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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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A guerra mortal das facções de Bolsonaro, Moro e Witzel

"Mais do que uma guerra das esquerdas contra a ameaça de golpe, poderemos ter, antes mesmo do fim da pandemia, uma matança sangrenta entre facções", escreve Moisés Mendes, do Jornalistas pela Democracia. "Os personagens estão bem posicionados"

(Foto: Reuters | GOVRJ)
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Por Moisés Mendes, para o Jornalistas pela Democracia

As ameaças entre Bolsonaro, Sergio Moro e Wilson Witzel já definiram o cenário e as armas para uma guerra de facções em que os três poderão tombar quase ao mesmo tempo.

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No meio dessa guerra, o Estadão, que agora é um jornal 'progressista', decidiu classificar Bolsonaro como um sujeito que se dedica a “práticas fascistas”. O Estadão, coitado, está cinco voltas atrás e chega acenando.  

Mas é interessante que um jornal hoje sem qualquer expressão compartilhe da luta que os veículos ditos alternativos tentam levar adiante desde muitos antes do golpe de agosto de 2016. 

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O Estadão e a grande imprensa serão valentes mesmo quando classificarem todos eles, seus ex-aliados da direita que foram para a extrema direita, como gângsteres, como um dia Gilmar Mendes definiu os procuradores da Lava-Jato que trabalhavam para Moro.

Mais do que uma guerra das esquerdas contra a ameaça de golpe, poderemos ter, antes mesmo do fim da pandemia, uma matança sangrenta entre facções. O latifúndio do fascismo é vasto, mas está em disputa, e os fascistas são parte do crime organizado.

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Os personagens estão bem posicionados. O Brasil esteve entretido durante cinco anos com a Lava-Jato de Sergio Moro, que criou o ambiente para a ascensão do bolsonarismo.

Moro montou uma estrutura arbitrária de caçada às esquerdas e a Lula em Curitiba e achou que, no próximo salto, subiria os degraus da política no mundo bacana dos tucanos ou iria virar ministro do Supremo. 

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O tucanismo acabou e Moro jogou-se aos braços da facção bolsonarista, para o que desse e viesse. Não teve pernas para aguentar o tranco. Bolsonaro expulsou todos os que não leram direito o tutorial do fascismo miliciano. 

Moro, incompetente para ser um bolsonarista autêntico, foi expelido. Mas caiu atirando, inclusive pelas costas do ex-chefe. E descobriu-se que o ex-juiz também usa armas com cano serrado.

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Bolsonaro é o profissional, o tenente ligado aos milicianos que virou presidente. Moro é o amador que tenta agora formar a facção capaz de ameaçar o ponto de Bolsonaro na esquina.

Sai da extrema direita, tenta correr para o centro, mas não deixará de ser uma facção. Moro somente irá sobreviver se continuar sendo facção, agora da classe média de direita, mas antibolsonarista.

Witzel é o fuzileiro naval que virou juiz e nunca deixou de ser fuzileiro. A guerra com a facção de Bolsonaro, da qual era aliado, expôs a tesouraria dos negócios que envolvem até a mulher em transações fechadas em bancos de praça.

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Todos eles expuseram as mulheres. Bolsonaro com a mulher que recebe cheques de milicianos. Sergio Moro com a mulher que era sócia de Carlos Zucolotto, que agora poderá finalmente ser denunciado por Tacla Duran, o delator amordaçado pela Lava-Jato. E Witzel com a mulher que prestava serviços às máfias da saúde.

Assim é a perigosa vida das facções, com mulheres, filhos, parentes, milicianos e, se possível, o apoio de estruturas ditas institucionais, inclusive fardadas.

Bolsonaro tem o poder civil e os militares, os grileiros, os latifundiários, os destruidores da Amazônia, os adoradores de Brilhante Ustra, o centrão, a Fiesp, os tios com a camiseta da Seleção e a véia do taco de beisebol. Tem os milicianos, mass não tem nem partido.

Moro tem a fama, o acervo de justiceiro. Não tem lastro orgânico, não tem poder nem base física e também não tem partido. E Witzel (alguém sabe dizer sem pensar muito qual é o seu partido?) é uma incógnita, com sua base estadual estreita e sua polícia. É o alvo preferencial de Bolsonaro, por estar no seu reduto geográfico, empresarial e afetivo.

Desses três sujeitos dependem os movimentos da democracia brasileira hoje. Estamos entregues a uma guerra de facções violentas, como nunca estivemos, e em meio a uma pandemia. 

Chamar esses personagens de fascistas não é nada entre as dezenas de adjetivos que podem defini-los. E até chamá-los de gângsteres talvez não seja o suficiente.

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