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Ângelo Cavalcante

Economista, cientista político, doutorando na USP e professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG)

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2018 já chegou! E a esquerda com isso?

O Partido dos Trabalhadores deve ter a sinceridade e maturidade para fazer profunda e definitiva autocrítica tendo em vista a necessidade de afirmar sua histórica opção por um Brasil justo, decente e que sirva ao seu povo

PT ABCD paulista (Foto: Ângelo Cavalcante)
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Alguns elementos devem ser postos em perspectiva para as disputas de 2018 e que, por sinal, estão em pleno curso. É atividade necessariamente política mas que exige uma pedagogia própria e que consiste em categorizar adequadamente em níveis ou modalidades de prioridades estes tais elementos. Essa construção analítico-política é central para que as candidaturas progressistas saibam se situar em meio a essa onda global de conservadorismo e que, como bem sabemos, atingiu o Brasil de frente.

Como já referido, 2018 já começou, avança em pleno vapor e descuidar desse momento pode ser fatal. O Partido dos Trabalhadores deve ter a sinceridade e maturidade para fazer profunda e definitiva autocrítica tendo em vista a necessidade de afirmar sua histórica opção por um Brasil justo, decente e que sirva ao seu povo, desta forma, não tem jeito, é preciso resgatar pautas e orientações essenciais como o de afirmar-se como partido de esquerda, de massas e em fina sintonia com a construção do socialismo brasileiro, socialismo portanto, popular, negro e indígena.

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Isso não é um detalhe! Nunca é detalhe porque conceitos jamais são detalhes, trazem em si, universos intelectuais e que se convertem imediatamente em pratica cotidiana. Por isso a necessidade do Partido afirmar valores e que indicam horizontes e possibilidades.

Dito isso é fundamental aglutinar forças porque ao fim, com um país com os caracteres políticos como o Brasil e que, como se bem sabe, parte de "novo zero" para retomar a democracia brasileira, a convergência de forças sociais e políticas para a re-feitura democrática mais do que mera estratégia política é dever com a pátria. De outra feita, com essa articulação é necessário urgentemente revogar os "desfalques legais" perpetrados por Temer e seu bando na intenção de arrasar com o Brasil. Lembro que estas "reformas" de Temer nem de longe se inserem dentro das determinações pétreas e que categorizam seleto cabedal de leis do país, portanto e, de novo, devem imediatamente, ser canceladas.

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É nesse sentido que entra em cena algo absolutamente essencial e que partidos de esquerda devem imediatamente trazer para o centro das análises e do seu desenvolvimento político que é o dever de restabelecer vínculo, proximidade e interação com a população brasileira. É preciso ouvir, sentir, perceber, dar vazão às vozes do povo. Isso não é detalhe! E nesse momento, mais do que em qualquer outro da história brasileira, onde a direita nacional optou assumidamente pelo fascismo puro e simples, essa aproximação com o povo representa a própria possibilidade popular de gerar reação aqui na base. É do encontro entre povo e partido que uma epistemologia política nova é construída e efetivada. O povo diz e ouve; ensina e aprende; mostra e também passa a enxergar o que não via. Esse encontro é a possibilidade que a boa política tem de fornecer instrumentos teóricos fundamentais para o combate aqui nos meandros labirínticos de um cotidiano apropriado pela direita colonial e escravista do Brasil. Ao fim, se perdermos na base, perdemos no topo.

Achar que o fascismo só está nas salas climatizadas da Paulista; apenas nas salas suntuosas das federações de empresários, nas sedes das grandes fazendas ou nos escritórios dos partidos liberais do Brasil é erro grosseiro e fatal para a esquerda. Onde está o fascismo? Ora... Em todo o lugar, mas sobretudo, na consciência mistica, conservadora, patriarcal e de direita dos pobres e trabalhadores e que no fito de se protegerem aderiram às teses da direita. Daí negam o movimento de cultura, o movimento do bairro, as lutas de gênero, os movimentos de negros e todo o grande armazém de "secos e molhados" e que representa as atuais resistências sociais. Necessários, por sinal.

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O geógrafo Milton Santos cita as fissuras, as brechas nas grandes muralhas da dominação. É por aí que passa a luz, a brisa e a esperança. Felizmente o sistema está todo fissurado e é dever de cada humanista sério a precipitação do seu fim.

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