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Aloizio Mercadante

Aloizio Mercadante é economista, professor licenciado da PUC-SP e Unicamp, foi Deputado Federal e Senador pelo PT (SP), Ministro Chefe da Casa Civil, Ministro da Educação e Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação

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A emergência climática e o negacionismo ambiental

"Não vamos resolver o problema de emprego, da renda, da pobreza e da fome se nós não voltarmos a crescer e se nós não associarmos o desenvolvimento econômico com a sustentabilidade ambiental e social", escreve o ex-ministro Aloizio Mercadante

Jair Bolsonaro e queimadas na Amazônia (Foto: Reuters)
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O futuro do planeta se reúne, em Glasgow, no início do próximo mês de novembro. Na pauta, a preocupação crescente sobre a emergência climática de natureza antropogênica que atinge toda a humanidade.  Em todas as regiões do mundo, as crises hídricas, o regime das chuvas, as inundações, o aceleramento dos processos de desertificação e tantas outras catástrofes ambientais não são mais variações dentro de um padrão conhecido. 

É evidente que o determinante desse processo é o aquecimento global e a crise ambiental, mas é importante que esse debate não seja visto apenas como uma preocupação da pesquisa científica, porque o negacionismo climático e ambiental é tão grave quanto foi o negacionismo sanitário, que vitimou mais de 600 mil pessoas em nosso país. Não por acaso a comunidade científica de todo o planeta está debruçada sobre essa agenda.

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No caso do Brasil, o último relatório do Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas produzido pela ONU alerta para uma pedalada ambiental. O governo Bolsonaro alterou as metas de redução dos gases de efeito estufa, mesmo depois do pacto global assumido pelo país, mas que não foi honrado como compromisso do estado brasileiro.

Bolsonaro também desmantelou todos os mecanismos de controle, de fiscalização e de proteção do meio ambiente, especialmente da região Amazônica, como o Ibama, a CTNBio e o Instituto Chico Mendes, que foram duramente atacados, desmobilizados e aparelhados. Além disso, institucionalizou uma total falta de transparência, uma intervenção militar na Amazônia, com a retirada de toda a sociedade civil do conselho da região, e tentou romper com os indicadores que monitoram o desmatamento, como se fosse possível não reconhecer o tamanho do desastre ambiental que assola o país. 

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Essa devastação ambiental não está só na Amazônia. O pantanal registra os maiores índices de incêndios da história e outros biomas estão sendo gravemente atingidos, para não falar na mineração em terras indígenas, duas operações da Polícia Federal envolvendo manganês e, agora, o ouro em terra Caiapó, uma tonelada por mês.  É um sistema extremamente complexo em que o governo da milícia urbana é também um governo da milícia rural a serviço desse agronegócio atrasado e predatório.

O que a gente precisa entender é que o futuro do desenvolvimento está diretamente associado à transição ambiental e energética. Nós não vamos resolver o problema de emprego, da renda, da pobreza e da fome se nós não voltarmos a crescer e se nós não associarmos o desenvolvimento econômico com a sustentabilidade ambiental e social. 

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Para superar essa crise climática, serão necessárias novas tecnologias, novas ações e novas fontes de energia, que são uma oportunidade de alavancar um ciclo de investimentos capaz de responder a esses grandes desafios que estão presentes no campo e na cidade.  Se a gente olhar a China, das 13 metas que o governo chinês anunciou como metas estratégicas, 10 são de preservação ambiental.  No plano Biden, o investimento para geração de empregos associados à sustentabilidade ambiental e descarbonização da economia é uma parte expressiva de toda a proposta de reconstrução da economia americana, como também no Plano Nova Geração da Europa.

O Brasil, que é o G1 da biodiversidade, deve colocar a proteção dos recursos naturais e estratégicos e a política nacional de mudanças do clima no topo das nossas prioridades. É isso que o mundo espera. Como disse a ex-ministra Izabella Teixeira, a Amazônia coloca o Brasil no mundo ou tira o Brasil do mundo, como está acontecendo com esse desgoverno Bolsonaro.

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Um país que era uma liderança entre os países em desenvolvimento e que fazia a interlocução com os países ricos em conferências como a COP26, hoje está totalmente fora da agenda e das mesas de negociação. É evidente que a questão climática é uma questão global, mas há contrapartidas e nós deveríamos estar negociando contrapartidas para o esforço que o Brasil deverá ter na proteção do meio ambiente com um novo governo que se anuncia e que romperá com este atraso do negacionismo sanitário e ambiental e do terraplanismo diplomático. 

Com Lula, o Brasil resgatará o papel absolutamente decisivo que tem para o futuro da vida e para a superação dessa grave crise climática que avança sobre todas as populações do planeta.

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