Chanceler argentino diz ser contra sanções, apesar de o país ter condenado a guerra na Ucrânia
"A Argentina está pedindo a paz, para desescalar o conflito, com o qual não consideramos que as sanções unilaterais sejam um mecanismo para gerar a paz", afirmou Santiago Cafiero
247, Agência RT - O chanceler argentino, Santiago Cafiero, descartou nesta quinta-feira que seu país está contemplando a possibilidade de aplicar sanções contra a Rússia, considerando que esse mecanismo coercitivo não permite "gerar paz ou harmonia".
A Argentina foi um dos 94 países que copatrocinaram o documento da Organização das Nações Unidas (ONU) contra a ação militar russa na Ucrânia. Apesar deste posicionamento, o chanceler argentino não acredita que as sanções contra a Rússia, governada pelo presidente Vladimir Putin, sejam o melhor caminho para encerrar o conflito em solo ucraniano.
"A Argentina está pedindo a paz, para desescalar o conflito, com o qual não consideramos que as sanções unilaterais sejam um mecanismo para gerar a paz e gerar novamente a harmonia, ou gerar uma mesa de diálogo franca para que o conflito subjacente seja resolvido, que está salvando vidas", disse o chanceler nesta quinta-feira em entrevista coletiva na Casa Rosada.
A posição do chanceler está alinhada com a expressa há dias pelo presidente argentino, Alberto Fernández, que optou pelo "diálogo" e pelos canais diplomáticos para a resolução do conflito na Ucrânia.
Por outro lado, Cafiero confirmou hoje a saída de todo o pessoal diplomático da embaixada argentina em Kiev. "Dei instruções para evacuar. Durante nossa madrugada estávamos realizando uma operação de transferência para a embaixadora [Elena Leticia Mikusinski], sua filha e o cônsul [Yusef Saber], que é a última parte da equipe diplomática que tinha", apontou.
O ministro das Relações Exteriores explicou que a operação foi realizada de madrugada, "durante o toque de recolher que vigorava em Kiev", o que permitiu um salvo-conduto e a retirada de pessoal da Ucrânia.
"Para nós, o caminho é sempre o da paz", insistiu Cafiero, após destacar que seu país, como membro da Agência da ONU para Refugiados, está disposto a receber solicitantes de refúgio.
Por outro lado, diante do pedido da oposição argentina para tirar do ar os canais russos que transmitem no país sul-americano, o chanceler relutou em uma medida dessa natureza.
"A Argentina é contra este pedido porque valorizamos a liberdade de imprensa", destacou.
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