A civilização apodrecida e a ressignificação do solo
Reflitamos nosso encubado racismo, nossa invisibilizada misoginia, nossa desnecessária homofobia, nossos múltiplos preconceitos di-versos (com a diversidade) que, por força desses ventos estranhos da conjuntura que reverbera a História, estão se emergindo de nossas almas, mentes e corações, e matando aos poucos nossa civilização…
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Dia 20 de novembro. Dia da Consciência Negra. Dia de Zumbi dos Palmares. Dia, porém, de tantos outros heróis e heroínas “Zumbi” das favelas da Rocinha (RJ), de Paraisópolis (SP), de Sol Nascente, na minha querida Ceilândia-DF e tantas outras periferias brasileiras em que a população negra é assassinada diariamente pelo tráfico de drogas, ou por milicianos, estes últimos, os homens fardados que deveriam proteger os trabalhadores e trabalhadores e, ao contrário, sentam o dedo no gatilho em jovens que nem sabem (embora tenha serviço de inteligência na Polícia) se são os “bandidos” para dias depois descobrirem que grande parte dessa gente era inocente. Apenas faziam o que todos fazem: correr atrás da vida na labuta diária.
Vivemos a neoescravidão. Aliás, a escravidão – e seu ranço social; suas consequências – jamais se acabou. A tal “Lei Áurea” foi apenas evento pro forma, isto é, não produziu a libertação real dos negros escravizados e tão somente o efeito de marketing necessário aos negócios geopolíticos do Brasil elitista. Ainda temos uma enorme dívida com os negros africanos e seus descendentes... e isso reverbera toda a desigualdade social para o povo pobre brasileiro e para o conteúdo civilizatório posto séculos adiante. Quebremos logo as correntes que aprisionam esse País!
Eu fiz um poema que leva o título: “A civilização apodrecida e a ressignificação do solo”. Espero que seja útil à luta, à resistência e ao re-encanto do debate para cada um que lê-lo.
Reflitamos nosso encubado racismo, nossa invisibilizada misoginia, nossa desnecessária homofobia, nossos múltiplos preconceitos di-versos (com a diversidade) que, por força desses ventos estranhos da conjuntura que reverbera a História, estão se emergindo de nossas almas, mentes e corações, e matando aos poucos nossa civilização…
Ainda é tempo DE ACORDARMOS – para nós mesmos!
Segue a poesia...
...............
Sabe:
Da podridão é que a terra
[ se aduba
Para novos brotos nascerem.
Como é podre essa gente
[ hipócrita
Que está posta no poder.
Pereçamos, gente,
Para brotar logo a esperança,
Germinar a semente
[ de uma nova civilização
Feita embalo harmônico da canção.
Podre também é o cidadão
[ tido “de bem”,
Que odeia tanto o outro,
Que o prefere morto
A se enxergar espelho
[ no olho diferente.
Quer conhecer o escroto?
Faz discurso contra o aborto,
[ e chora,
Chora suas falsas lágrimas
De dor,
Mas não vê a hora da pena de morte
Ser a sorte do sujeito
[ que desasujeitou-se socialmente.
Esse vê um estranho amarrado ao poste,
E grita aos expectadores
A sentença pilhada de chicote
Até que a desgraça se sucumba ali…
(Desgraça?!)
Mais adubo social.
O podre fede
[ no começo do processo,
Mas logo será útil
[ para nosso solene
[ nascimento intergeracional
Tão perene
[ de cognição social…
Suportemos mais um dia
[ o cheiro dessa gente putrefata.
(Mas nunca sem resistência!)
Certo dia,
Um amigo antagônico
Disse não ser racista
E até aceita sua empregada
[ negra,
Comer à sua mesa.
Informo-te:
O não-racismo dessa gente
É o meta-racismo indigente.
A mais obscura discriminação
Com simpatia
[ nojenta!
Como dói ouvir tanta asneira.
Nem peneira
O penico do meu ouvido tem…
Mas sua titica existencial,
Sua débil cognição política,
Seu cérebro tão minúsculo
Logo, logo serão consumidos
[ pelos fungos,
Que defecarão de seu podre,
[ algo puro:
Uma nova pedagogia ética,
O empoderamento,
E outra civilização mais terna…
Já se esvaem as forças
Diante desse demente
Que governa a nação
Ao lado de seus delinquentes agentes,
Certos tolos na massa,
E alguns religiosos (que pena!)
Opaca oratória,
Mentira
[ e pós-verdade
Oráculo do senhor.
Deem aos bebês a vida
E uma nova
[ estética civilizatória!
Tudo que falam é falácia.
Não tem consistência.
Não tem substância.
Não tem latência.
Não tem vida.
É patológico,
Ilógico,
Irracional,
Ou vestido do requinte de cinismo…
Não presta!
(Ao menos no plano de superfície.)
O certo é que é podre.
E a esperança que resta
[é que o podre
Logo alimente o solo
Da existência
Dê existência
Dar existência
… Recomposição!
E brotando do pós-putrefação,
Seremos uma frugal civilização!
Que venha logo a tão esperada
[ decomposição...
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