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Gustavo Conde

Gustavo Conde é linguista.

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A estranha calmaria de um ano eleitoral

Para o colunista do Brasil 247 Gustavo Conde, a proximidade das eleições "a cada dia que passa, é um grau violento a mais de incerteza e apreensão. Estamos novamente, como no impeachment de Dilma, nas mãos do STF, do TSE, do congresso e dos desígnios e desejos da imprensa sócia do governo. Ou seja: estamos em péssimos lençóis"; "A imprensa e o governo Temer estão em silêncio sepulcral. Não há entrevistas, não há prognósticos, não há debates. Só há movimento político aparente nas mídias alternativas. Todo o resto está submerso", diz; "Esse tipo de calmaria estranha e atípica para um ano eleitoral pode ser lida também de outra maneira. Se você estiver nas ruas de alguma cidade do Brasil, é, em geral, o momento que precede um assalto" observa

Para o colunista do Brasil 247 Gustavo Conde, a proximidade das eleições "a cada dia que passa, é um grau violento a mais de incerteza e apreensão. Estamos novamente, como no impeachment de Dilma, nas mãos do STF, do TSE, do congresso e dos desígnios e desejos da imprensa sócia do governo. Ou seja: estamos em péssimos lençóis"; "A imprensa e o governo Temer estão em silêncio sepulcral. Não há entrevistas, não há prognósticos, não há debates. Só há movimento político aparente nas mídias alternativas. Todo o resto está submerso", diz; "Esse tipo de calmaria estranha e atípica para um ano eleitoral pode ser lida também de outra maneira. Se você estiver nas ruas de alguma cidade do Brasil, é, em geral, o momento que precede um assalto" observa (Foto: Gustavo Conde)
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Lula pode até ser impedido de concorrer às eleições. Mas pode eleger uma legião de governadores e deputados. No entorno simbólico de Lula, o voto se movimenta não só em direção a quem eventualmente herdar a candidatura, mas em direção ao legado que Lula deixou e de cuja ausência a população se ressente.

Esse é o pulo do gato que o próprio golpe - do alto da sua infinita truculência e burrice - deixa passar. Afinal, quem consegue desenhar tantos cenários e produzir tantos prognósticos - que exigem concentração e inteligência - diante da necessidade premente de correr contra o tempo para sobreviver?

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O golpe não pensa. O golpe rapina. E a rapinagem pura e simples não dá conta da manutenção de poder. A rapinagem promove a extinção do 'ecossistema'. Ela só encontra a chance de durar com a força bruta em carga máxima porque, se a democracia vicejar, ela volta para o lugar de onde saiu: no caso brasileiro, os governos estaduais tucanos - e os corredores partidarizados do judiciário, aqueles que não têm teto salarial.

Um consórcio de rapinagem desses, portanto, não tem condições de dar conta de todo o cenário eleitoral e de seus complexos desdobramentos regionais. O golpe confia demais na proteção da Rede Globo e da Folha de S. Paulo. O golpe tem sua cota de ingenuidade básica.

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E, convenhamos: é um risco muito grande confiar em duas instâncias com tantos precedentes de traição e esqueletos no armário. Aliás, a briga é boa: difícil saber quem blefa mais, o PSDB (que hoje é sinônimo de golpe) ou a Rede Globo.

De sorte que eles estão em grau avançado de canibalização. Essa legislatura - certamente, a pior da história do país - quer se reeleger a qualquer custo, pois deputados e senadores golpistas dependem do foro privilegiado para permanecerem soltos.

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Rapinagem política e achaques

Não há força política chantagista no mundo capaz de dissuadir tamanha malta de congressistas a abrirem mão de uma eleição apenas para impedir a volta do político mais popular do planeta ao comando do país. O golpe 2.0 do cancelamento e/ou adiamento das eleições fracassa, portanto, porque os interesses pessoais dos congressistas se sobrepõem ao desespero do alto escalão tucano-emedebista, que pode ter poder de barganha, mas conta com número reduzido de achacadores.

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É dessa constatação que emerge o pânico real de um golpe militar "complementar". Se alguém estudou ou leu sobre o golpe de 1964, um fato se impõe com clareza líquida e cristalina: antes de assumirem o poder em definitivo, as fileiras militares precisaram dominar territórios críticos. A intervenção no Rio é, neste momento, a tábua de salvação da rapinagem política.

O problema é que, como sempre, militares não gostam muito de obedecer civis, sobretudo civis escandalosamente incompetentes, oportunistas e destituídos de qualquer sentido de soberania.

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Se se quiser uma breve incursão psicológica acerca dos militares em operação no Rio de Janeiro, basta dizer que eles não querem de maneira nenhuma associar a própria imagem ao governo federal ou ao ministério da segurança pública e/ou ministério da defesa. Isso ficou evidente naquela assustadora entrevista coletiva pautada e conduzida pela Rede Globo, em que o general Braga Netto fez questão de demarcar com todas as letras o território operacional da intervenção.

Alta traição e descontinuidade democrática

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Não é de se admirar e nem para se chocar. Obedecer uma ordem direta do presidente Temer deve ser uma das experiências mais degradantes que qualquer humano pode ter a infelicidade de vivenciar. É como se você se tornasse cúmplice de um crime hediondo e imprescritível de alta traição.

Estamos, caros leitores do 247, a 7 meses da eleição. Ninguém sabe direito o que está nesse horizonte de 2018. A imprensa em uníssono se cala. Não pressionam ninguém, não interpelam os prazos junto ao Tribunal Superior Eleitoral e sequer desovam leituras e prognósticos com vistas ao pleito.

Isso também assusta, do ponto de vista histórico. Em Março de 2014, por exemplo, o país tinha todos os candidatos postos e, bem ou mal, o debate engatinhava. Neste momento, há um imenso vazio eleitoral. Pior: à medida em que se cogita nomes caros à 'descontinuidade democrática' - nomes do golpe - fica evidente o quanto a população rechaça todo e qualquer simpatizante a essa organização criminosa que se apoderou do país.

Os micróbios sob tutela e a eutanásia democrática

Huck, Alckmin, Meirelles, Doria, empresários avulsos, tubos de ensaio variados, nada atinge qualquer nível que se possa chamar de patamar inicial de intenção de voto. Como diz o jornalista Fernando Brito, são 'micróbios'. Eu acrescento: micróbios em busca de algum organismo vulnerável para iniciarem suas ações de parasitagem assistida e tutelada (pela gloriosa imprensa).

Fato é que: nada disso se sustenta. Não pode se sustentar. Eles afrontam a realidade de maneira vil e esplendorosamente perigosa. Porque, brincar assim com a estrutura política e social de um país é basicamente uma eutanásia democrática: desliga-se os aparelhos (as eleições, o debate) que mantêm o doente vivo e ruma-se ao desconhecido com toda a autopiedade cara aos políticos moribundos e ultrapassados.

É irresistível se apropriar da histórica comparação metafórica de uma escola de samba carioca: depois de morder o pescoço da democracia, o vampirão quer voltar ao caixão e ter os seus pesadelos em paz transilvânica.

Essa lógica suicida leva a apenas um e somente um lugar: ao estado de exceção definitivo. Político sem voto é o coquetel viral mais nocivo e danoso a todo e qualquer ecossistema social que se puder imaginar.

A narrativa de mais um golpe de contenção

O golpe militar com todas as letras e patentes, portanto, nunca esteve tão cotado pela torrente agônica dos prognósticos pessimistas como agora. A ocupação no Rio funciona como zona estratégica de contenção e organização militar, mas também como senha e termômetro para que se construa uma narrativa minimamente 'palatável' na opinião pública - não a opinião pública real, bem entendido, mas seu subproduto que habita as páginas dos jornais familiares e seculares.

Que narrativa é essa? Empresários já vão dando o seu apoio à intervenção militar do Rio. O Jornal O Globo, inclusive, funciona como um manual autoelogioso das ações e pretensões dos militares ali instalados (o que é um vexame para a prática do jornalismo).

Políticos cariocas - como todos sabem, essa "reserva moral de credibilidade e compromisso público" - também aproveitam seus 15 minutos de fama televisiva no Grupo Globo e emprestam o seu apoio à intervenção.

Comentaristas da Globonews só faltam estourar champanhe ao vivo para celebrar a operação. Inexiste qualquer cifra de contraditório em suas falas e pressupostos. Parecem, a rigor, celebrar uma festa de réveillon em que as balas de fuzil são os fogos de artifício - e isso ficará para a posteridade como uma das maiores vergonhas do jornalismo mundial.

Em suma, o ano eleitoral avança e a situação só faz ficar mais dramática. Cada dia que passa, é um grau violento a mais de incerteza e apreensão. Estamos novamente, como no impeachment de Dilma, nas mãos do STF, do TSE, do congresso e dos desígnios e desejos da imprensa sócia do governo. Ou seja: estamos em péssimos lençóis.

O efeito-Lula e o Prêmio Nobel

A despeito de seu impacto histórico e político, a avassaladora vitória moral que a esquerda obteve com esse desmascaramento generalizado dos atores políticos que ainda posavam de democratas no período pré golpe (o PSDB, sobretudo), a realidade ainda não conseguiu se traduzir em fato e segue proscrita pelo serviço de realidade paralela da poderosa emissora de televisão dominante e dominadora.

Lula crava vitórias consecutivas em todos os cenários desenhados pelos institutos de pesquisa. Sua popularidade cresceu. Sua tranquilidade choca até seus aliados políticos. Sua magnanimidade assusta todos os segmentos da sociedade. Poucos conseguem interpretar Lula a contento e isso o torna ainda mais poderoso em sua ação cotidiana simbólica e política.

Sua força assombra a comunidade internacional. Ele amealha fãs incondicionais, de Noam Chomsky a Adolfo Pérez Esquivel. Ele conquista, a essa altura dos acontecimentos, uma indicação ao Prêmio Nobel consistente e, possivelmente, vitoriosa.

A Academia Sueca também padece de credibilidade internacional, após tantos prêmios subjetivos concedidos de maneira fugaz e política no mau sentido da palavra. Há, para desespero do golpismo brasileiro e internacional, uma convergência única de fatores que fazem a indicação de Lula ao Nobel da Paz ser, já de saída, uma das mais importantes da história da premiação.

Ela é, a rigor, a oportunidade de redenção do prêmio. Daria uma visibilidade e uma repercussão sem precedentes. Eles também precisam disso, tanta subserviência e obediência aos americanos depois.

Lula e sua linguagem tecnicamente singular

Lula segue sua travessia histórica de posse total de seus sentidos políticos, soberano, inteiro, justo e com o sorriso estampado em seu rosto sofrido. A entrevista à Monica Bergamo marca bem esse estado de ânimo e essa assustadora paz de espírito. Lula surfou na Folha de S. Paulo. Desfilou sua escola de samba com a tradicional bateria nota 10 e a garra habitual do samba-enredo estatístico.

Mais do que isso. Lula teve uma performance discursiva tecnicamente inédita, até para mim que acompanho seus discursos há tanto tempo. Lula foi elegante, contundente, direto, estratégico, bem humorado, firme, digno e, como não poderia deixar de ser, extremamente inteligente. A jornalista da Folha deve estar tentando anotar a placa até agora.

Lula foi tão absurdamente feliz na entrevista que se deu ao luxo de vazar cirurgicamente uma tese sobre a disputa entre Temer e Globo, com a respectiva vitória do primeiro. Isso chocou e confundiu muita gente, sendo que a intenção do nosso maior estrategista político era exatamente essa: confundir.

Lula teve o poder de inocular uma imensa insegurança à Globo e, ao mesmo tempo, em Temer, quando relata sua leitura daquela sucessão de fatos obscuros - que a despeito de qualquer filigrana tática de Lula, foi de fato uma tentativa de golpe patrocinada pela Globo com vistas a empossar Rodrigo Maia.

Lula sabe que sua dicção arrebata. Sua leitura de conjuntura, por mais técnica que seja, está devidamente investida por aquela voz rouca que cinde o peito de todo e qualquer brasileiro, inclusive o peito magro da Folha de S. Paulo.

Lula abusou de seu domínio do sentido linguístico. Como linguista que estuda exatamente esse fenômeno (o fenômeno de produção de sentido), tenho que dizer: Lula não fala nem discursa nem dá entrevista. Lula gerencia o sentido. Não só gerencia, mas modula, cadencia, acelera, desacelera e coloca todo e qualquer interlocutor no bolso como troco de padaria.

A tática retórica do pressuposto

Querem ouvir outro nó tático que ele deu na jornalista? Lula disse que ele não precisa mobilizar a população para que ela saia em defesa dele. Isso é de uma brutalidade retórica sem precedentes. Porque isso confirma de maneira semanticamente violenta que, a hora em que quisesse, ele poderia mobilizar toda a população trabalhadora brasileira. Desenhando: ele diz isso sem dizer (porque dizê-lo, a rigor, seria considerado soberba).

Mas, notem que, a despeito de as palavras não serem proferidas por Lula, elas estão "lá", em seu sentido pleno, em sua reverberação profunda, emanada de alguém que enuncia direta e tecnicamente pelo povo e para o povo. Isso é arte, é a arte da palavra. Isso é quase "não humano".

Porque, com esse pressuposto em estado de latência, Lula arrebata a mobilização popular quase que direta e imediatamente via inconsciente. O marketing político não chega nem a sonhar com essa técnica tão apurada e intuitiva.

Lula como fenômeno de linguagem

Ainda falta mais um detalhe para esta missiva se encerrar. Não posso deixar, no entanto, de confessar antes que, este preciso ponto do texto me obriga a relatar um trecho de uma conversa pessoal que tive recentemente com Lula. Ele me disse que tinha que tomar "cuidado" ao me ler - e eu tenho a honra de, eventualmente, ser lido por ele - "para não ficar se achando". Justo. Ele está certo.

Mas, lamento. Eu tenho muitas razões para não mudar as cifras levemente passionais da minha compreensão deste fenômeno singular de produção de sentido. Admito que gosto realmente de valorizar aquilo que me impressiona tecnicamente. Eu valorizo o espetáculo da linguagem humana, é parte da minha condição de linguista.

No entanto, eu compreendo Lula. Ele realmente não tem que saber o quanto ele é "bom". Isso pode ser improdutivo e perigoso. É, no fundo, iguaria para consumo interno de pesquisador voltado aos estudos da linguagem. Peço, portanto, vênia, a ele e a meus leitores, para dividir esta percepção das coisas que, aliás, já foi dividida (agora é tarde).

A insistência legítima e estratégica na candidatura

Há de se concluir este ensaio quase fragmentário e, para isso, evoco novamente as eleições de 2018. Diante de todo esse cenário de rapinagem generalizada, de processos sociais truncados, de intervenções militares, de candidatos anões e de um Lula simbolicamente forte e investido de sentido e história como nenhum outro protagonista até aqui, o cenário para o ano de 2018 se torna uma peça complexa.

Deste ponto, é preciso entender a insistência de Lula em sua candidatura. Essa insistência tem um imenso sentido simbólico, mas também estratégico. O aspecto simbólico é o gesto que ficará para a história e atravessará toda e qualquer narrativa política das democracias mundo afora.

Assim como Dilma, que inspirará milhões de homens e mulheres com sua garra diante da confraria violenta da rapinagem misógina, Lula também resiste ao assédio furioso dos elementos boçais que não conseguem enunciar uma proposta sequer para o país há mais de 500 anos. É o lawfare e o gaslighting em suas duas ocorrências mais escandalosas já registradas no mundo supostamente civilizado.

A transferência de votos

O lado estratégico da insistência democrática e legítima na candidatura à presidência é a operação migratória em torno desses votos que podem ficar órfãos antes de nascerem. Lula sabe da magnitude desta que pode ser a maior transferência de votos já registrada na história das eleições.

Ocorre que uma transferência desta monta não se resume a uma movimentação retilínea e uniforme em direção ao candidato que herdar a cabeça de chapa da candidatura. Essa transferência já está devidamente processada até pelos meios obsoletos de comunicação, para desespero deles.

O que vai impactar o país - se houver eleições - é o papel de Lula nos estados e no congresso. O país, como vimos e vemos todos os dias, rechaçou o golpe. Rechaçou Sergio Moro. Rechaçou Temer. Rechaçou Dallagnol. Rechaçou Aécio, rechaçou o PSDB, rechaçou o MDB.

Esse sentido de rejeição - que todo profissional de institutos de pesquisa conhece - é muito forte e define o resultado. De modo que aponta no horizonte uma votação extremamente maciça para candidatos de esquerda que estejam sob a força eleitoral irradiadora de Lula.

O silêncio perturbador pré eleitoral

Essa é uma tese que enseja, ao mesmo tempo alguma autoconfiança (ninguém ganha eleição com medo) e extremo cuidado. Porque, diante deste cenário - que o golpe não conseguirá desenhar dada a sua extrema limitação técnica e leitora - o pânico de uma derrota fragorosa nas eleições pode suscitar novos elementos de ruptura e truncamento da democracia.

Em outras palavras, o cancelamento das eleições não é mais um delírio. Ele foi promovido a "possível fatalidade", nessas últimas semanas em que Lula não cede um milímetro em popularidade e o golpe patina em profundo lamaçal.

Claro que vocês conhecem o ditado popular "depois da calmaria, vem a tempestade". Há, no entanto, um fenômeno científico mais eloquente: antes de uma tsunami, o mar se retrai. Um indonésio, um malaio ou um tailandês, quando vê o mar se retraindo em silêncio, corre em desespero para se abrigar em algum lugar alto e seguro próximo à praia.

O momento brasileiro é esse. A imprensa e o governo Temer estão em silêncio sepulcral. Não há entrevistas, não há prognósticos, não há debates. Só há movimento político aparente nas mídias alternativas. Todo o resto está submerso.

Este silêncio, portanto, é perturbador. Lula assusta a confraria da rapinagem de maneira muito forte. Eles, por sua vez, amargam certa paralisia. Não conseguem se articular sem que algum tipo de desenlace para esta situação provisória da candidatura favorita de lula apareça como sinal verde para o início concreto das ações.

Esse tipo de calmaria estranha e atípica para um ano eleitoral pode ser lida também de outra maneira. Se você estiver nas ruas de alguma cidade do Brasil, é, em geral, o momento que precede um assalto.

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