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América Latina

Camila Vallejo: socialismo chileno será ecologista e feminista

Deputada comunista aposta no retorno da esquerda ao governo depois de 50 anos e defende programa de mudanças profundas

Camila Vallejo (Foto: Reprodução)
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Opera Mundi - No programa SUB40 desta quinta-feira (26/08), o fundador de Opera Mundi, Breno Altman, entrevistou a deputada nacional eleita pelo Partido Comunista do Chile Camila Vallejo, que também é geógrafa e foi uma das principais lideranças estudantis nos protestos que tomaram o país em 2011.

A grande aposta de Vallejo é nas eleições presidenciais, que acontecerão em novembro, é no candidato da coalizão de esquerda liderada pela Frente Ampla e os comunistas, Gabriel Boric. Para ela, a esquerda não só poderia retomar a via democrática em direção ao socialismo iniciada por Salvador Allende, mas levá-la além: “Não basta mais com o socialismo, o Chile precisa de um socialismo ecologista e feminista. Estamos ampliando o nosso olhar porque o nosso tempo exige essa amplitude, superando o patriarcado e um modelo predador, reconhecendo e respeitando a integração e autonomia dos povos originários”.

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A deputada discorreu sobre a luta que deverá ser travada até o pleito, combatendo a direita radical e o centro, a imprensa, as elites e o imperialismo estadunidense que, segundo ela, atacam constantemente a democracia chilena.

“Temos que estar preparados ante uma vitória de Boric. Qualquer programa transformador não requer só a vontade do presidente, mas a vontade dos cidadãos de defendê-lo até o final. Então não podemos abandonar o trabalho de rua e precisamos ter disciplina nesse trabalho, sabendo manejar muito bem as contra-campanhas, que é onde somos mais fracos”, ponderou.

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Num futuro governo de esquerda, ela não descartou a possibilidade de alianças com o Partido Socialista, cuja coalizão governou o Chile por muitos anos, inclusive com momentos de participação do Partido Comunista.

Pensando em novembro, contudo, ela se mostrou otimista, disse que parece haver um senso comum de questionar a ordem “política, social, econômica e patriarcal” vigente. Segundo Vallejo, prova disso é a Assembleia Constituinte, em que foi eleita uma maioria de esquerda e cuja presidente é Elisa Loncón, uma mulher mapuche.

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Assembleia Constituinte

“Os candidatos e candidatas eleitos têm propostas que apontam para mudanças profundas, mas o povo precisa seguir presente, a luta de rua deve seguir acompanhando esse processo”, destacou Vallejo.

Isso não significa, porém, que o caminho até uma nova Constituição será fácil. A Assembleia tem um ano para aprová-la. No entanto, para que cada artigo seja aprovado, é exigida uma maioria de dois terços dos deputados constituintes. “A direita criou essa regra para sempre poder impedir grandes transformações”, explicou.

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Segundo ela, os dois terços sempre funcionaram a favor dos setores conservadores, mas, agora, é importante batalhar para evitar que isso ocorra, pois é a oportunidade que se tem de criar uma constituição que supere de fato a ditadura, “o modelo neoliberal e resguarde os direitos da população”.

Tudo dependerá das alianças que a esquerda fará com os candidatos independentes, muitos dos quais já se mostraram progressistas. Se o processo não avançar, os deputados terão de discutir a possibilidade de mudar o quórum de votação.

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