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“Vamos rezar por todos devotos de Nossa Senhora, lembrando tantas pessoas sofridas, tantas perdendo pessoas por diversas doenças, perdendo entes queridos ainda pela pandemia. Não podemos baixar guarda, os hospitais estão lotados aqui em Erechim, vários morreram esse final de semana e a história não para, se a gente não cuida o ‘bichinho’ vai levando as pessoas. Então, todo cuidado ainda se faz necessário, usar os protocolos indicados para todos, e tem aqueles cuidados especiais como usar máscara, isolamento social, uso de álcool em gel. Infelizmente tenho que dizer, o nosso mandatário maior dá um mal testemunho, esse homem não tem coração, esse homem não tem lágrimas, são quase quinhentos mil mortos e ele faz essas besteiras de andar nas praças públicas, nas ruas, dando esse contratestemunho. Desculpem que eu fique brabo, mas temos que dizer, alguém tem que profetizar. Que vergonha para o Brasil, que vergonha para o Brasil, e depois vem dizer de boca cheia ‘pátria, deus e família acima de tudo. Se isso estivesse acima de tudo ele teria vergonha na cara e usaria máscara. Rezemos também pela conversão dele” 

Com esse sermão, que vale por um editorial, o padre Valter Girelli da igreja católica de Erechim (RS), definiu Bolsonaro como “um homem sem coração e sem lágrimas”.  

Essas palavras, ditas pelo pároco, devem vir acompanhadas de um Pai Nosso ecumênico e de um minuto de silêncio não convencional, um minuto longo de reflexão e um silêncio estrondoso que alcance a consciência de todos, que denuncie quinhentas mil mortes escarnecidas por um chefe de Estado sem empatia e sem alma. 

Não podemos dormir com o pesadelo de algumas questões não respondidas e que trouxeram muita dor: Por que o governo não comprou vacina quando foi oferecida em 2020? Quem lucra com remédios para um tratamento precoce que não existe? Essas perguntas não respondidas, são responsáveis por milhares de mortes precoces. 

Tudo o que dizemos agora é pouco, tudo o que fazemos agora é pouco, mas temos que dizer e fazer mesmo assim, para que futuras gerações não sejam atraídas por lideranças abjetas contrárias à civilização, que não sejam enganadas pelo canto tirano e totalitário do fascismo, ou de qualquer outra maldição que o bolsonarismo representa.