Vacinas de Cuba contra a Covid-19: esperança para as Américas
Cuba, uma pequena nação bloqueada econômica, financeira e comercialmente pelos Estados Unidos durante 60 anos, desenvolveu três vacinas contra o novo coronavírus, uma delas destinada a reforçar a imunidade
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(Prensa Latina) - Cuba conta hoje com três vacinas contra a Covid-19, a primeira na América Latina e no Caribe, em um contexto regional marcado pela incerteza devido ao lento andamento do processo de imunização.
A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa Etienne, informou que 75% da população desta parte do mundo ainda não está totalmente imunizada contra o vírus SARS-CoV-2, causador da pandemia da Covid-19; e a escassez de imunizantes continua.
Nesse contexto, Cuba, uma pequena nação bloqueada econômica, financeira e comercialmente pelos Estados Unidos durante 60 anos, desenvolveu três vacinas contra o novo coronavírus, uma delas destinada a reforçar a imunidade.
Todos receberam autorização para uso emergencial pelas autoridades regulatórias nacionais após demonstrar na terceira fase de seus ensaios clínicos eficácia superior a 50% recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para as vacinas.
Precisamente, desde a primeira etapa de desenvolvimento desses medicamentos, cientistas e autoridades sanitárias cubanas mantêm intercâmbios com a representação da OMS-OPAS sobre os resultados de cada um dos produtos.
Nessas reuniões abordaram-se a questão dos requisitos, objetivos e procedimentos necessários para avançar na pré-qualificação desses produtos pela OMS, após a apresentação formal do Grupo Empresarial de Biotecnologia e Indústrias Farmacêuticas de Cuba (BioCubaFarma).
No dia anterior, a BioCubaFarma negou informação da rede de notícias CNN sobre a alegada recusa da OMS em certificar as vacinas contra a Covid-19 neste país.
Segundo o presidente da organização, Eduardo Martínez, é impossível que a OMS tenha negado a outorga de qualquer licença, já que Cuba não solicitou as verificações pertinentes para obter esses certificados, muito menos deslocou pessoal para verificar ou avaliar a eficácia e segurança das vacinas.
“Desde que recebemos a autorização para o uso emergencial de três vacinas contra a Covid-19 pela autoridade reguladora cubana, planejamos iniciar um intercâmbio com a OMS para seu reconhecimento”, disse Martínez em sua conta no Twitter.
No momento, a maior ilha das Antilhas está avançando na vacinação contra a Covid-19 em território nacional, que começou no mês de maio, que registra um total de 5.552.931 pessoas vacinadas com pelo menos uma dose, enquanto 3.916.641 já receberam as três doses.
Os resultados da terceira fase dos ensaios clínicos com o esquema heterólogo da vacina Soberana 02 (duas doses) mais um reforço com a sua contraparte Soberana Plus mostraram 91,2% de eficácia em termos de capacidade de prevenção de doenças sintomáticas; enquanto com três doses de Abdala, a eficácia foi de 92,28.
Cientistas e profissionais de saúde cubanos também estão trabalhando em outras duas propostas de vacinas, em diferentes fases de testes clínicos, que até agora têm mostrado resultados animadores; um deles destinado à administração nasal.
Em várias ocasiões, a OPAS reconheceu os esforços de Cuba no desenvolvimento de suas próprias propostas de vacinas anti-Covid-19 e sua importância para a região.
Especialistas dessa agência de saúde apontaram que as Américas importam dez vezes mais produtos farmacêuticos do que produzem e que a dependência os torna mais vulneráveis.
Lamentam que a produção limitada e a distribuição desigual de vacinas ponham em risco a resposta à pandemia neste território e coloquem em alto risco a saúde pública.
A OPAS lançou campanhas de doações que buscam contar com o apoio das nações desenvolvidas, mas não é suficiente, e reiterou a necessidade de melhorar a capacidade regional de produção de vacinas.
Durante uma entrevista coletiva virtual, o Dr. Jarbas Barbosa, vice-diretor do organismo de saúde, disse à Prensa Latina que o desenvolvimento de propostas próprias de vacinação na região permite reduzir a vulnerabilidade de seus países à pandemia.
Por sua vez, as autoridades nacionais reiteraram que as vacinas do país não só beneficiarão Cuba, mas também outros países.
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