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Jose Carlos de Assis

Economista, doutor em Engenharia de Produção pela Coppe-UFRJ, professor de Economia Internacional da UEPB

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A confusão do bem e do mal na política paranaense

O senador Roberto Requião foi um extremamente popular prefeito de Curitiba e ocupou por três vezes a cadeira de governador de Estado e duas a de Senador da República, sem que nada manchasse sua reputação. Existe, porém, um adversário de Requião sobre o qual vale a pena falar: o deputado federal Fernando Francischini

A confusão do bem e do mal na política paranaense (Foto: Esq.: Moreira Mariz - Ag. Senado / Dir.: TV Câmara)
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Uma das teias mais complexas da política brasileira é o Estado do Paraná. Seria simples, se a política regional como um todo seguisse o curso linear presente em outros Estados pelo qual a uma causa bem definida se segue uma conseqüência bem definida, seja pelo lado do bem (raro), seja pelo lado do mal. Entretanto, no Paraná o bem pode gerar o mal, enquanto o mal gera o bem. Isso se reflete de forma dramática na disputa eleitoral.

O senador Roberto Requião, com quem tenho aprendido a fazer política, é um exemplo típico de bem que gera o mal. Com uma carreira política inatacável, que lembra o ensaio de Max Weber denominado "a política como vocação", foi um extremamente popular prefeito de Curitiba e ocupou por três vezes a cadeira de governador de Estado e duas a de Senador da República, sem que nada manchasse sua reputação, seja do ponto de vista da defesa do interesse público, seja quanto à corrupção.

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Não obstante, vários foram os discípulos políticos de Requião que simplesmente abandonaram o barco da decência administrativa e mudaram de lado em relação a ele. Isso não impediu suas várias reeleições, o que demonstra, de forma inequívoca, que para ser político não precisa ser desonesto. Várias são os exemplos opostos, mas não me deterei sobre eles porque há investigações em andamento, inclusive sobre Beto Richa.

Existe, porém, um adversário de Requião sobre o qual vale a pena falar: o deputado federal Fernando Francischini. Ex-policial federal, entrou na política pela mão de Beto Richa, que o fez secretário de Segurança. Até aí nada de mal, pois seguiria a trilha normal da corrupção administrativa de Richa. Acontece, porém, que seguiu por outra trilha. A trilha da truculência, a trilha do esmagamento dos professores, a trilha do ataque policial ao povo.

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Francischini namorou com a candidatura ao Senado na companhia de Bolsonaro, desistindo na última hora. Obviamente que a desistência não se deveu a escrúpulos políticos, mas simplesmente a um cálculo eleitoral que indicava uma derrota certa. Entretanto, continua candidato. A deputado federal. Espero que os professores paranaenses se lembrem da violência dele. Não basta não votar em Francischini. É preciso orientar outros a não votarem.

É possível que alguns leitores que não me conhecem vejam na minha oposição a certos políticos paranaenses um reflexo de minha posição como assessor de Economia Política de Requião. Esqueçam isso. Tenho absoluta liberdade de reflexão na minha relação com Requião. Não tenho nenhuma obrigação de escrever sobre ele. Se o faço é que estou plenamente de acordo com sua posição, sua política e sua ética, e acho injusto que outros não falam disso.

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Mas ele tem um lado "complicado". Como governador, ousou cortar vencimentos injustificados de juízes e desembargadores. Desde então, perde todas as causas na Justiça paranaense. Se ele chamar ladrão de ladrão, é processo certo. Isso já lhe custou muito dinheiro, o que lhe pesa no bolso porque não é rico nem fez carreira para ganhar dinheiro na política. Em benefício "próprio" pode-se dizer que fez uma coisa: relatou a lei de abuso de autoridade. Ganhou no Senado mas Rodrigo Maia tratou de engavetá-la sob pressão da Lava Jato. Com isso os oprimidos ainda não tem lei que os proteja contra a autoridade arbitrária.

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