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Valéria Guerra Reiter

Escritora, historiadora, atriz, diretora teatral, professora e colunista

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“A burguesia fede”, mas a poesia perfuma the upside down

A poesia clama por justiça, ela precisa seguir o seu curso, ocupar o seu nicho, e realizar aquilo que o lirismo retrata em termos de essência: perfumar a alma. Poesia é criação. Seja épica, didática ou dramática. Os versos são os holofotes de esta forma de comunicação, que se faz independente e preponderante além de qualquer outra forma de linguagem

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“E enquanto a superfície quebra, reflexos enfraquecem, mas de algum modo, eles permanecem os mesmos, e à medida que minha mente começa a abrir suas asas, não há limites para a curiosidade.” São apenas palavras que compõem a canção; porém reflete o quanto “giramos de cabeça para baixo”, descendo à sepultura por conta da imperfeição humana...

A curiosidade é algo mormente, nós chegamos a uma existência secular, por conta de este desejo de conhecer, de desbravar; carnívoros, onívoros, ou vegetarianos; um dia nos vimos cozinhando o que dantes comíamos cru. Aliá, os deuses não gostavam do alimento tocado pelo fogo, isso há milênios. Segundo nos afirma Claude Lèvis Strauss, em um de seus clássicos: “Do mel às cinzas”.

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 Porém, o Homem sempre esteve em curso de evolução, e sua fisiologia e anatomia passariam por mudanças, por conta de sua ingestão alimentar. Que com o advento do cozimento trouxe o aperfeiçoamento do cérebro (já que o processo de absorção citológico foi facilitado), o que aumentou a rede neural, oportunizando novas descobertas, e novos rumos na busca de conforto e conhecimento.

Somos crus e cozidos; mel e cinzas, sem dúvida. Vivemos a aventura da evolução e nos adaptamos ao Meio. A partir daí criamos o mito: outrora o mel não existia, e o lobo guará era o dono dele, seus filhos viviam lambuzados de mel.

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E a população brasileira vive lambuzada de fel; agora mergulhada no pandemônio. A burguesia? Esta continua navegando no iate da ironia, da volúpia e do descaso. Seu cheiro é de perfume francês misturado à insensatez, com uma pitada de cadaverina que exala dos corpos (em decomposição) oriundos dos mortos por coronavírus e/ou por balas (perdidamente) achadas na cabecinha do pobre: "assado" no forno de uma colonização eterna...

O odor da irresponsabilidade é sentido a quilômetros. E então? O que fazer?

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The upside down não é só a letra de uma canção; representa como está o país: de cabeça para baixo. O certo é errado e o errado é certo. A ampliação de direitos, e o respeito à cidadania são apenas dois pinos derrubados... e quem poderá levantar "tais peças" para o próximo frame? O revolucionário, o leitor, a mulher, o negro, o homossexual, a merendeira, o professor, o aluno; não dá mais para tampar o nariz e seguir... as mãos já estão extenuadas, e sentimos câimbras como resultado da exaustão ocasionada por esta mesmice postural. Chega! Basta! O cheiro está entranhando em nosso espírito.

A fedentina foi sentida bem de perto pelo autor de Burguesia (nos incríveis Anos Oitenta), um dos poetas contemporâneos criativos. Sim, Agenor Miranda, conhecido como Cazuza. Até, mesmo, ele, se autodenominou como “Bom burguês” e afirmou categoricamente: “A burguesia fede, a burguesia quer ficar rica, enquanto houver burguesia, não vai haver poesia”.

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A poesia clama por justiça, ela precisa seguir o seu curso, ocupar o seu nicho, e realizar aquilo que o lirismo retrata em termos de essência: perfumar a alma. Poesia é criação. Seja épica, didática ou dramática. Os versos são os holofotes de esta forma de comunicação, que se faz independente e preponderante além de qualquer outra forma de linguagem. A poesia precisa ir onde o povo está.

“A cadela do fascismo está sempre no cio”.

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Bertolt Brecht - dramaturgo

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#Igualdadeéparaontem

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