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Sérgio Fontenele

Sérgio Fontenele é jornalista e comentarista político

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A hora da verdade para o bolsonarismo

O noticiário dá conta de que o ministro-chefe da Casa Civil, general do Exército, Walter Braga Netto, é de fato o presidente, “operacional”, passando a tomar as decisões de chefe de governo, desconsiderando as opiniões e desatinos de Bolsonaro. Será? No momento em que o País está em cheque, diante da iminente catástrofe socioeconômica, chega a hora da verdade

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*Publicado originalmente no Pensar Piauí

A solução – ou arranjo, gambiarra, etc. – parece ter vindo muito antes do que se pensava, entre quem cogitava um impeachment ou renúncia do presidente Jair Bolsonaro, que, aparentemente, terminou no meio do caminho, ficou sem governo, ou seja, perdeu, na prática, as condições de governabilidade. Isolado, sem qualquer apoio político-institucional, nem mesmo dos militares que, de forma efetiva, comandam e ainda guardam a necessária lucidez para exercer as respectivas funções sociais e constitucionais.

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Ao seu lado, restaram os filhos e os robôs, que têm dado incrível contribuição para corroer o País, disseminando ódio, 24 horas por dia, minando-o em todos os sentidos, envenenando a sociedade através de fake news em massa, dividindo as pessoas, inclusive os amigos e as famílias. Como disse Leonardo Boff, isso tudo faz parte de uma política necrófila, executada por Bolsonaro, seu clã e pessoas extremistas de grande influência sobre sua mentalidade, que entendem o conflito como único método de manter o exercício de um poder excludente.

É claro, ele ainda conta com o apoio incondicional do bolsonarista raiz – algo em torno de 15% da população ou menos – e mais alguns fanáticos que ainda o adoram, por uma série de razões, não apenas político-ideológicas, mas também até como parte de um processo catártico, de liberação dos demônios pessoais. Observadores e pesquisadores altamente especializados já perceberam que o bolsonarismo é também a projeção de preconceitos vis, seculares, que, com o passar dos anos, foram se tornando cada vez mais ocultos.

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Esqueletos nos armários

E o fenômeno de massas chamado Bolsonaro surgiu como válvula de escape à explosão de esqueletos que jaziam nesses armários espirituais, psíquicos e psicológicos de tanta gente, nascida e crescida numa sociedade historicamente desigual e preconceituosa. Baseada em cultura de origem escravocrata, opressora, autoritária e excludente, assim se identificou grande parte das elites – entre as mais retrógradas, egoístas, reacionárias, ignorantes, incultas, impatrióticas e atrasadas do planeta – e da classe média brasileira.

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Porém, a incompetência, desonestidade, as más intenções e os interesses inconfessáveis, na Presidência da República, estão minando essa condição iconográfica de Jair, quanto aos indivíduos que se aproveitaram do falso-moralista e demagógico discurso anticorrupção, no sentido de contribuir para o regresso e a desordem. Que o digam as “rachadinhas”, milícias e tal, só para lembrar alguns aspectos relacionados ao contexto no qual o atual governo continua.

O sistema, no entanto, parece ter encontrado um paliativo, pelo menos enquanto durar a calamidade da pandemia da COVID-19 no Brasil e mundo. E o noticiário dá conta de que o ministro-chefe da Casa Civil, general do Exército, Walter Braga Netto, é de fato o presidente, “operacional”, passando a tomar as decisões de chefe de governo, desconsiderando as opiniões e desatinos de Bolsonaro. Será? No momento em que o País está em cheque, diante da iminente catástrofe socioeconômica, portanto, humana, chega a hora da verdade.

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