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Pedro Zambarda

Jornalista, colaborador do Diário do Centro do Mundo, editor do Digiclub, página de tecnologia no Brasil 247, e colunista de política do Storia

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A esquerda precisa discutir tecnologia nas eleições de 2018

Para chegar além do seu eleitorado tradicional no Brasil, que foi beneficiado pelos programas na última década ou é formado essencialmente por uma pequena burguesia elitizada, os esquerdistas precisam discutir segurança pública (uma pauta tradicionalíssima da direita) e, sim, tecnologia

Para chegar além do seu eleitorado tradicional no Brasil, que foi beneficiado pelos programas na última década ou é formado essencialmente por uma pequena burguesia elitizada, os esquerdistas precisam discutir segurança pública (uma pauta tradicionalíssima da direita) e, sim, tecnologia (Foto: Pedro Zambarda)
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Acabou o Carnaval. Acabou fevereiro. 2018 começou e teremos eleições presidenciais e para outros cargos públicos no ano. Nomes de candidatos preenchem o noticiário, incluindo Bolsonaro, Alckmin e outros. A esquerda possui diferentes possibilidades eleitorais, do colosso de Lula nas pesquisas até Guilherme Boulos, Manuela D'Ávila, Ciro Gomes e outros.

No entanto, o período da corrida eleitoral não deveria ser usado apenas para discutir nomes e sim para discutir projetos de país. A esquerda é naturalmente cativante no seu campo pela defesa dos direitos humanos, de uma sociedade mais igualitária e menos injusta. Para chegar além do seu eleitorado tradicional no Brasil, que foi beneficiado pelos programas na última década ou é formado essencialmente por uma pequena burguesia elitizada, os esquerdistas precisam discutir segurança pública (uma pauta tradicionalíssima da direita) e, sim, tecnologia.

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Avanços tecnológicos foram alcançados nos anos Lula e Dilma. O estímulo pelo consumo de software livre a partir dos anos 2000 permitiu que a comunidade hacker florescesse. O Plano Nacional de Banda Larga, embora barrado pela baixíssima concorrência entre as empresas de telecomunicações, permitiu que mais da metade dos brasileiros se conectasse na internet segundo dados de 2014, atualizados anualmente, pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). A Lei do Bem e o estímulo às fabricantes internacionais para a instalações de unidades de criação de smartphones e tablets popularizaram o consumo móvel. Num ano de declínio de 9% na venda de celulares global (2018, segundo estatísticas divulgadas no MWC deste ano), e com uma crise econômica notável, o território brasileiro ainda é atraente para este mercado.

Mesmo assim, os governos de centro-esquerda brasileiros pouco fizeram na revisão dos encargos tributários e no estímulo à produção nacional tecnológica. A pauta no setor segue mais comandada por liberais e capitalistas à direita. Hoje, quem mais fala sobre Uber nas redes sociais é o pré-candidato ao governo de São Paulo do PSDB, João Doria Jr. Sem compreender o papel social da tecnologia nos avanços infraestruturais, muitas candidaturas ditas progressistas ainda não estabelecem uma ligação clara entre o papel do universo digital e o seu eleitorado.

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Globalmente, a direita política obteve uma vitória importante com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos que vai além de notícias falsificadas. Tem a ver com a defesa de um estado nacionalista (mesmo que não seja verdadeiro) e uma campanha que atingiu o coração do eleitor norte-americano pela internet, passando na frente da mídia tradicional.

A esquerda brasileira, por sua vez, tem uma chance de ouro de fazer uma defesa mais consistente de reformas tecnológicas ao país, considerando apenas o que elenquei neste texto. Contra o lobby empresarial tecnológico que tradicionalmente existe na direita, os esquerdistas podem defender o uso da internet como política pública e mecanismo de redução de custos de campanha, entre outros usos. Pode defender tecnologia como mecanismo de inclusão social e educacional nas escolas.

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O que falta, nesta discussão que esboço aqui, é um candidato que simbolize estas pautas ou que solidarize o suficiente para incluí-las no seu plano de governo. A inclusão precisa ser clara, pública e sem rodeios.

O Brasil tem um mercado de desenvolvimento de games de 300 empresas. Inova e já desenvolve em realidade virtual. Tem a possibilidade de ter um mercado de hardware se a desindustrialização em curso for realmente revertida, bem como a lógica entreguista.

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A campanha eleitoral precisa expressar este novo paradigma.

E eu não vejo, sinceramente, nenhum candidato atento a estas pautas.

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Vamos esperar pelas próximas páginas desta história.

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