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Tereza Cruvinel

Colunista/comentarista do Brasil247, fundadora e ex-presidente da EBC/TV Brasil, ex-colunista de O Globo, JB, Correio Braziliense, RedeTV e outros veículos.

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2018: Se não cair antes, Temer será a Geni da campanha

"Lula não o tem poupado. Álvaro Dias subiu o tom, agora chama Temer de chefe de quadrilha. Marina também está corrigindo seu discurso equivocado. Alckmin e Dória, por conta do apoio do PSDB ao Governo e da parceria com o PMDB no golpe, estão sendo indulgentes com Temer, e quando perceberem o erro que estão cometendo, pode ser tarde. Mas com certeza, acabarão direcionando o cano da espingarda para o ocupante do Planalto. Isso se ele ainda estiver na cadeira em 2018", avalia a colunista do 247 Tereza Cruvinel; "Temer agora está com o arsenal  fiscal esgotado, com a base dividida, com Rodrigo Maia ressentido e com os militares ameaçando com uma intervenção caso a crise não seja resolvida pelos poderes  constituídos. A crise é sua permanência no Planalto", afirma

Presidente Michel Temer durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília. 5/06/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino (Foto: Tereza Cruvinel)
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São crescentes os sinais de que a campanha presidencial de 2018 terá fortes semelhanças com a de 1989,  a primeira após o fim da ditadura.  Uma delas será a presença de um presidente altamente impopular e rejeitado, contra o qual todos os candidatos vão atirar impiedosamente.  A Geni da música de Chico Buarque.   Assim foi com o então presidente José Sarney em 1989. Fernando Collor, que bateu mais, levou.  Mas Temer, que não pode ir às ruas e nem mesmo aparecer nas redes sociais,  pode cair  antes, com a aprovação da segunda denúncia contra ele pela Câmara. 

Em 1989 Sarney tinha de 7% de aprovação, o dobro do que tem Michel Temer hoje, 3,4%. A rejeição a Sarney era de 60% no final do mandato. A de Temer, segundo a pesquisa Ipsos, era de 94% em Julho.  Sarney  não apoiou nenhum candidato  em 1989. Todos eram de oposição a seu governo, inclusive o do PMDB, Ulysses Guimarães, que também por conta da filiação de Sarney a seu partido,  para poder ser vice de Tancredo Neves,  amargou um quinto lugar no resultado final, apesar de ter sido o comandante da oposição ao regime militar, e ter sido o Senhor Diretas e o Senhor Constituinte.   Temer também não terá candidato.  Mesmo que queira, ninguém aceitará receber o beijo da morte de seu patrocínio.

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Em 1989, foram 22 os candidatos a presidente.  Para 2018, o número  dos  postulantes tem crescido dia a dia. E como o quadro partidário hoje é muito mais fragmentado, podemos chegar à mesma dispersão de candidaturas. Já temos a candidatura de Lula, o preferido em todas as pesquisas, mas condicionada  ao  trâmite dos processos que ele enfrenta na Justiça, com o objetivo claro de inabilitá-lo para a disputa.   E ainda as de Bolsonaro (PSC), Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (ou Dória, pelo PSDB), Alvaro Dias (Podemos) e  Chico Alencar (PSOL). O DEM garante que terá candidato próprio.  E haverá, é claro, uma constelação de candidatos de pequenas  sigas, o que tornará o horário eleitoral insuportável. 

Se Temer não cair antes, será a Geni de todos eles. Lula não o tem poupado. Álvaro Dias subiu o tom, agora chama Temer de chefe de quadrilha. Marina também está corrigindo seu discurso equivocado.  Alckmin e Dória, por conta do apoio do PSDB ao Governo e da parceria com o PMDB no golpe, estão sendo indulgentes com Temer, e quando perceberem o erro que estão cometendo, pode ser tarde. Mas com certeza, acabarão  direcionando  o cano da espingarda para o ocupante do Planalto. Isso se ele ainda estiver na cadeira em 2018.

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Pois crescem a olhos vistos as possibilidades de acolhimento desta segunda denúncia, apesar da cantilena dos governistas de que irão enterrá-la sem dificuldades  e do começo da queima de emendas parlamentares e outros recursos para atender ao apetite dos aliados.  Temer  agora está com o arsenal  fiscal esgotado, com a base dividida, com Rodrigo Maia ressentido e com os militares ameaçando com uma intervenção  caso a crise não seja resolvida pelos poderes  constituídos.  A crise é sua permanência no Planalto.  

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