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Lula Miranda

Poeta, cronista e economista. Além de colunista do 247, publica artigos em veículos da chamada imprensa alternativa, tais como Carta Maior, Caros Amigos, Observatório da Imprensa e Fazendo Média

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A flor e a náusea

"Mulheres valentes invadem a Paulista – leio a manchete imaginária que não emoldurou os jornais que foram às bancas nesta manhã preguiçosa de segunda, 16 de maio. Mas esta seria, convenhamos, uma manchete de uma imprensa que já não existe; feita por jornalistas que já deixaram de existir faz algum tempo. Quanto tempo?", questiona o poeta Lula Miranda, ao comentar a beleza das jovens que marcharam pela democracia neste domingo, com espírito de coração valente; enquanto o ministério de Temer é "brochante", as meninas da Paulista lhe enchem de esperança; "Que improvável semeadura teria acarretado tão virtuosa lavoura?Teria esse sido o principal legado da mulher presidente?"

"Mulheres valentes invadem a Paulista – leio a manchete imaginária que não emoldurou os jornais que foram às bancas nesta manhã preguiçosa de segunda, 16 de maio. Mas esta seria, convenhamos, uma manchete de uma imprensa que já não existe; feita por jornalistas que já deixaram de existir faz algum tempo. Quanto tempo?", questiona o poeta Lula Miranda, ao comentar a beleza das jovens que marcharam pela democracia neste domingo, com espírito de coração valente; enquanto o ministério de Temer é "brochante", as meninas da Paulista lhe enchem de esperança; "Que improvável semeadura teria acarretado tão virtuosa lavoura?Teria esse sido o principal legado da mulher presidente?" (Foto: Lula Miranda)
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“Mulheres valentes invadem a Paulista“ – leio a manchete imaginária que não emoldurou os jornais que foram às bancas nesta manhã preguiçosa de segunda, 16 de maio.

Mas esta seria, convenhamos, uma manchete de uma imprensa que já não existe; feita por jornalistas que já deixaram de existir faz algum tempo. Quanto tempo?

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Ah, o tempo...

O passado. O presente.

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“Mulher recatada e do lar”. Este é o tipo de “notícia” que sai na imprensa desses dias de infames e de infâmias Essa é a visão que a nossa classe média conservadora e burra [ou melhor, ignara] parece ter das mulheres.  Ao menos foi essa a mensagem enviada, recentemente, pela revista semanal mais consumida por esta classe – ou melhor, por essa gente sem classe – ao se referir, veja bem, à jovem mulher do vice-presidente [usurpador e golpista] em exercício. Este um homem velho, de aspecto traiçoeiro,  temerário.

Mas não foi exatamente esse tipo de mulher, que nos remete de volta ao séc. XIX, que esteve representada entre as mulheres que invadiram, aos milhares, a Avenida Paulista, neste último domingo, para dizer, sem recato algum, em alto e bom som que “a primeira mulher Presidente da República do Brasil voltará ao poder pelas mãos das mulheres”.

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A realidade viva, presente, das mulheres brasileiras, das mulheres dos dias de hoje, das mulheres de fato e de direito, parecia mandar um recado eloquente aos arautos do conservadorismo e do golpismo. Xeque-mate nos retrógrados e oportunistas dos dias que se esvaem, que são os mesmos de outrora, de 1964.

E viva a realidade! Viva!!!

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E viva(m) as mulheres!

Pois, afinal, esse tipo de mulher “recatada e do lar” já era. É coisa do passado. Já passou.

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É como se fora um mero “bibelô”, para enfeitar convescotes de políticos caquéticos, conservadores, corruptos. Adorno para a vaidade de homens velhos, em sua vacuidade vã e virilidade fake, made in Viagra.

Eles, os conservadores, querem nos impingir o seu mundo ultrapassado: sem tesão, com amores de conveniências e aparências; de amantes; de mulheres “recatadas”, servis, colocadas em seu devido lugar à sombra de seus homens-senhores.

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Mas as nossas mulheres são mulheres de pouco recato e “grelo duro” – como sugere a expressão de gosto duvidoso, que remete a uma outra expressão, também de gosto duvidoso (na verdade, de mau gosto), utilizada por muito tempo pelos homens  para alardear a sua suposta virilidade.

O “machistério” de Temer é ridículo; é vexatório; é desprezível; ordinário.

 É “brocha”. É “brochante”.

Como é ridículo, vergonhoso, desprezível  e “brochante” o golpe em si.

Como são ridículos todos os homens do golpe (e deles nos constrangemos e envergonhamos todos).

Mas eis que, em meio ao espanto e a náusea, uma flor, inadvertidamente, brota em pleno asfalto da Paulista.

Mais de 10 mil mulheres se manifestaram em pleno reduto do conservadorismo paulistano em defesa de uma presidente deposta de forma ilegítima, casuística, covarde.

Que improvável semeadura teria acarretado tão virtuosa lavoura?

Teria esse sido o principal legado da mulher presidente?

Terá a energia e a poesia desse suposto legado a força e o poder de restituir ao cargo a presidente injustamente deposta?

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