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Rogério Maestri

Engenheiro e professor na UFRGS

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A destituição de Bolsonaro: quando não se tem lei se faz uma

O que quero chamar atenção é que o que vem nas próximas semanas não é simplesmente os 3.000 óbitos por dia que temos no dia de hoje, mas algo bem maior que diria numa estimativa grosseira, acima de 5.000

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Nas três próximas semanas teremos mais uma surpresa no Brasil, uma invenção de uma lei para retirar Bolsonaro do Governo! Pode parecer algo surpreendente, mas as pessoas ainda não avaliaram o que ocorrerá nas próximas semanas em termos da epidemia e na solução que se achará para o problema. 

Temos que olhar essa epidemia com o seu próprio tempo, a quantidade de mortos nela é proporcional a dois fatores, o número de infectados que se tem duas semanas antes e a organização do sistema de saúde, para entendermos melhor a taxa de mortalidade do vírus em função da capacidade de organização do sistema de saúde temos que voltar para o início da epidemia na cidade de Wuhan e na província de Hubei no início da epidemia, na cidade, foco inicial da pandemia a taxa de fatalidade foi calculada em 4,9% e na província em torno de 3,1%, valores extremamente altos que o NHC (Serviço Nacional de Saúde Chinês) estimou em 55.924 casos em 20 de fevereiro de 2019, 3,8%, um número extremamente alto, porém não foi o pior. 

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Quando em 2 de março de 2020 foi calculada a primeira taxa de fatalidade nos USA o valor atingiu um pouco mais de 10%, decrescendo com o tempo para 1,82% em 18 de março de 2021. Dos grandes países o pior foi a Grã-Bretanha, que sem nenhuma medida restritiva atingiu uma taxa de fatalidade de quase 25% em 11 de abril de 2020. Países extremamente cuidadosos, como a Noruega e Nova Zelândia tiveram baixíssima taxa de infecção pelo número de habitantes e taxas de fatalidade de 0,77% e 1,06%. 

Porém o mais interessante é nos atermos a variação ao longo do tempo, ou seja, nos USA a variação é aproximadamente de 5:1, já a Grã-Bretanha é quase 10:1. O que significa isso? É que com um descontrole nas medidas de prevenção pode variar a taxa de fatalidade 10 vezes maior do que no período controlado. Mas não devemos ficar por aí, nem os USA nem a Grã-Bretanha não entraram em colapso total os seus sistemas de saúde, houve por exemplo locais quase em colapso, como a cidade de New York. 

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O que pode se tirar dessas observações para o Brasil? Se o sistema colapsar, a fatalidade poderá atingir nos locais onde o sistema colapsar, até 10 vezes mais mortos que antes disso, por exemplo, se o sistema colapsar na região sudeste do Brasil e essa tenha uma média de 2000 óbitos por dia, podemos chegar facilmente a 20.000 óbitos nessa região por dia. Se houver um colapso sincronizado em todo o sistema de saúde nacional o número chegará a perto de 30.000 óbitos por dia, que em uma semana corresponderá a 210.000 óbitos. 

A outra condição necessária para que haja esse número de óbitos é o número de infectados, algo que pela baixa testagem que se tem no Brasil esperamos que não forneça tantos infectados exigidos para os 30.000 óbitos. 

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O que quero chamar atenção é que o que vem nas próximas semanas não é simplesmente os 3.000 óbitos por dia que temos no dia de hoje, mas algo bem maior que diria numa estimativa grosseira, acima de 5.000 e simplesmente números de tal valor deixarão marcas em praticamente todas as famílias brasileiras civis e MILITARES, colocando em xeque a própria presença do comando do país principalmente para aqueles que apoiavam. 

Este cenário de mortes alucinantes colocará em pauta tanto para os tradicionais adversários do governo como antigos aliados a necessidade de retirarem o presidente do posto, mesmo que não se tendo lei para fazê-lo tenha-se que criar leis para isso! 

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