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Chico Junior

Jornalista, escritor e comunicador

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13 de Maio e o racismo estrutural

A data de hoje, 13 de maio, não é apenas de comemoração pelo dito fim da escravidão no Brasil, mas, principalmente, de reflexão

(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
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Éramos umas 10 pessoas interagindo, conversando, nas varandas que circundavam a piscina de uma pousada em Paraty (RJ). Tetê, minha esposa, a única negra.

Num dado momento um dos hóspedes saiu à procura da Tetê, para, acho eu, complementar uma conversa ou pedir uma informação referente ao trabalho dela, figurinista, já que todos estávamos nos preparando e decidindo que roupa usaríamos na festa de casamento de um amigo da Tetê.

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- Cadê aquele mulata que estava aqui?, quis saber ele.

- Ela não é mulata não – retruquei. Ela é preta.

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E tem muito orgulho de sua negritude. Ela e a filha Carol, minha enteada.

Não é mulata, nem moreninha, nem “de cor” ou qualquer outro eufemismo usado para “identificar” uma pessoa negra.

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- Desculpe – disse ele – é que hoje em dia, com tanto patrulhamento, a gente fica meio sem saber como falar...

Simples, meu caro, trate uma pessoa como uma pessoa, independentemente da sua cor de pele.

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Se fosse branca, certamente você não perguntaria sobre “aquela moça branca que estava aqui”.

Esse diálogo serve, entre tantas outras situações semelhantes, para mostrar que a data de hoje, 13 de maio, não é apenas de comemoração pelo dito fim da escravidão no Brasil, mas, principalmente, de reflexão.

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Nos últimos 10, 20 anos, avançamos bastante na questão do debate racial – cotas nas universidades, espaço na mídia e na publicidade, por exemplo – mas o chamado racismo estrutural e o preconceito estão espalhados pelo país. Sabemos todos que o 13 de maio de 1888 não acabou de vez com a escravidão e a perseguição ao povo negro no Brasil. Casos de racismo, de injúria racial, acontecem a toda hora, não só no Brasil, mas em várias partes do mundo, como em estádios de futebol.

“Temos que ensinar esta nação a ser antirracista”, brada a historiadora Ana Flávia Magalhães Pinto no jornal O Globo de hoje.

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Isso. Já está mais do que na hora de repensarmos o racismo e o preconceito que nos habita e que nos degrada.

Não dá para falar de democracia sem falarmos de democracia racial.

Discriminar uma pessoa pela cor da sua pele, da sua etnia, é simplesmente um absurdo.

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