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Jailton Andrade

Jailton Andrade é advogado, músico, dirigente sindical e do movimento negro e criador do Debate Petroleiro

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A importância do sindicalismo transnacional contra o desmonte da América Latina

O envenenamento dos processos político-culturais nesse lado do equador acelera a degradação socioambiental em prol dos países que transitam para energias limpas na Europa e na Ásia.

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A pandemia na América Latina assume proporções destacáveis. Além do número assombro, no absoluto e no relativo, de mortes provocadas pelo covid-19, que já foi pra 20 e já assola a metade de 2021, resolveram saquear todo o conteúdo natural e de expressão humana nesses países.

Esse processo voraz do capitalismo que, apesar de não está contaminado pelo vírus, agoniza em vísceras, nos dá a expressão exata do racismo ambiental. Em escala transnacional, realizam na América Latina a mesma operação de expropriação que fizeram no passado e interrompida pelo fortalecimento do Mercosul e pelos governos progressistas nas últimas décadas.

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O envenenamento dos processos político-culturais nesse lado do equador acelera a degradação socioambiental em prol dos países que transitam para energias limpas na Europa e na Ásia. Era uma consequência esperada do pensamento da Escola de Chicago aplicado pelo Consenso de Washington em um mundo globalizado pela internet. Entraram no nosso rádio e na nossa televisão, introduzindo a relativização das narrativas numa guerra franca de silogismos. 

Assim, a extração do minério, a exploração do petróleo, refino e distribuição de combustíveis passam a ser um serviço essencial privado em muitos países, enquanto o fertilizante, o biocombustível e a indústria nacional colocadas como um fardo. Os direitos trabalhistas e o sistema tributário passam a ser narrados como empecilho ao desenvolvimento nacional. Desinvestimento usurpa o conceito de investimento no discurso e é apresentado como algo bom, como se vender o lar e alugar seu banheiro fosse uma operação econômica sustentável. A resistência dos agentes administrativos irrita os pseudo-ideologistas que querem comprar os bancos públicos e sabotam o financiamento sindical. O retorno de capital de mineradoras, dos bancos e do setor energético tem a mesma curva da pandemia, sobretudo no lucro não repetível, vale dizer, da venda propriedades estatais. Nessa matemática ideológica o estado ganha, dizem eles.

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A privatização de sistema penitenciário brasileiro, quer na Bahia, quer em São Paulo, assim como a aplicação do método Rupert Murdoch na espionagem industrial e no Poder Judiciário não exige muito esforço cognitivo pra entender a mancha roxa que desce no cartoon da América. São poderes maiores que qualquer estado por aqui, e mais desumano. É nesse quintal devassado que se colhe a salvação deles. É pelo serviço essencial de extração do ouro colombiano na pandemia que se leva nossas riquezas e doura o sorriso do velho mundo, do mesmo modo que as 5 mil minas de prata de Potosí levaram o subsolo boliviano direto para a Espanha no século XVIII, em troca do soterramento de milhares de trabalhadores. O que vale mais, a prata ou o povo? O charque ou o corpo? Pergunte ao Atakarejo, à Carrefour e ao Walmart. Pergunte à Shell em seu passeio à Nigéria.

Não é mais uma missão internacional em uma nação. É geopolítica organizada contra toda uma região mais rica do que a África e mais acessível do que o Oriente. Os planos de governos para a américa latina são tão poluidores quanto são sustentáveis nos países desenvolvidos, mais ainda naqueles de setor público forte. Basta ver estatais europeias comprando as nossas empresas públicas.

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Uma frente tão ampla como essa que assola e lesa nossa consciência latino-americana não se derrota no sindicalismo fechado em si mesmo, de linguagem anacrônica, cuja disputa política de protagonismo nas entranhas desintegra a coerência e desafia a eficiência. Para além dos sindicatos infiltrados existem outros que querem lutar, mas dependem de integração e entendimento.

Se ainda há uma diferença entre um trabalhador da Petrobras e da Minesa, da Banco do Brasil e da Codelco, é porque estamos atrasados em nos encontrar. E esse encontro, na nossa parte da América, é um dever do sindicalismo internacional. 

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