A estratégia “a la Macron” de Ciro Gomes não irá funcionar

Os jornalistas Daniel Carvalho e Gustavo Uribe da Folha de S.Paulo publicaram uma reportagem hoje sobre os bastidores da campanha de Ciro Gomes. No texto, eles descrevem que Ciro se encontrou num jantar secreto com Rodrigo Maia, lideranças do DEM, do PP e o deputado Orlando Silva do PCdoB. O episódio é mais um passo no caminho da estratégia a la "Emmanuel Macron" de Ciro Gomes: vender o peixe de que é centro-esquerda e fazer acordos com a centro-direita.

Só que o tiro está saindo pela culatra.

Num evento em Minas Gerais nesta semana, Ciro Gomes foi vaiado por direitistas que o rejeitam. No congresso de liberais liderado pelo MBL, Ciro deu um pedala no YouTuber "MamãeFalei", que tentou importuná-lo. Se o ex-ministro de Lula tem traquejo para falar com empresários do setor produtivo, está emitindo sinais completamente trocados para o seu eleitorado.

Na pesquisa Poder360, Ciro Gomes decolou e passou Alckmin. Mas, se os eleitores não entenderem o que ele quer, será que ele não patina novamente?

Em sua coluna no jornal Folha de S.Paulo, o jornalista Jânio de Freitas explicitou que, embora tenha descartado uma aliança de primeiro turno com Ciro, Lula deixou claro de sua cela em Curitiba que não defende que petistas ataquem o pedetista.

Na visão de Jânio, Ciro Gomes faria um voo solo no primeiro turno e, caso se saia bem, ganharia a benção do ex-presidente contra Jair Bolsonaro ou qualquer outro nome da direita.

No entanto, Ciro permanece na "estratégia Macron" de querer se diferenciar do PT quando o que ele faz, na verdade, não tem tanta diferença assim.

O tempo está passando. Estamos em junho. Ciro Gomes poderia, muito bem, mudar a estratégia e visitar seu velho amigo na cadeia.

Fará um bem danado na sua corrida eleitoral que é, até agora, confusa.