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Nêggo Tom

Cantor e compositor.

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A deturpação da arte, da diversidade e do uso do dinheiro público

O banco emitiu uma nota se desculpando pelos possíveis transtornos causados e prometeu devolver a receita federal, os 800 mil reais captados para a realização da mostra. O governo federal não se pronunciou, mas bem que poderia emitir uma nota,  se desculpando pelo golpe aplicado, voltando atrás no perdão da dívida, concedido aos bancos e investindo os mais de 124 bilhões de reais que as instituições bancárias do país devem a receita, para tirar o país da crise, que eles mesmos criaram

SÃO PAULO, SP, 26.07.2012: SANTANDER BRASIL - O Santander Brasil registrou uma queda de 5,5% no lucro do segundo trimestre em relação ao do mesmo período do ano passado, para R$ 1,46 bilhão. No semestre, o lucro ficou em R$ 3,2 bilhões, 4,3% menor qu (Foto: Nêggo Tom)
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Está dando o que falar, a tal exposição "QueerMuseu - Cartografias da diferença na arte brasileira", que estava em cartaz no Santander Cultural, em Porto Alegre. A mostra, que foi inaugurada no dia 14 de agosto e tinha previsão de encerramento em 8 de outubro, foi suspensa neste sábado, devido a protestos de vários grupos, que a acusam de desrespeitar símbolos e crenças religiosas e de fazer apologia a pedofilia e a zoofilia. 

Quando li, que o MBL foi o principal denunciante da tal exposição, já fiquei desconfiado. Pensei: Opa! A tal exposição deve ser boa. Afinal, para tudo que o MBL é contra, quem tem bom senso deve ser a favor. Fui procurar saber. Vendo alguns vídeos sobre a tal mostra, nos quais algumas "obras" eram mostradas, fiquei perplexo duas vezes. A primeira, por ter que concordar com alguma coisa que o MBL diz. E a segunda, pelo teor da exposição, que de arte mesmo, não tem nada. 

Hóstias (que representam o corpo de Cristo na fé católica) com inscrições pornográficas, Jesus Cristo profanado, gravuras que retratam sexo com animais, referências a pedofilia e ao sexo grupal, quadros onde crianças são sexualizadas e identificadas como "viadas"e toda sorte de deturpação do bom senso, que pode sair da mente de um "artista", que se propõe a fazer a "diferença" na arte. Mas precisamos concordar que, para conseguir expor algo que não é arte, como se fosse arte e ainda ter a capacidade de convencer alguém a patrocinar tal contrasenso, é, sem dúvida, possuir um diferencial. 

A tal mostra custou a bagatela de 800 mil reais e a grana foi captada via Lei Rouanet. Ou seja, isenção de impostos convertida em incentivo a cultura. Cultura? Segundo matéria publicada aqui Brasil 247:(https://www.brasil247.com/pt/247/economia/304390/Santander-ganha-perd%C3%A3o-de-R$-338-milh%C3%B5es-e-Itau-R$-25-bilh%C3%B5es-junto-%C3%A0-Receita.htm), o governo perdoou os 338 milhões de reais, que o banco Santander tinha de dívida com a receita federal. E como sabemos que não existe almoço grátis, somos nós quem pagaremos a conta para eles. Mas isso não importa. Já nos acostumamos em pagar o pato, né? As panelas nem batem mais...

Estamos entendendo o que é prioridade, para o governo golpista, nesse momento de crise. Se os 800 mil reais, que patrocinaram esse festival de bizarrices, fossem investidos em saúde, por exemplo, teríamos deixado de apreciar essa bela exposição patrocinada pelo Santander, em parceria com o governo federal. Imagina, gastar dinheiro comprando uns aparelhos que faltam naquele hospital, lá em "pindorama do norte", e que por falta deles, dezenas de pessoas morrem sem o tratamento adequado para a sua enfermidade, e deixar de investir na promoção da sanidade zoofílica e pedófila de outras dezenas de doentes. 

Eu acho que a causa LGBT não merecia esse desserviço prestado por essa exposição. Eu também não posso crer, que grupos ligados ao movimento, estejam acusando os tais conservadores da direita, de homofobia e preconceito, em função do cancelamento da tal exposição. Eu, que não sou conservador, nem moralista, nem puritano e muito menos de direita, achei a tal mostra um grande equívoco. Isso, para não dizer que achei uma porcaria. 

É realmente inteligente, abordar a diversidade sexual e combater o preconceito contra LGBT'S, usando de escárnio com a fé cristã dos outros, tentando destruir, quase que belicamente, o conceito de família, promovendo de forma catequética uma ode a ideologia de gênero e reforçando estereótipos, através dos quais a sociedade costuma justificar o seu preconceito? Será que todos que possuem uma sexualidade "diferente", querem exigir respeito a sua opção, através da banalização do sexo, do vilipêndio de símbolos religiosos e da imposição de sua orientação? Acho que não.

Aqui, nesse mesmo espaço, já defendi, e enquanto me permitirem aqui escrever, sempre defenderei o respeito as diferenças, sejam elas quais forem. A homofobia, assim como o racismo, o machismo, a misoginia, o preconceito social, a intolerância religiosa, a cultura do estupro, o fascismo, o bolsonarismo, e tudo mais que for nocivo a sociedade como um todo, precisam e devem ser combatidos todos os dias. Mas, o bom senso, deve pautar a conduta de ambas as partes. Algumas "obras" expostas na tal mostra, nada dizem respeito a diversidade, mas sim, a libertinagem, ao sadismo, a perversão pura e simples e a algumas patologias sexuais, como a zoofilia e a pedofilia. E  tudo retratado de forma lúdica e ufanista.
 
Podemos dizer que a exposição, que exibia obras de 85 artistas, entre eles, Volpi e Portinari, quando se propôs a levantar a bandeira da diversidade e da causa LGBT, conseguiu ser, apenas, permissivamente depravada, sob um formato pseudo cult. Por trás de uma ofegante pretensão de parecer transgressora, a mostra foi apenas libertina. Tenho certeza de que a luta dos LGBT'S, é por algo muito maior do que isso. É por respeito, igualdade, inclusão. E isso eu apoio! Talvez eu não entenda nada de arte , mas essa é a minha opinião. 

O banco emitiu uma nota se desculpando pelos possíveis transtornos causados e prometeu devolver a receita federal, os 800 mil reais captados para a realização da mostra. O governo federal não se pronunciou, mas bem que poderia emitir uma nota,  se desculpando pelo golpe aplicado, voltando atrás no perdão da dívida, concedido aos bancos e investindo os mais de 124 bilhões de reais que as instituições bancárias do país devem a receita, para tirar o país da crise, que eles mesmos criaram. 

É! A turma do MBL pode até ter razão nessa, mas a sua posição política, não é menos indecente do que a exposição que ela denunciou.

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