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Valquer Bicalho

Profissional autônomo e Estudante de Direito

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A Jornada de Lula

Hoje, encarcerado, Lula vive o momento crucial da guerra travada e um dos principais atos de sua vida: provar sua inocência e voltar ao poder. Sua chance de vencer é manter-se candidato com a força do povo

Lula  (Foto: Valquer Bicalho)
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Em uma jornada para a guerra, parte-se com um grupo de companheiros. Sabe-se de antemão que muitos ficarão pelo caminho, sem a ilusão de que todos voltarão, mas a confiança é de que tombarão com dignidade ou seguirão juntos até o fim. E isso fortalece a união, a amizade e reforça a coragem daqueles que se manterão de pé na luta pela vitória.

Em regra não se esperam deserções, pois seria esperar a fraqueza de um aliado já na partida, e talvez isso faça com que todos excluam essa possibilidade, porém, elas, as deserções, sempre acontecem. Por falta de coragem, por oportunismo ou outros diversos motivos, alguns até mudam de lado.

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Em uma batalha todos lutam por todos, alguns nem sequer se conhecem, outros são amigos fraternos, e há de quem se ouve falar, não se vê, mas todos sabem que estão do mesmo lado na guerra pelo acreditam, lutando bravamente por ideais comuns.

No Brasil uma longa guerra se desenvolve há séculos. Lula entrou nessa guerra num ponto de batalha por volta da década de 1970. De lá para cá, marchou com vários companheiros, uns se foram, outros mudaram de lado. Lula sempre esteve do mesmo lado, e desde o Sindicato dos Metalúrgicos em São Paulo sua aliança com o povo só cresce e se fortalece. Conquistou fama de um guerreiro forte e firme, mas conciliador.

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Juntos com seus camaradas e intelectuais brasileiros fundou o Partido dos Trabalhadores, que viria a se tornar o maior partido de esquerda da América Latina. Deste partido tornou- se não só a maior liderança, como transcendeu ao próprio partido, sendo reconhecido pelo povo como mais importante do que o PT, e com ele mudou a cara do Brasil, já que mesmo na oposição fazia diferença na construção democrática do país.

De eleição em eleição - as batalhas da democracia -, Lula, depois sofrer algumas derrotas, naturais para quem está na luta, finalmente tornou-se presidente do Brasil. Com seu partido chegou ao poder no Planalto. De lá consolidou a força entre seus compatriotas e ganhou fama, encantando o mundo com seu modo expansionista de relações políticas e comerciais para o exterior e, internamente, com o jeito conciliador de governar para todos.

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Grandes batalhas foram vencidas, não só as eleições, enfrentadas em vários momentos graves, a exemplo do episódio conhecido como "mensalão" e da crise do "subprime dos EUA", que espalhou pânico pelo mundo e que no Brasil foi pouco mais de uma "marola", termo utilizado pelo próprio presidente.

Depois de dois mandatos de sucesso e 80% de popularidade, Lula fez sua sucessora, Dilma Roussef, que também foi eleita para dois mandatos. Com tanto sucesso, a expectativa de voltar ao poder em 2018 era tida por todos como natural.

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Entre outras, essa foi uma das causas da mais dura batalha que o ex-presidente teve de enfrentar, a qual estava sendo germinada e que eclodiu nas chamadas Jornadas de 2013, e Lula partiu novamente junto com vários companheiros para o embate.

Dessas jornadas seguiu-se uma luta sangrenta, todo tipo de manipulação midiática, assassinatos de reputações, etc. Ficou claro que interesses estrangeiros e brasileiros golpistas, por não aceitarem a vontade do povo, estavam nas ruas para ganhar as eleições ou derrubar o governo petista caso ele fosse vitorioso novamente em 2014.

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Não deu outra. O golpe disfarçado de impeachment só confirmou o script quando Dilma se reelegeu. E, para completar o fundamental objetivo dos golpistas, era preciso impedir Lula de se eleger em 2018. Por isso, todo tipo de denúncia foi buscada para fuzilar a reputação do ex-presidente. Como as denúncias falseadas não foram suficientes para afastar o povo de Lula, a solução de seus adversários foi se valer do judiciário para trancafiá-lo, pelas razões mais absurdas, como atestaram renomados juristas do país e do mundo. O Direito deixou de importar, sacou-se do bolso de seus inimigos um Direito Penal específico para Lula.

E, mesmo preso, Lula mantém a aliança e a confiança do povo, continua maior que o PT e até do que a esquerda, magnitude medida por pesquisas de opinião providenciadas pelos próprios adversários.

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Hoje, encarcerado, Lula vive o momento crucial da guerra travada e um dos principais atos de sua vida: provar sua inocência e voltar ao poder. Sua chance de vencer é manter-se candidato com a força do povo. Ele e seu partido, apesar de todo ataque sofrido, são ainda os preferidos do eleitor, com larga distância de seus adversários.

Mas neste momento, crucial para vencer, momento em que vários companheiros tombaram, o ex-presidente depara-se com aqueles aliados que tomam o caminho que nenhum guerreiro conta na partida para a guerra, os aliados que têm projetos próprios ou desertores . É neste ato decisivo que põem a faca no pescoço do partido do ex-presidente e exigem que sejam apoiados no seu lugar, considerando-o carta fora do baralho, ou por oportunismo mesmo, acreditando terem finalmente a chance de chegarem à presidência no lugar de Lula. Para reforçarem suas ações, ignoram a força eleitoral do ex-presidente e olham somente para o horizonte jurídico.

Alguns aliados de Lula agem como se o ex-presidente fosse um mergulhador que estivesse se afogando e que, ao tentar vir à tona, tivesse a mão de seus companheiros de jornada colocadas sobre sua cabeça, exigindo-lhe uma condição contratual para que pudesse emergir e respirar. Lembram também a cena do filme Um Ato de Coragem, quando a personagem de Denzel Washington desesperadamente precisa de dinheiro para operar o filho e seu vizinho exige pagar menos pela TV usada, aproveitando-se da oportunidade.

Ato Cruel e oportunista.

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