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Pedro Zambarda

Jornalista, colaborador do Diário do Centro do Mundo, editor do Digiclub, página de tecnologia no Brasil 247, e colunista de política do Storia

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A diferença de tratamento entre Manuela, Ciro e Boulos reflete machismo e preconceito ideológico

Manuela D'Ávila foi um fenômeno nas redes sociais após sua participação no Roda Viva como pré-candidata presidencial do PCdoB. Vítima um verdadeiro pelotão de fuzilamento disfarçado de entrevistadores no tradicional programa de entrevistas da TV Cultura, Manu mais lucrou do que teve prejuízos no programa

A diferença de tratamento entre Manuela, Ciro e Boulos reflete machismo e preconceito ideológico (Foto: Reprodução)
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Manuela D'Ávila foi um fenômeno nas redes sociais após sua participação no Roda Viva como pré-candidata presidencial do PCdoB. Vítima um verdadeiro pelotão de fuzilamento disfarçado de entrevistadores no tradicional programa de entrevistas da TV Cultura, Manu mais lucrou do que teve prejuízos no programa.

Segundo a empresa Atlas Político, especializada em monitoramento de mídia social, existiram 322.509 engajamentos associados a Manuela sendo 76% deles positivos. A mesma ferramenta diz que ela ficou atrás dos 379.535 de Lula com 73% de positividade. Já o ex-capitão Jair Bolsonaro ficou em terceiro lugar, com 255.469 engajamento e 65% positivos. Os dados foram captados no dia seguinte do Roda Viva.

O Atlas rastreou o Facebook. De acordo com outras pesquisas, Manuela também se expandiu no Twitter e no Instagram, superando Bolsonaro nestas outras plataformas.

Mas o sucesso em rede social da mulher do PCdoB foi impulsionado por um episódio de machismo e misoginia sem precedentes. Manuela foi interrompida pelos entrevistadores 62 vezes, oito vezes mais do que Ciro Gomes no Roda Viva. A tropa de choque contra a pré-candidata era composta por Vera Magalhães (Estadão/Jovem Pan), Letícia Casado (Folha), João Gabriel de Lima (Exame), Joel Pinheiro da Fonseca (não-jornalista do Insper), e Frederico d’Avila (diretor da Sociedade Rural Brasileira). Nenhum deles aliviou em nenhum momento, sendo que Frederico é um dos consultores do pré-candidato Jair Bolsonaro e opositor extremo de Manuela D'Ávila justamente por isso.

Para se ter outra comparação, Guilherme Boulos só teve dois entrevistadores mais incisivos contra ele no Roda Viva: Fabio Wajngarten, mais um consultor de Bolsonaro, e o cientista político reacionário Rubens Figueiredo. Ciro Gomes, num geral, foi tratado de forma mais dócil no programa.

O Roda Viva faz parte da TV Cultura. Muito mais do que ser uma televisão com ligação no governo do estado de São Paulo, gerido nos últimos anos por governantes conservadores do PSDB, o veículo em questão é profundamente liberal. Apesar de ser uma TV pública, seus valores estão calcados no liberalismo brasileiro.

Já gostei mais do Roda Viva no passado. Considerei o melhor programa de entrevistas na TV por sua diversidade. Hoje isso não existe mais, desde o desmonte promovido por Augusto Nunes para seus patrões na época.

O que vimos nas entrevistas de Boulos, Manuela e Ciro foi a expressão do preconceito com a esquerda em diferentes níveis. No caso de Manuela D'Ávila, o patamar foi alto e caricato demais. Nada de perguntas sobre projetos presidenciais. Tudo se reduziu ao questionamento se a pré-candidata apoia Stálin, a Venezuela, Maduro ou qualquer outra asneira que os nossos liberais tupiniquins têm medo.

Triste o país que tem os liberais (e a direita) que temos. 

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