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Gustavo Conde

Gustavo Conde é linguista.

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A 'base social' de Bolsonaro não existe mais

"A marcha da cocaína, micareta fascista, domingueira nazi, desfile bestial, seja lá como chamemos essa vergonha retumbante, foi o mais esplendoroso fracasso da extrema-direita brasileira, essa metástase da subpodridão humana", diz o linguista Gustavo Conde

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Tive mais um sonho político - eles estão se tornando frequentes.

Era a marcha dos imbecis de ontem, mas ela não tinha sido ontem: tinha sido há mais de 50 anos.

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Eu assistia a um documentário sobre a marcha, narrada pelo Heron Rodrigues, o mesmo narrador do filme "Garrincha, Alegria do Povo".

A estética visual e narrativa era a mesma do filme de Joaquim Pedro de Andrade, de 1962: o país embasbacado com o futebol, com closes em preto e brando das expressões populares desdentadas e felizes.

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Mas nesse documentário do sonho, o país estava embasbacado com a babaquice dos fascistas e com a destruição que eles deixaram ao país.

Meu inconsciente é pura política neste momento. Lidou ali, certamente, também com o filme da Petra Costa, Democracia em Vertigem.

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Acordei e, antes de me espreguiçar, falei: caraca.

Óbvio que todo esse lixo humano (Moro, Bolsonaro, fascistas, Heleno) se encaminha para ser passado e para figurar como a nossa maior vergonha histórica.

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Mas antever esse momento não é agradável. Dói bastante.

A gente fica incrédulo diante do testemunho do horror, de saber ter sido contemporâneo da maior epidemia de bestialidade que a espécie humana já viu depois do nazismo, de constatar a capacidade de seres semi humanos, supostamente semelhantes, produzirem tanto ódio coletivo, associado a estupidez, incompetência e destruição em massa.

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O legado de destruição desses fascistas brasileiros que envergonham a raça humana não vai durar 10, 20 ou 50 anos.Vai durar séculos.

É a nossa maior ferida, o grande genocídio brasileiro operado por burocratas tão estúpidos quando genocidas.

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A palavra 'genocida', aliás, tem de ser re-significada após o fenômeno anti-político em que mergulhou o Brasil. Bolsonaro e mais genocida que qualquer outro genocida que já viveu, mais que Hitler, mais que Pol Pot, mais que Pinochet.

A semântica de 'genocida' não requer necessariamente uma pistola na mão e assassinatos dolosos em massa. Um genocida pode ser um burocrata que promove a morte generalizada de um país com palavras de ódio e ações cirúrgicas para a produção de pobreza extrema.

É, inclusive, mais cruel, porque delega o morticínio às próprias vítimas.

É precisamente o que ocorre no sistema carcerário brasileiro, por exemplo.

Tema para mais um urgente debate.

Foto é que a atividade inconsciente deste missivista antecipou uma constatação bastante óbvia: a chaga Bolsonaro começou a ser superada ontem, com o fracasso da marcha dos imbecis.

Foi constrangedor.

A esquerda é cheia de dedos para vaticinar a derrota de seu adversário - pelos traumas que passou e pela ação ainda poderosa da imprensa fascista brasileira - mas eu não tenho esse tipo de medo.

A marcha da cocaína, micareta fascista, domingueira nazi, desfile bestial, seja lá como chamemos essa vergonha retumbante, foi o mais esplendoroso fracasso da extrema-direita brasileira, essa metástase da subpodridão humana.

Bolsonaro e Sergio Moro perderam em definitivo o apoio popular dos imbecis.

Eles voltaram a ser a minoria de sempre, os desgarrados da civilização.

Mas um alerta: ficaram mais violentos - e não vão querer entregar a posição tão facilmente.

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