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Ricardo Bruno

Jornalista político, apresentador do programa Jogo do Poder (Rio) e ex-secretário de comunicação do Estado do Rio

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A crueldade de Paulo Guedes contra os pobres

"O que o ministro da Economia não tem coragem de reconhecer é a sua cota de responsabilidade nesta tragédia reservada especialmente aos brasileiros desvalidos da periferia, onde o consumo do GLP é essencial", cobra o jornalista Ricardo Bruno

(Foto: Reuters | Agência Brasil)
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A política neoliberal de Paulo Guedes está agravando a fome dos brasileiros mergulhados na desesperança da pobreza absoluta. Nos últimos dias, a crise internacional fez a Petrobras reduzir em 21% o preço do gás de cozinha vendido nas refinarias - sem que houvesse qualquer redução na ponta, para os consumidores finais. O GLP é produto de primeira necessidade para os extratos mais pobres da população; usado nas comunidades e favelas  na preparação dos alimentos, rala garantia  da sobrevivência.

Os privatistas inveterados do governo, Guedes à frente, comportam-se como se nada pudessem fazer. A desconexão entre os valores de produção e consumo seria decorrência das inescapáveis de leis de mercado. Como houve aumento de demanda, porque as famílias quase não saem de casa por conta da quarentena, as empresas distribuidoras, ávidas pelo lucro a qualquer custo, engoliram rapidamente a margem oferecida nas refinarias. E Paulo Guedes assiste estático a mais esta crueldade do mercado.

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O que o Ministro da Economia não tem coragem de reconhecer é a sua cota de responsabilidade nesta tragédia reservada especialmente aos brasileiros desvalidos da periferia, onde o consumo do GLP é essencial.

Em novembro de 2019, a Petrobras, para cumprir o receituário neoliberal de desconstrução da economia nacional em favor do mercado, vendeu a Liquigás, distribuidora estatal, por R$ 2,7 bilhões, Os felizardos compradores foram a concorrente Copagás e o banco Itaú, através da Itausa. A operação, ainda pendente de aprovação no Cade, retirou das mãos do governo um importante instrumento de regulação do mercado.  Enquanto estatal, a Liquigás reproduzia as políticas de preços governamentais, impedindo altas forjadas por um mercado oligopolizado.

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Não bastasse perder essa capacidade regulatória, o governo entregou parte da distribuição a um setor da economia marcado pela espoliação e pela usura. Para cumprir os ensinamentos da escola de Chicago, Guedes passou ao Itaú esta tarefa. Vejam a profundidade da lesão aos interesses sociais provocada pelo enfant gâte do neoliberalismo tupiniquim: transferiu ao mais perverso segmento da economia nacional o controle da distribuição do botijão de gás consumido pelos pobres  e desvalidos. Um crime de lesa-pátria, sob o manto da escola de Chicago, que tenta se impor no Brasil de Bolsonaro através da aliança entre anarcocapitalistas e golpistas. É neste terreno pantanoso que brotam as sementes da destruição do estado social brasileiro em favor da voracidade de um capitalismo fundado exclusivamente em valores de acumulação, em desfavor da sociedade.

Na semana passada, o botijão de 13 quilos era vendido no país a um preço médio de R$ 69,91. Desse valor, cerca de R$ 22 formam a parcela da Petrobras e outros R$ 10 são impostos. O restante é repartido entre empresas distribuidoras e revendedores.

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Nas favelas do Rio, a situação é ainda mais grave. Traficantes e milicianos controlam com mão de ferro o preço dos botijões, que chegam a custar mais de R$ 100 reais. O valor escorchante é fruto desta conspiração do mal, que começa no capitalismo draconiano de Guedes e termina nas mãos do crime organizado. Uma aliança de formas distintas de banditismo.

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