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Orlando Silva

Líder do PCdoB na Câmara dos Deputados. Foi ministro do Esporte nos governos Lula e Dilma e vereador na cidade de São Paulo em 2013-2014

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A arma não tem outra finalidade senão matar

Achar que violência se combate com violência é insistir em erros históricos. A vergonhosa quantidade de mortes de jovens pelo país é o sintoma mais agudo de uma patologia social que sangra a dignidade brasileira. Após esse período de conquistas (2003-2015), está na hora de avançar

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No momento em que setores organizados da nossa sociedade defendem a revogação do Estatuto do Desarmamento, afrouxando a lei que trata do porte de armas no Brasil, pesquisa revela que mais de 880 mil pessoas morreram vítimas de disparo de arma de fogo no país entre 1980 e 2012. As principais vítimas são os jovens de 15 a 29 anos, o crescimento das mortes foi de 4.415 vítimas em 1980 para 24.882 em 2012. O aumento foi de 463,6% nesse período.

Os dados foram divulgados, no último dia 9 de novembro, com o lançamento do Mapa da Violência 2015, elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso). A pesquisa, que já chocou o país ao apresentar as elevadas taxas do feminicídio de mulheres, sobretudo das mulheres negras, mostra que o aumento do número de mortes da população brasileira causadas por arma de fogo praticamente quadruplicou, com um crescimento de 387%. Foram 8.710 no ano de 1980 e 42.416 em 2012.

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A morte por assassinato causada por armas de fogo é a principal causa dos assassinatos. De acordo com o estudo, esse número alcançou 94,5%. E fica pior, o estudo aponta que o aumento de casos foi de 556,6% na população geral e de 655,6% entre os jovens. Como resposta a essa realidade, o governo federal lançou o Pacto Nacional pela Redução dos Homicídios. A primeira região do país a ser aplicada a nova política é o Nordeste, região que concentra as maiores taxas de assassinatos do país.

No Brasil, o índice médio de assassinatos é de 28,8 por cem mil habitantes; em Alagoas, chega a 66,5; no Ceará, a 50,8. É tragédia não apenas humana, mas econômica. A cada ano, quase 60 mil brasileiros – homens jovens, sobretudo – morrem violentamente e deixam de integrar o ciclo produtivo as economia, do conhecimento e do trabalho.

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O argumento utilizado pelos que defendem o fim do Estatuto do Desarmamento é totalmente falho, já que o estudo aponta que 71% dos homicídios no Brasil são realizados por meio de armas legais e ilegais. A arma não tem outra finalidade que não matar, um instrumento de ataque. Dizer que ela é um instrumento de defesa é controverso.

Achar que violência se combate com violência é insistir em erros históricos. A vergonhosa quantidade de mortes de jovens pelo país é o sintoma mais agudo de uma patologia social que sangra a dignidade brasileira. Após esse período de conquistas (2003-2015), está na hora de avançar.

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A sociedade brasileira, o poder público e as organizações sociais precisam se unir para repensar o sentido das políticas de combate à violência. É preciso ampliar e fortalecer as políticas públicas de conscientização e de segurança, mas, sobretudo, é preciso ampliar as políticas de educação formal e informal. Precisamos impulsionar um movimento que suplante o pensamento conservador que ocupa lugar de destaque hoje nos debates e que não tem outro objetivo senão o de brecar o avanço de nossa sociedade.

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