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América Latina

Tentativa de assassinato revela brutalidade dos golpistas: 'querem me matar', diz Evo

Entenda como ocorreu a tentativa de assinar Evo Morales após o golpe de Estado de 2019 na Bolívia

Evo Morales (Foto: Reuters/Luis Cortes)
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TeleSur - O cientista político mexicano e diretor da revista Presente, Hugo Marín, revelou que a tentativa de assassinato de Evo Morales durante a operação de resgate após o golpe de estado de 2019 revela a brutalidade das forças golpistas.

O mexicano relata os acontecimentos no livro "A medio del Camino", do presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador, e no qual se encontram os dados da Missão Boliviana para o resgate e salvaguarda da vida de Evo Morales, por meio de documentos oficiais, cartas e relatórios completos, divulgados pelo Ministério da Defesa mexicano.

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Marín destacou que a magnitude dos acontecimentos narrados pode desencadear um conflito internacional, ao se referir aos ataques recebidos pelo comandante do avião de resgate mexicano, General Miguel Eduardo Hernández Velázquez, mirado por uma arma e também obrigado a decolar e abandonar território boliviano em 30 minutos.

“Os acontecimentos revelam a brutalidade do golpe de Estado perpetrado pelas forças da extrema direita boliviana e pela servil Organização dos Estados Americanos (OEA), a ponto de até lançar um míssil na decolagem da aeronave, que foi esquivado graças à experiência do piloto em mudar o curso e navegar na situação tensa”.

Ele também lembrou o compromisso de outros Estados da região no golpe, como a recusa de Peru, Argentina e Equador para que a aeronave sobrevoasse seu espaço aéreo. “Esta é uma das passagens mais heróicas da história americana contemporânea”, Disse Marín, que fez uma alegoria à queda de Salvador Allende.

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Nesse sentido, detalhou que "A medio del Camino" é um texto que desmascara "todos aqueles indignos que não condenaram o golpe de Estado e tentaram colocar uma máscara democrática nele, simplesmente porque não compartilhavam interesses comuns no construindo uma Bolívia por e para o bem de todos, de baixo, desde os alicerces”.

Ele alertou que a essa altura as forças golpistas, em aliança de Luis Almagro e a OEA, estavam tentando instalar uma narrativa de fraude eleitoral, e a fuga de Evo, da renúncia do presidente ao seu povo. "Este livro revela uma mentira política construída para derrubar a democracia", disse ele.

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O cientista político reiterou a ideia de López Obrador que levanta a urgência de reconstruir ou criar uma entidade regional capaz de responder aos verdadeiros interesses dos povos da América Latina e do Caribe, que cederam à horrível gestão de Almagro à frente da OEA, que, longe de fortalecer e unir as nações da região, tem promovido uma política de divisão e fragmentação.

Por fim, destacou também o humanismo e a fraternidade da política externa mexicana e de seu presidente, condição que qualificou de indispensável para a construção de mecanismos que não sejam lacaios de ninguém, em um compromisso com a integração latino-americana, como vem defendendo a ALBA - TCP, Celac e Caricom, entre outros.

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Pouco impacto na Bolívia

Sobre essas novas revelações, o jornalista e correspondente na Bolívia, Freddy Morales, destacou que “não houve muita repercussão sobre esta informação”.

“Os parlamentares do Movimento pelo Socialismo consideram que todos os documentos devem ser submetidos a investigação, pois evidenciam as tentativas de assassinato e o golpe de Estado e o interesse de militares e policiais insubordinados em fazer prisioneiro Evo Morales antes de embarcar no avião no Chapare e para se refugiar no México”, disse ele.

Além disso, se referiu a outro incidente relacionado com a falha mecânica de um helicóptero que transportava Evo após um ato numa zona rural do departamento de Morilla, e que posteriormente se comprovou ser uma tentativa anterior de ataque a Evo, que ainda não foi investigado profundamente; apontando a Força Aérea Boliviana como uma das principais promotoras do golpe.

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'Querem me matar'

(Sputnik) - O ex-presidente boliviano Evo Morales (2006-2019) repetiu nesta sexta-feira que a direita quer eliminá-lo, física ou politicamente, comentando a revelação publicada no novo livro do presidente mexicano Andrés López Obrador sobre um atentado contra seu vida.

“Desde quando fui dirigente, e agora ex-presidente, estou convencido de que a direita está tentando nos eliminar fisicamente ou nos anular politicamente. Eles podem atacar Evo, mas nunca derrotarão as pessoas. Eles podem atacar o índio, mas nunca vão derrotar os movimentos indígenas”, disse ele em sua conta no Twitter.

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Em um fio na plataforma, Morales disse que devido ao livro "A la mitad del camino", sobre o que está acontecendo nos seis anos do governo López Obrador, lembra-se como foi salvo de tentativas de assassinato após sua renúncia nas eleições de 2019, qualificadas como fraude pela oposição, provocaram manifestações que derrubaram o governo da liderança indígena.

“Não contentes em tirar a eleição e o governo de nós, eles tentaram tirar nossas vidas”, diz Morales.

No livro há o relato de um piloto de um avião da Força Aérea Mexicana que ajudou Morales a deixar a Bolívia, no qual ele relata que teve que desviar de um foguete para evitar o impacto contra a aeronave.

O piloto contou ainda como soldados espancaram outro colega para tirar Morales do avião e que um deles apontou um lançador de foguete contra a aeronave durante todo o tempo em que esteve no aeroporto da cidade de Chimoré, em Cochabamba.

Em 11 de novembro de 2019, quando Morales aceitou a oferta de asilo do México porque sua vida estava em perigo, a Força Aérea Mexicana enviou-lhe um avião para resgatá-lo.

Um mês depois, ele viajou para Cuba e Argentina, onde recebeu asilo por quase um ano para retornar à Bolívia em novembro de 2020, com a vitória eleitoral de Luis Arce.

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