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Leonardo Attuch

Leonardo Attuch é jornalista e editor-responsável pelo 247.

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A falta que fez Meirelles

"Dilma teve pelo menos quatro oportunidades de tê-lo a seu lado, o que evitaria boa parte dos seus problemas atuais", diz Leonardo Attuch, editor do 247; "Mais do que simplesmente ouvir os conselhos do ex-presidente, era preciso atentar para os resultados de Meirelles no Banco Central. Sua primeira medida foi acabar com a emissão de títulos cambiais, o que reduziu a especulação e abriu espaço para a política de acumulação de reservas – hoje em US$ 375 bilhões. A inflação sob controle também criou um ambiente de previsibilidade que fez com que o Brasil vivesse o maior ciclo de crédito de sua história. O resultado foi a valorização dos ativos brasileiros e a obtenção do grau de investimento"

"Dilma teve pelo menos quatro oportunidades de tê-lo a seu lado, o que evitaria boa parte dos seus problemas atuais", diz Leonardo Attuch, editor do 247; "Mais do que simplesmente ouvir os conselhos do ex-presidente, era preciso atentar para os resultados de Meirelles no Banco Central. Sua primeira medida foi acabar com a emissão de títulos cambiais, o que reduziu a especulação e abriu espaço para a política de acumulação de reservas – hoje em US$ 375 bilhões. A inflação sob controle também criou um ambiente de previsibilidade que fez com que o Brasil vivesse o maior ciclo de crédito de sua história. O resultado foi a valorização dos ativos brasileiros e a obtenção do grau de investimento" (Foto: Leonardo Attuch)
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Numa entrevista recente, a presidente Dilma Rousseff citou o ator italiano Vittorio Gassmann, ao dizer que “a gente deveria ter duas vidas: uma para ensaiar e outra para viver”. Se a ela fosse dada uma segunda chance, Dilma deveria refletir sobre o porquê de não ter mantido Henrique Meirelles, que presidiu o Banco Central durante os oito anos do governo Lula, em sua equipe.

Foram pelo menos quatro oportunidades perdidas. A primeira, claro, quando assumiu seu primeiro mandato em 2011, mas Dilma decidiu descartá-lo ainda na transição, quando foi convencida pelo ex-ministro Guido Mantega, que travava com Meirelles uma disputa pelo protagonismo na economia. Depois, em 2013, antes da reeleição, quando o ex-presidente Lula chegou a sinalizar claramente que Meirelles fazia falta em sua equipe – isso, num momento, em que Dilma já era acossada, com certo exagero, pela “inflação do tomate”.

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Ganha a reeleição, Dilma disse claramente que faria um ajuste na economia. No entanto, mais uma vez, descartou Meirelles, optando por Joaquim Levy, que demonstrou ter pouco traquejo político para levar adiante sua proposta de ajuste fiscal. Quando Levy caiu, Dilma optou por Nelson Barbosa, quando Lula, novamente, pedia Meirelles na economia.

Mais do que simplesmente ouvir os conselhos do ex-presidente, era preciso atentar para os resultados de Meirelles no Banco Central. Sua primeira medida foi acabar com a emissão de títulos cambiais, o que reduziu a especulação e abriu espaço para a política de acumulação de reservas – hoje em US$ 375 bilhões. A inflação sob controle também criou um ambiente de previsibilidade que fez com que o Brasil vivesse o maior ciclo de crédito de sua história. O resultado foi a valorização dos ativos brasileiros e a obtenção do grau de investimento.

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Ao optar por Meirelles na Fazenda, o vice-presidente Michel Temer, que enfrenta problemas de legitimidade, neutraliza parte das críticas que receberá do PT pelas medidas de ajuste que adotará caso se torne, efetivamente, presidente. Se Meirelles era o ministro dos sonhos de Lula e serviu ao PT durante oito anos, ele se torna praticamente inatacável.

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