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Marcelo Uchôa

Advogado e professor de Direito

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A esperança é agora

"Torçamos para que as urnas não decepcionem. Se a vitória não vier já no primeiro turno, haverá de vingar na segunda tentativa", escreve Marcelo Uchôa

Candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) (Foto: Ricardo Stuckert)
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A poucas horas das eleições, do Ceará, estado em que, segundo pesquisas, cerca de minguados 20% do eleitorado aprovam o governo de Jair Bolsonaro (outros 20% consideram medíocre e 60% reprovam), a maioria absoluta da população se pergunta: como é que ainda há 7 estados do país em que uma pessoa tão repulsiva consegue estar na liderança das pesquisas de opinião?

Bolsonaro é homofóbico: com todas as letras, disse que preferia filho morto que homossexual; é misógino: comentou que teve quatro filhos homens e a quinta, uma fraquejada; é também racista: questionou a apoiador negro se era pesado em arroba; é xenófobo: para ele, médicos cubanos sequer são médicos; tem aporofobia, trata a pobreza como uma opção de quem não quer trabalhar. As parcas políticas positivas de seu governo para os segmentos vulneráveis da população foram arrancadas à fórceps pela mobilização social ou pela oposição. 

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Além disso, Bolsonaro é sinônimo de violência: entoa, em alto e bom som, que povo livre é povo armado, não só facilita o comércio de armas, como incentiva e promove sua aquisição; personifica a violência política: em 2018, prometeu fuzilar a petralhada, ação que seus truculentos apoiadores cumprem à risca; não bastasse, é sinônimo de violência contra a imprensa: desde a posse, não há semana em que não vocifere contra a mídia, tornou jornalista profissão de risco num país em que um segmento da sociedade ameaça fisicamente agredir repórteres e cinegrafistas na rua, reproduzindo um ódio espraiado pelo líder; outrossim: é violência indígena e ambiental, considera que povos originários vadiam sobre uma Amazônia que precisa ser desmatada para beneficiar madeireiros, mineradores e agropecuaristas, inclusive mega produtores de agrotóxico.

Como se não bastasse, Bolsonaro também é uma agressão institucional permanente, inimigo contumaz da democracia. Defende a sanguinária ditadura militar de 1964 e venera carniceiros torturadores e assassinos. Ameaçou inúmeras vezes se insurgir contra o STF. Com a faixa da presidência, tem sustentado cotidianamente que o processo eleitoral brasileiro é corrompido, o mesmo processo eleitoral que o elegeu parasita da política a vida toda.  Mente. Diz que a justiça eleitoral está determinada a lhe roubar as eleições de 2022, por isso, dia sim, dia não, promete acionar “suas” forças armadas para promover um golpe de estado. É ás em Fake News, bravatas e factoides. Não é sério.

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É um atraso para as relações internacionais brasileiras. Beija a mão de um trambiqueiro como Donald Trump. Chama de feia a esposa do presidente da França. Tem o atrevimento de vociferar contra uma admirada ativista ambiental internacional adolescente e um nonagenário cacique indígena não menos respeitado mundo afora. Insinua que a China, principal parceira comercial do país, criou, em laboratório, por razões econômicas, um vírus violentamente mortal capaz dizimar a humanidade, o qual é adjetivado por sua laia de “comunavírus”. Apoia um embuste, como Juan Guaidó, que sequer possui unanimidade na oposição do próprio país. Apressa-se em reconhecer um golpe de estado obsceno como o de Jeanine Áñez. Confronta a OMS, as instâncias de direitos humanos da ONU. Mete os pés pelas mãos na diplomacia chegando a manter no mais alto posto da chancelaria do país um aloprado que festejou o fato do Brasil ser um pária internacional.

Mas pior de tudo. Como é possível ainda haver estados em que a maioria do eleitorado continua acreditando em um abominável que negou até quando foi possível a gravidade da pandemia de Covid-19? Que até hoje afirma levianamente que o Brasil foi um exemplo no enfrentamento ao coronavírus, logo o Brasil que é o segundo país do mundo em número de mortes? Que perdeu cerca de 700 mil pessoas, centenas de milhares das quais poderiam ter sobrevivido se não fosse a irresponsabilidade de um sociopata que se impôs contra as medidas de isolamento social recomendados pelas autoridades nacionais e internacionais de saúde? Que boicotou as ações desenvolvidas por gestores estaduais e municipais? Que promoveu o uso de medicamentos ineficazes para o tratamento da doença? Que recusou a compra de vacinas oferecidas ao Brasil e postergou, de propósito, o início da vacinação? Que foi contra a vacina! Foi contra a vacina até mesmo para a sua filha, uma criança. Que desde o princípio da pandemia e durante suas 4 ondas no país defendeu a imunização de rebanho por adoecimento? Um desalmado, cujo governo não só deixou o povo morrer sufocado sem oxigênio, como, ele mesmo, em Live, zombou do sufocamento por falta de ar?

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Bolsonaro é um delinquente em escala, que tanto sabe que cometeu crimes que já disse várias vezes que não aceitará, sob hipótese alguma, ser preso. Seus crimes são muitos, mas também é relevante dizer que, dentre entre os variados delitos, ele é imensamente corrupto. Não só corrompe, como é corrompido. Usa um orçamento bilionário, “orçamento secreto”, para negociar suas pautas imorais no parlamento com uma bancada apodrecida ética, ideológica e politicamente, composta de mercadores da fé travestidos de sacerdotes, lobistas da degradação ambiental, do armamento pesado e de vendilhões da pátria em geral.

O déspota brasileiro não tem a mínima vergonha na hora de dificultar as investigações contra sua família (filhos e parentes), cuja origem está visceralmente vinculada à milícia (marginalidade policial) do Rio de Janeiro, extremamente periculosa. Sequer se constrange ao dizer indecências como “meus ministros do STF”.  

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Do Ceará, onde apenas uma fração insignificante do eleitorado condescende com essa aberração humana, o povo olha o resto do Brasil torcendo para que saiba lidar com seus neurônios e escutar o próprio coração no próximo dia 2 de outubro. Há um estado de coisas indescritíveis acontecendo no Brasil. O mundo, atônito, aguarda que haja temperança. O povo pobre, cada vez mais famélico, não tem mais tempo. Falta comida.

Cearenses irão às urnas no próximo domingo com a expectativa de definir as eleições presidenciais ainda em primeiro turno, em escrutínio com vários candidatos, evitando que, numa eventual segunda rodada, com decisão polarizada entre apenas dois postulantes, Bolsonaro fortaleça-se em suas ardilosas alegações de fraude e tente emplacar uma encenação de golpe ou tumulto qualquer.

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Para a sorte do Brasil, há “Luiz” no fim do túnel. Nesta véspera eleitoral, a possibilidade da vitória de Lula é real e plenamente possível. Ele representa o oposto do que está aí. É uma espécie de esperança certa. Uma confiança de conseguir virar a página, derrotando o fascismo e repondo o Brasil nos trilhos dos quais jamais deveria ter saído. E mais, com a consciência de que se há alguém em condições de fazê-lo e fazê-lo bem, esse alguém é ele. 

O Lula já provou no passado que é possível construir um governo bom para todos, voltando-se prioritariamente à eliminação da fome, à erradicação da miséria e à diminuição do enorme fosso de desigualdade existente entre os poucos extremamente ricos e os muitos imensamente pobres. Ao lado disso, ele também é um bastião para os que sonham com uma América Latina verdadeiramente independente: soberana na determinação de sua política, livre no desenvolvimento de sua economia e diversa na promoção de sua cultura.

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Torçamos para que chegue domingo e as urnas não decepcionem. Em todo caso, se a vitória não vier já no primeiro turno, haverá de vingar no final do mês, dia 30, na segunda tentativa. Importante é vir. E assim seremos felizes novamente. Esperança!!

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