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Daniel Samam

Daniel Samam é Músico, Educador e Editor do Blog de Canhota. Está Coordenador do Núcleo Celso Furtado (PT-RJ), está membro do Instituto Casa Grande (ICG) e está membro do Coletivo Nacional de Cultura do Partido dos Trabalhadores (PT).

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A condenação de Lula e a cruzada do “combate à corrupção” à serviço de quê?

Na verdade, a sanha por destruir Lula, aliada à cruzada do combate à corrupção e a criminalização da política possuem relações umbilicais com as intenções político-eleitorais do pleito de 2018 para enterrar de vez a constituição de 1988 e legitimar a mudança de modelo de Estado no Brasil

moro lula (Foto: Daniel Samam)
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Todo o processo que culminou na condenação do ex-presidente Lula pelo justiceiro Sérgio Moro foi totalmente engendrado. Há diversas declarações incriminatórias contra ele, mas também há muitos elementos que o inocentam e, sobretudo, não há um único documento ou prova de que o ex-presidente seja o real proprietário do famigerado triplex do Guarujá.

A polêmica em torno desta decisão não envolve apenas a questão da validade das provas, mas o modus operandi de Moro. Dentre alguns dos arbítrios, Moro determinou a condução coercitiva de Lula, num espetáculo midiático em que o ex-presidente foi levado de casa por policiais para um interrogatório numa sala no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. A imprensa havia sido previamente informada. Pouco tempo depois, divulgou para a imprensa uma conversa privada grampeada entre Lula e a então presidenta Dilma Rousseff. Tais abusos deixaram claro que Moro empreendia uma caça às bruxas contra Lula e o PT. Não à toa que Moro se sentiu obrigado a ressaltar em sua sentença que a condenação de Lula não lhe traz satisfação pessoal. Acredite quem quiser.

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Se a sentença de Moro for confirmada na segunda instância, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), Lula não poderá concorrer novamente à presidência da República em 2018. Obviamente que a reeleição de Lula não é o cenário para o consórcio formado pelos partidos conservadores e liberais, os setores antinacionais da burocracia estatal (setores do MP, PF e do Judiciário), setores da burguesia e os grandes meios de comunicação do país que viabilizaram o golpe que derrubou a presidenta Dilma em 2016 e aplicou uma agenda neoliberal de redução do papel do Estado, destruição de direitos sociais e de precarização das relações de trabalho. Mesmo assim, Lula é, aos 71 anos, o candidato do PT e de parte importante do campo democrático-popular e de esquerda para as eleições presidenciais de 2018. Nas últimas pesquisas de intenção de voto - Datafolha e Ibope - Lula se encontra claramente à frente de todos os outros possíveis candidatos. Como não há provas, Lula quer ser julgado pelo povo, não por um tribunal, como afirmou o próprio em coletiva na sede do PT, no dia seguinte de sua condenação em primeira instância.

Na verdade, a sanha por destruir Lula, aliada à cruzada do combate à corrupção e a criminalização da política possuem relações umbilicais com as intenções político-eleitorais do pleito de 2018 para enterrar de vez a constituição de 1988 e legitimar a mudança de modelo de Estado no Brasil.

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