Crise de fertilizantes faz OEA declarar emergência na América Latina

Por ARN - A Organização dos Estados Americanos (OEA) declarou emergência na América Latina devido à atual crise de fertilizantes , conforme confirmou nesta quinta-feira o embaixador do Peru na organização, Harold Forsyth.

"É a primeira vez na história que a OEA entra em uma questão tão complexa quanto a dos fertilizantes. A OEA declarou uma emergência na região para que possamos enfrentar os riscos da segurança alimentar", disse Forsyth em diálogo com Rádio Programas do Peru (RPP).

Desde antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, os produtores agrícolas enfrentavam escassez e aumento dos preços dos insumos agrícolas internacionalmente devido a problemas na cadeia de suprimentos global. Alguns países conseguiram armazenar fertilizantes por meio de compras antecipadas, mas a grande dúvida é se haverá oferta suficiente para o segundo semestre de 2022.

“Tem havido uma competição acirrada no mundo e, obviamente, isso nos pegou desprevenidos, não apenas o Peru, mas todos nós, exceto alguns países individuais que aparentemente, por razões de seu próprio solo, têm esse elemento vital. A OEA já declarou emergência na região por causa disso ", acrescentou o embaixador peruano.

Forsyth especificou que, como parte desta declaração, o secretário-geral da OEA, o uruguaio Luis Almagro, dará "passos imediatos" com o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Banco de Desenvolvimento da América Latina "para gerar os recursos que permitir-nos enfrentar os riscos para a segurança alimentar regional".

"O que vamos precisar são recursos, ou seja, dinheiro. Consequentemente, o que está sendo feito é chamar as instituições financeiras para agir e esses são provavelmente os próximos passos que o secretário-geral dará. Temos um acordo para o dia 21 de junho com o questão novamente para medir como o impacto vem", disse ele.

O Peru declarou o setor agrícola em situação de emergência por 120 dias em 20 de março, em decorrência da covid-19 e do aumento dos preços dos fertilizantes.

A situação de fertilizantes é especialmente relevante para a América Latina, já que a maioria dos países da região são grandes importadores. O Brasil tem fertilizante até outubro. Conforme confirmado pela ministra da Agricultura daquele país, Tereza Cristina, o impacto para os consumidores depende da duração da invasão russa. Sem esses produtos, a tendência é que a baixa oferta eleve o preço dos alimentos.

"O preço do trigo disparou porque a Ucrânia é um grande produtor e isso influencia o mercado mundial. Achamos que vai ter um aumento, sim. Quanto? A soja já subiu e já caiu um pouco. O milho já subiu. e já diminuiu um pouco. Temos que monitorar e reduzir os impactos", garantiu Cristina.

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: