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Rubens José da Silva

Servidor público

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A indignação é seletiva

O velho hábito que sempre tivemos em esculhambar nosso país virou sinônimo de politicamente correto. O complexo de vira-lata de muitos se impôs como regra

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Total espanto. Essa é a reação que todos os funcionários tiveram ao chegar onde trabalho e ver uma pequena bandeira do Brasil colada em seus monitores. Cada um que entrava e se deparava com a cena franzia a testa em desaprovação ou soltava alguma ironia. E a cada exaltação mais contundente, lá vinha a secretária defender sua iniciativa alegando que sempre fizemos isso, em todas as Copas.

O velho hábito que sempre tivemos em esculhambar nosso país virou sinônimo de politicamente correto. O complexo de vira-lata de muitos se impôs como regra, a despeito de vários indicadores econômicos e sociais terem melhorado nos últimos dez anos.

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A Globo que até pouco tempo sabotou o evento no que pôde, por motivos políticos, sabe que chegou a hora de faturar. Apesar de agora estar inflamando todos a torcerem 'juntos num só ritmo', o que vemos no rosto das pessoas é um misto de indiferença, negação e perplexidade com o que está por vir.

Fora algumas exceções, não há ruas enfeitadas, paredes pintadas, bandeiras penduradas. Muitos brasileiros que sempre respiraram futebol estão asfixiados no ódio e vergonha de seu país, pensando estar, assim, contribuindo para sua melhoria.

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Por conveniência, a grande mídia, ou melhor, a Globo, resolveu dar uma trégua em sua ofensiva baixo-astral e passou a louvar a brasilidade que ela mesmo boicotara. Mas esse levante tem prazo de validade. Terminado o evento, a agenda do caos será retomada para as eleições de outubro.

Apesar dos protestos anti-Copa terem diminuído em número de participantes, o discurso de indignação com os gastos realizados em detrimento dos setores de saúde e educação continua como um mantra. De repente, todo brasileiro se transformou em comentarista político, indignado com "tudo isso aí".

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Só que, a contento da mídia, essa indignação é seletiva. Por exemplo, a sonegação fiscal anual de R$ 415 bilhões não lhe causa veemente repulsa. São 15 Copas que todo ano são sonegadas pelas nossas grandes empresas. Dinheiro que deveria ser investido na educação, saúde, transportes e outros serviços, mas que é desviado direto para o bolso de alguns poucos afortunados. Isso não merece indignação?

Só como exemplo, a Globopar, empresa ligada à TV Globo, de 2011 a 2013 foi notificada 776 vezes pela Receita Federal por sonegação fiscal. Na Copa do Mundo de 2002 a empresa sonegou a compra dos direitos de transmissão, que com valores atualizados estaria em torno de R$ 1,2 bilhão - Sonegação padrão Fifa.-, e até hoje não comprovou seu pagamento.

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A crítica à corrupção é seletiva.

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