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Marconi Moura de Lima

Professor, escritor. Graduado em Letras pela Universidade de Brasília (UnB) e Pós-graduado em Direito Público pela Faculdade de Direito Prof. Damásio de Jesus. Foi Secretário de Educação e Cultura em Cidade Ocidental. Leciona no curso de Agroecologia na Universidade Estadual de Goiás (UEG), e teima discutir questões de um novo arranjo civilizatório brasileiro.

86 artigos

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A civilização apodrecida e a ressignificação do solo

Reflitamos nosso encubado racismo, nossa invisibilizada misoginia, nossa desnecessária homofobia, nossos múltiplos preconceitos di-versos (com a diversidade) que, por força desses ventos estranhos da conjuntura que reverbera a História, estão se emergindo de nossas almas, mentes e corações, e matando aos poucos nossa civilização…

(Foto: Tomaz Silva/ABR)
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Dia 20 de novembro. Dia da Consciência Negra. Dia de Zumbi dos Palmares. Dia, porém, de tantos outros heróis e heroínas “Zumbi” das favelas da Rocinha (RJ), de Paraisópolis (SP), de Sol Nascente, na minha querida Ceilândia-DF e tantas outras periferias brasileiras em que a população negra é assassinada diariamente pelo tráfico de drogas, ou por milicianos, estes últimos, os homens fardados que deveriam proteger os trabalhadores e trabalhadores e, ao contrário, sentam o dedo no gatilho em jovens que nem sabem (embora tenha serviço de inteligência na Polícia) se são os “bandidos” para dias depois descobrirem que grande parte dessa gente era inocente. Apenas faziam o que todos fazem: correr atrás da vida na labuta diária.

Vivemos a neoescravidão. Aliás, a escravidão – e seu ranço social; suas consequências – jamais se acabou. A tal “Lei Áurea” foi apenas evento pro forma, isto é, não produziu a libertação real dos negros escravizados e tão somente o efeito de marketing necessário aos negócios geopolíticos do Brasil elitista. Ainda temos uma enorme dívida com os negros africanos e seus descendentes... e isso reverbera toda a desigualdade social para o povo pobre brasileiro e para o conteúdo civilizatório posto séculos adiante. Quebremos logo as correntes que aprisionam esse País!

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Eu fiz um poema que leva o título: “A civilização apodrecida e a ressignificação do solo”. Espero que seja útil à luta, à resistência e ao re-encanto do debate para cada um que lê-lo.

Reflitamos nosso encubado racismo, nossa invisibilizada misoginia, nossa desnecessária homofobia, nossos múltiplos preconceitos di-versos (com a diversidade) que, por força desses ventos estranhos da conjuntura que reverbera a História, estão se emergindo de nossas almas, mentes e corações, e matando aos poucos nossa civilização…

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Ainda é tempo DE ACORDARMOS – para nós mesmos!

Segue a poesia...

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Sabe:

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Da podridão é que a terra 

[ se aduba

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Para novos brotos nascerem.

Como é podre essa gente 

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[ hipócrita

Que está posta no poder.

Pereçamos, gente,

Para brotar logo a esperança,

Germinar a semente

[ de uma nova civilização

Feita embalo harmônico da canção.

Podre também é o cidadão

[ tido “de bem”,

Que odeia tanto o outro,

Que o prefere morto

A se enxergar espelho

[ no olho diferente.

Quer conhecer o escroto?

Faz discurso contra o aborto,

[ e chora,

Chora suas falsas lágrimas

De dor,

Mas não vê a hora da pena de morte

Ser a sorte do sujeito

[ que desasujeitou-se socialmente.

Esse vê um estranho amarrado ao poste,

E grita aos expectadores

A sentença pilhada de chicote

Até que a desgraça se sucumba ali…

(Desgraça?!)

Mais adubo social.

O podre fede

[ no começo do processo,

Mas logo será útil

[ para nosso solene

[ nascimento intergeracional

Tão perene

[ de cognição social…

Suportemos mais um dia

[ o cheiro dessa gente putrefata.

(Mas nunca sem resistência!)

Certo dia,

Um amigo antagônico

Disse não ser racista

E até aceita sua empregada

[ negra,

Comer à sua mesa.

Informo-te:

O não-racismo dessa gente

É o meta-racismo indigente.

A mais obscura discriminação

Com simpatia

[ nojenta!

Como dói ouvir tanta asneira.

Nem peneira

O penico do meu ouvido tem…

Mas sua titica existencial,

Sua débil cognição política,

Seu cérebro tão minúsculo

Logo, logo serão consumidos

[ pelos fungos,

Que defecarão de seu podre,

[ algo puro:

Uma nova pedagogia ética,

O empoderamento,

E outra civilização mais terna…

Já se esvaem as forças

Diante desse demente

Que governa a nação

Ao lado de seus delinquentes agentes,

Certos tolos na massa,

E alguns religiosos (que pena!)

Opaca oratória,

Mentira 

[ e pós-verdade

Oráculo do senhor.

Deem aos bebês a vida

E uma nova

[ estética civilizatória!

Tudo que falam é falácia.

Não tem consistência.

Não tem substância.

Não tem latência.

Não tem vida.

É patológico,

Ilógico, 

Irracional,

Ou vestido do requinte de cinismo…

Não presta!

(Ao menos no plano de superfície.)

O certo é que é podre.

E a esperança que resta

[é que o podre

Logo alimente o solo

Da existência

Dê existência

Dar existência

… Recomposição!

E brotando do pós-putrefação,

Seremos uma frugal civilização!

Que venha logo a tão esperada

[ decomposição...

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