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Luís Antônio Albiero

Advogado

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A casa que cai

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Sérgio, um primo fictício, estava em viagem para Jerusalém. Excursão religiosa de gente do interior paulista para a terra santa. Lá pela metade da viagem, em Roma, se não me engano, ele reuniu os conterrâneos companheiros da farofagem intercontinental e tascou, com euforia contida por falso confrangimento: 

 - A casa caiu pro Lula.

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Meu fictício primo estava se referindo ao "vazamento" de um áudio em que o "Lula" ligava para o Rui Falcão e, nervoso, dizia algo como "eu falei que era para dar um jeito nesse Palófi".

De fato, por aqueles dias corria livre pelo esgoto pútrido das redes sociais uma imitação grosseira de um "Lula" desesperado com as acusações que lhe havia feito, dias antes, o ex-gente boa Antônio Palocci. E era tão grosseira a imitação - provavelmente feita por um desses hu-Moristas do Pânico da Jovem Pan - que não se ouvia a voz do Rui Falcão, mas apenas do "Lula", e em alto e bom som. Era como se alguém, na própria morada do ex-presidente, estivesse fazendo uma gravação ambiental e unilateral. Ou seja, não era grampo telefônico. Teria de ter sido uma gravação "in loco", no apartamento mesmo de Lula, onde "ele" dizia estar naquele momento. "Acabei de ver no Jornal Nafional", dizia, choroso, o arremedador fajuto.

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Sim, é verdade, a "casa" de Lula viria a "cair" alguns meses depois, talvez mais de um ano, quando outro Sérgio - e esse eu não gostaria de ter como primo, nem fictício, muito menos real -, viria a decretar a prisão do ex-presidente. E todos vimos o "motivo": acusado de ter sido chefe da maior quadrilha das galáxias (aliás, por esse "crime" ele foi absolvido), foi condenado porque teria deixado o governo, depois de oito anos e mais de dez trilhões de reais em orçamentos sob seu comando, com não mais que duas reforminhas meia boca num apartamento e num sítio mequetrefes que nunca foram, não são, jamais serão ou seriam dele.

Enfim, todos vimos e estamos vendo como foi que a "casa" dele caiu e em que estado ela se encontra hoje - na iminência de ter seus direitos políticos restituídos e cogitado, até mesmo por muita gente que o queria preso, para voltar ao Palácio do Planalto. Quem não acreditou nas evidências agora está vendo com lupa tudo o que sempre denunciamos.

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Essa expressão, "a casa caiu", é das mais surradas que tenho lido e ouvido desde outros carnavais, desde os tempos gloriosos das marchinhas, "vai, agora vai, senão um dia a casa cai; vai, menina, vai". 

À esquerda e à direita, blogueiros, iutúberes, jornalistas, pseudojornalistas, autoproclamados "influenciadores digitais" (que diabos afinal é isso?) e outros aventureiros arriscam-se a mandar um tonitroante "a casa caiu" para qualquer novidade que surja e sirva para comprovar suas teorias e seus desejos, na maioria das vezes cultivados e alimentados pelo ódio que nutrem pelo nordestino de fala rouca e nove dedos - aquele mesmo que deixou a presidência da República com aprovação de quase cem por cento da população brasileira.

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E o fato é que a casa... nunca que cai!

Nenhuma delas. Nem a do Lula, que "caiu" por pouco tempo, o necessário para que não pudesse disputar a presidência da República em 2018, nem a de ninguém. Parece aquele edifício que dava título a um programa humorístico que a Globo exibia aos sábados nos meus idos e saudosos tempos de pirralho, de nome "Balança, mas não Cai".

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Nunca pus fé na força dessa expressão, nem para a "casa" de Lula, nem de quem quer que fosse. Mas ando revendo minhas crenças.

É que finalmente uma vivenda, de fato e de direito, des-Moro-nou.

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Justamente o palacete que da rupestre capital paranaense projetou seus Moro-adores, através de sua poderosa janela global, para todo o planeta. A casa mais visibilizada do Brasil que, como um "reality show" diuturno e interminável, transformou Sérgio e seus dallagnoizinhos amestrados em heróis intergalácticos do combate à corrupção.

A Moro-ada, enfim, caiu, e não só para o Sérgio que não é meu primo, mas para toda a OrCrim da Lava Jato de Curitiba. Para desespero, imagino, do Sérgio que de fato meu primo é. Fictício, claro.

Como na piada do gãtinho dã Menuel, Sérgio Moro subiu no telhado. E proporcionou a própria queda. Subiu quando, ainda maravilhado com o presentinho que BolsoNero lhe dera como paga de promessa de campanha (propina na forma de cargo de ministro da justiça), deu início à operação "Spoofing" - aquela que prendeu o "hacker de Araraquara", Walter Delgatti, o "Assange brasileiro". De tão pesado que deve estar o espírito do sujeito (eu deveria dizer "a consciência" dele, mas é difícil acreditar que ele possa ter uma), a habitação toda veio abaixo.

Também, pudera. O que se apresentava como mansão não passava de mansarda. Um tugúrio dos mais precários.

Como sempre denunciamos e hoje temos fartas provas, com riqueza de detalhes, Moro foi preparado pelos Estados Unidos para processar, condenar e tirar de circulação o ex-presidente Lula, por razões que deixarei para crônicas futuras. 

Definido o alvo, atropelou leis, direitos, sigilos, o chamado "processo legal", derruiu o estado democrático de direito, orientou e articulou ações de procuradores da República, fez permanentes escutas telefônicas de advogados do investigado, vazou informações o tempo todo para a Globo e outros veículos de informação secundários, interceptou e divulgou telefonema da presidenta da República, contribuiu para o golpe de Estado que a derrubou, interferiu na liberdade de escolha do povo brasileiro que queria Lula presidente em 2018, moveu céus e terras, estando de férias na Europa e em pleno domingo, para evitar a liberação do acusado quando lhe foi concedido um habeas corpus, e o tempo todo desrespeitou acintosamente o Supremo Tribunal Federal e outros magistrados que lhe eram superiores. 

A despeito disso tudo, tudo o que conseguiu descobrir foi algo que seu preconceito, seu ódio e suas ambições pessoais o impediam de enxergar, sequer cogitar: que Lula, objeto de seus desejos, é um homem honesto.

Hoje o ex-juiz passa vergonha em âmbito internacional e amanhã certamente será processado e poderá ser preso pelos crimes que cometeu. Seu barraco desabou e foi como previra a profetisa Dilma Rousseff: sem sobrar pedra sobre pedra.

A casa caiu para você, Sérgio, que não é meu primo, nem fictício, grazadeus. E para você também, Sérgio, meu primo na ficção, que tem ódio a Lula e a tudo e a todos que ele representa.

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