões de dólares para “assistência humanitária”, principalmente dos EUA, União Europeia, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e USAID, a agência norte-americana para distribuição de assistência financeira no exterior.
