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Partidos governistas chilenos apresentam nesta terça-feira nova proposta de processo constitucional

Setores da direita se opõem à eleição de nova convenção e propõem em seu lugar uma comissão de especialistas

Partidos governistas chilenos apresentam nesta terça-feira nova proposta de processo constitucional (Foto: divulgação)

247 - Os partidos que apoiam o governo chileno apresentam nesta terça-feira (27) uma proposta unificada sobre o processo constitucional que propõe uma convenção conjunta eleita com assentos reservados aos povos indígenas.

Uma reunião de mais de duas horas realizada na noite desta segunda-feira na sede do Congresso Nacional em Valparaíso entre as coligações Aprova Dignidade e Socialismo Democrático concluiu com mais de 90 por cento dos acordos, informa a Prensa Latina. 

Hoje estão lançadas as bases para o que será o documento que os partidos governistas vão apresentar ao país, declarou ao final da reunião o deputado Marcos Ilabaca, do Partido Socialista.

Por sua vez, o presidente da câmara baixa e anfitrião do encontro, Raúl Soto, do Partido para a Democracia, qualificou o encontro como bastante positivo e acrescentou que a ideia é estabelecer a maior aproximação possível com as diretrizes deste processo constitucional. 

Os partidos do governo esperam chegar na quinta-feira com um documento acordado na reunião com o restante das forças políticas representadas no Congresso Nacional. 

A aliança de direita Chile Vamos já anunciou sua proposta que, entre outros aspectos, propõe um comitê de especialistas, escolhidos pelos parlamentares, para redigir os princípios da nova Carta Magna.

Em recente comunicado, cerca de uma centena de organizações sociais denunciaram a tentativa de setores conservadores de “sequestrar” o processo constitucional e impedir o livre exercício da soberania popular.

O texto lembra que a demanda por uma nova lei fundamental para substituir a Constituição vigente desde a ditadura (1973-1990) surgiu a partir dos protestos de 2019.

“Queremos alertar que não haverá paz social se os setores que defendem o status quo tentarem trazer o estado de coisas de volta ao Chile antes do surto social”, disseram.

Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos do Chile, Carlos Margotta, com sua manobra, os setores conservadores podem provocar uma nova mobilização como a de 2019.