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Enio Verri

Deputado federal pelo PT-PR

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A insustentável popularidade de Bolsonaro

A explicação mais provável para a popularidade de Bolsonaro seja o alto impacto do auxílio emergencial. Não é demais lembrar que os R$ 600 são obra dos partidos de esquerda, pois a proposta de Bolsonaro foi de R$ 200

Jair Bolsonaro (Foto: Alan Santos/PR)
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É bastante curioso o resultado da pesquisa da Datafolha, em que se observa um leve crescimento na aprovação do governo Bolsonaro, apesar da conjuntura dizer o contrário. Do ponto de vista sanitário, o número de mortos não para de crescer, não há política alguma de combate à pandemia, faltam medicamentos, materiais de segurança e hospitalares, em 22 estados e no Distrito Federal, não há ministro da saúde e, portanto, não se tem ideia do que o governo está fazendo. Aliás, uma boa tática de um governo negligente para se eximir de cobrança.

Já a economia está, como em todo o resto do mundo, em frangalhos. Porém a opção de política de enfrentamento à crise revela o tipo de governo que o Brasil tem e que tranquiliza a classe dominante. As propostas encaminhadas pelo governo, desde o início da pandemia, em sua grande maioria, foi no sentido de suprimir direitos da classe trabalhadora, de prevalência do mercado financeiro sobre o Estado e a venda das reservas energéticas e das ferramentas estatais, indispensáveis para a reconstrução do Brasil, no pós pandemia. Bolsonaro e Paulo Guedes depredam as empresas, desmanchando-as, arrancando pedaços indissociáveis de um todo, que são ferramentas competentes para gerar empregos, tecnologia, desenvolvimento social e fazer girar a roda da economia, como a Petrobras e suas refinarias, ou a Caixa Econômica e MCMV e o Fies.

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Já no campo político, Bolsonaro escancara o que fez durante toda a sua vida política. Especificamente, loteia o Estado em troca de apoio político para não ver andar um dos quase 60 pedidos de impeachment contra ele e para garantir a aprovação do receituário determinado pelos patrões de Paulo Guedes. Seja lá o nome que dê aos agrupamentos políticos que se organizam na base do presidente, o que os une nada mais é que a defesa cega dos interesses do mercado financeiro. A voracidade é tamanha que até mesmo parlamentares do segmento industrial, ainda que conservadores denunciam o avanço da banca sobre o Estado.

O setor produtivo, de fato, não o que vive de juros, percebe que será o pior dos mundos, um país entregue aos humores de bilionários que não trabalham e não pagam impostos. Esse quadro enfraquecerá a sociedade de um modo geral, submetida toda ela a um modo de produção especulativo, sob o qual o lucro está acima de tudo e de todos. Um sistema em que empresas e empregos desaparecem com a mesma velocidade que surgem, a depender da valorização ou desvalorização do momento. É um tipo de produção que favorece não mais que 20% da sociedade, que tem interesses aplicados em bolsa de valores. Bem diferente de mais de 100 milhões de brasileiros que vivem com R$ 415 por mês.

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A explicação mais provável para a popularidade de Bolsonaro seja o alto impacto do auxílio emergencial. Não é demais lembrar que os R$ 600 são obra dos partidos de esquerda, pois a proposta de Bolsonaro foi de R$ 200. De fato, o programa emergencial alcançou quase o número de brasileiros que o Bolsa Família tirou da pobreza, em mais de 10 anos. Porém, o governo não vai manter o auxílio por muito mais tempo, depois da pandemia, principalmente pelo quadro recessivo. O Bolsa Família foi implantado numa conjuntura de Estado ampliando, que gerou empregos, fomentou o consumo e, a cada R$ 1,00 investido no BF, R$ 1,78 volta para a formação do PIB. O PT tem outros projetos de geração de empregos e a experiência mais exitosa da história do Brasil.

O Brasil não precisa de Bolsonaro e já provou que é plenamente competente para empreender um forte investimento no seu desenvolvimento, com acesso justo às riquezas produzidas pela classe trabalhadora. Os governos do PT foram o período da história brasileira com mais investimentos, em todas áreas, e com os melhores resultados nos campos econômico, social, político, educacional, sanitário, habitacional, cultural, tecnológico. Seus resultados ainda são sentidos, desde quando um estudante pobre acessa os bancos universitários, ou quando um imóvel faixa 1, para famílias com renda per capta de $ 1.800, deixa de ser construído, porque Bolsonaro destina os recursos para essa faixa à construção de imóveis para famílias com maior renda. Temos condições de retomar as obras e a economia brasileira. O tamanho do Bolsonaro é incompatível com o do Brasil. O que falta é o brasileiro dar por isso e não aceitar essa comparação.

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